Capítulo 2
Passou-se um mês e estávamos preparando a festa do dormitório. As meninas organizam uma festa em seus dormitórios em que os meninos podem ser convidados. Cada dormitório, obviamente, tinha um professor de vigia. Antes não havia vigias, mas quando o diretor descobriu... e para não tirar nossa diversão, propôs isso e nós tivemos de aceitar, para não ficar sem festa.
– Quem vamos convidar para ser o vigia da festa? – perguntou Rose.
– Jacob! – falaram Bella, Alice e Rose, respondendo sua própria pergunta.
– Mas quem vai convidar ele? – perguntou Alice.
– Nessie! – exclamou Bella.
– Não! Eu não vou fazer isso. Vai você Alice. – levantei sentando na cama.
– Eu não! Você vai falar com ele! Talvez esse impressionismo vai embora. – sugeriu.
– Não!
– Nessie! Por favor! – pediu mais uma vez Bella.
– Nessie, tem que perder esse medo e parar de fugir dele. Ele é seu professor, afinal. O máximo que ele pode fazer é te der bomba no final do ano. – falou Rose.
Nós rimos.
– Será? Ele me faz parecer boba.
– Impressão sua. – retrucou Alice. – Ele é bem mais velho e apesar de ser um gato é seu professor, como disse Rose.
Elas tinham razão. Ele é meu professor, é mais velho e eu tinha que perder essa vergonha, que nem sei porque existe.
– Ok! Vou falar com ele. – me rendi.
– A festa é daqui a dois dias. Tem que falar com ele agora! – falou Bella, me expulsando do quarto.
– E se alguém já o convidou? – falei.
– Então atacamos a professora Jane! Ela adora a gente! – sugeriu Rose.
Saí andando pelos corredores. Era hora do intervalo e ele ficava em sua sala, como todos os professores. Meu coração acelerou e minha mão tremeu ao bater na porta entreaberta. Ele olhou.
– Entre. – me autorizou. – E feche a porta. – eu fiz o que ele pediu. Ele se levantou e encostou-se à frente de sua mesa, de braços cruzados. – Sente-se. – indicou a poltrona ao lado.
– Obrigada, mas não vou demorar.
– Diga, então. – senti meu rosto queimar.
– Estávamos fazendo uma reunião, para... para a festa do dormitório e... – ele me interrompeu.
– E veio me fazer o convite para ser o vigia do dormitório de vocês? – falou como se já tivesse repetido isso várias vezes.
– Sim. – sussurrei.
– Recebi convites a semana inteira, sabia? – falou seriamente.
– Entendo. Desculpe-me? – eu me virei para sair, com o coração batendo a mil. Ele segurou meu pulso, me fazendo virar.
– Recusei todos. – hum? Não entendi sua atitude. Fez pose de bom moço e agora...? Não falei nada. – Estava esperando o seu convite. – revelou. Um olhar acolhedor me fez encará-lo com intensidade. – É que tirando os funcionários, você foi a primeira que falou comigo, então... – explicou me soltando.
– Entendo... – tentei falar, mas não saía nada.
– Pode me explicar como funciona isso na perspectiva dos alunos? – segurou com os punhos a beirada da mesa, se inclinando para frente, realmente parecia curioso. Mas eu achei estranho, um professor tem tanto com o que se preocupar... deixei pra lá.
– Claro! – eu concordei.
– Senta aí! – falou se sentando na poltrona de frente a que me indicou.
– O que quer saber exatamente? – seria mais fácil pra mim que tivesse um ponto pra começar.
– O que vocês fazem nessa reunião? – eu pensei se deveria ou não responder. Ele percebeu e riu. – Pode me dizer. Tudo o que me falar fica aqui nessa sala. – encostou relaxado na poltrona.
– Bom... – eu ri sem graça, coçando atrás da orelha. Que mania chata! Então prendi minha mão no meio das pernas. Ele acompanhava discretamente meus gestos. – Bella e Ed. Alice e Jazz. Rose e Emm. Dá pra imaginar.
– Hum... – com a sobrancelha erguida continuou. – E você? – como assim, eu? Pensei comigo.
– O que tem eu? – perguntei surpresa.
– Fica sozinha? – que maneira sutil de perguntar se tenho namorado.
– Só esse ano. Eu namorava Mike. – agora eu estava falando minha vida pra ele!
– Sei. – resmungou indiferente. – Mas me diz, devo me preocupar com seus amigos? – perguntou divertido.
– Ah! Acho que não. Eles sabem se cuidar. – espero que ele tenha entendido isso de maneira geral.
– Ok! – ele se levantou e pegou suas coisas. – Tenho uma turma me esperando.
– Desculpa te atrasar professor. – antes de abrir a porta parou. Eu estava indo atrás e quase bati contra suas costas. Ele se virou.
– Quando estiver só você e eu, me chame de Jake. – olhei assustada e fiz que sim com a cabeça. Em minha cabeça eu pensava somente Jacob, mas Jake, eu achei íntimo demais. – Essa seriedade toda ás vezes me incomoda. – agora ele sussurrava.
– Tudo bem. – concordei timidamente.
Jake agora se virou totalmente pra mim e sorria de orelha a orelha.
– Outra coisa! – exclamou. – Obrigado pelo convite.
– De nada proof...
– Renesmee... – me repreendeu.
– Jake. – que loucura isso! Eu pensei e continuei. – Com uma condição. – propus.
– Qual?
– Me chame de Nessie.
– Tudo bem... Nessie. – abrindo a porta e me pondo pra fora ele mudou o tom. – Agora vamos, que estamos os dois atrasados.
Achei graça e eu fui pra um lado e ele pra outro.
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