quinta-feira, 21 de junho de 2012

A NOVA VIDA POR @OHYEAHROB #FANFIC #CAPÍTULO15



Capítulo 15

POV_EDWARD

Bella dormia tranquilamente em meus braços. Eu tinha medo das palavras daquela mulher. Tinha medo que ela fizesse alguma coisa contra minha Bella ou nossos filhos. Mas eu não permitiria que nada de ruim lhes acontecesse. Era como se alguma coisa dentro de mim gritasse para protegê-los a qualquer custo. Não era apenas pelo amor que sentia por eles, era uma força maior, que me dizia, implorava para ser o melhor para eles. Os pequenos dedos de minha menina estavam agarrados em minha camiseta, como se temesse que eu me afastasse dela. Eu abraçava seu corpo pequeno protetoramente, e sua barriga com um relevo visível, estava escondida contra mim. Alisei seus cabelos ternamente, deixando o aroma inconfundível adentrar por minha narina me causando arrepios. Não demorou muito e o sono tomou conta de mim. Senti o colchão ao meu lado se mover e pequenas mãos quentes tocarem meu rosto. Abri os olhos e dei de cara com Thomas.
-Ei garotão, o que faz aqui? Perguntei baixo para não acordar Bella, mas não adiantou muito.
-Thomas? Aconteceu alguma coisa? Perguntou ela sonolenta.
-Tem duas mulheres lá em baixo que pediu para chamar vocês. Falou ele. Senti o corpo de Bella tencionar. Será que era quem eu estava pensando? Não podia ser, aquelas duas haviam saído daqui a poucas horas. Levantamos apresado, cada um do lado de Thomas, segurando suas mãos. Olhei para Bella, mas sua atenção estava voltada para nossas mãos agarradas na de meu irmão mais novo. Sabia muito bem qual era o motivo de seu sorriso tímido e o olhar brilhante, ter Thomas assim me deixava ansioso pela chegada de nossos pequenos. Quando estávamos quase nos últimos degraus da escada, ouvimos um barulho estridente. Avistamos Alice e Esme lado a lado, olhando para o enorme piano de caldas que vários homens carregavam para dentro de casa. Carlisle logo apareceu provavelmente assustado com o barulho.  Foi inevitável não sorrir diante da surpresa. Aquele instrumento representava muito para mim e Bella, e tê-lo ali, seria muito bom para nós dois.
-De quem foi à ideia de trazer o piano? Perguntou minha menina também com um sorriso brilhante.
-Carlisle, ele achou que faria bem ao Edward, já que ele gosta quando você toca. As palavras de Esme foram um choque para mim. Todos olhavam para Carlisle, que estava sem graça e com o rosto corado. Senti meu peito se afogar em um sentimento quase doentio. Era amor, um amor diferente do que eu sentia de Bella, mas ainda sim, potente. Eu não sabia muita coisa sobre aquele homem, mas de uma coisa eu tinha certeza, eu o amava, e no fundo eu sentia que ele realmente era meu pai. Sem nenhum constrangimento, corri até ele  o abracei. Era como se eu não fizesse isso há anos, me transmitia uma paz, uma calma estar assim com meu... Pai. Não conseguia evitar que as lágrimas escorressem livremente por meu rosto. Eu me sentia feliz por estar com minha família unida dessa forma.
-Obrigado por isso... Não estava pronto para lhe chamar de pai, mas de alguma forma, eu sabia que era isso que ele era para mim.
-Eu te amo filho, faço qualquer coisa por sua felicidade. Havia um pesar em suas palavras. A sinceridade estava presente, mas também tinha algo mais, eu não compreendia o que era. Depois de um tempo, quando eu me senti satisfeito, separei-me dele e olhei para toda minha família. Todos ali estavam com sorrisos no rosto, Mas que parecia mais iluminada além de mim era Esme. Havia orgulho e admiração em seu olhar. Bella abraçava Alice com saudade, e Esme esperava para receber o carinho também. Thomas brincava com as teclas do piano que já estava posicionado em um canto estratégico da sala.
-Posso falar um minuto com você. Pediu Carlisle que ainda estava ao meu lado.
-Claro. Deixamos a sala e fomos para o escritório, onde ele passava a  maior parte do tempo. Sentei-me em uma poltrona confortável enquanto ele mexia em algumas caixas. Eu tinha muitas perguntas para lhe fazer, e somente agora eu me sentia confortável para lhe falar.
-Onde está minha mãe? Perguntei com a voz Baixa. Ele estava de costas, então não pude saber qual foi sua reação ao receber minha pergunta. Ouvi seu longo suspiro e ele logo caminhou até mim, se sentando na minha frente com uma pequena caixa em suas mãos.
-Ela morreu, quando você completou sete anos.  Disse ele com uma expressão sombria. Eu não sabia o que falar agora, parecia que com isso, minhas perguntas haviam acabado. Mas eu ainda queria fazer uma.
-Como ela era?
-Durante todos os sete anos que ela esteve presente em nossas vidas, ela era uma mãe ótima para você. O semblante de Carlisle era frio, era como se minha mãe havia morrido só para ele, como se ela existisse em nossas vidas somente nesses sete anos.
-Ela realmente morreu? Perguntei desconfiado. Ele me olhou um pouco temeroso.
-Se lembrou de alguma coisa? Foi ai minha confirmação, ela não havia morrido realmente. Continuei a olhar seu semblante assustado com uma sobrancelha arqueada.
-Desculpe, acho que já comecei mal. Falou ele indignado com si próprio. -Ela não morreu realmente, mas ela decidiu sair de nossas vidas, então não podemos fazer nada.
-Certo.  Havia mais coisas ali, coisa que eu não tinha certeza se queria saber. Ele começou a mexer na caixa e de lá, tirou uma pequena caixa de madeira e me entregou. Curioso, abri a pequena caixa e logo uma melodia suave começou a tocar no ambiente. Eu sentia meu coração bater em disparada, em minha mente havia um menino deitado em uma cama, as paredes eram iguais as dessa casa.

Flashback ON (Narrado na 3ª Pessoa)

O menino dos cabelos de cor exótica estava deitado na cama à espera de seus pais para lhe desejar boa noite. Ele tinha seis anos e estava prestes a fazer sete. Ultimamente sua mãe não vinha mais ao quarto para lhe contar histórias para dormir, mas ele tinha a esperança dela aparecer. Mas apenas seu pai entrou pela porta.
-Ei campeão, você já deveria estar dormindo.
-Eu estava esperando a mamãe para me contar uma história. Disse ele sonolento, coçando os olhos vermelhos.
-Sua mãe está cansada e foi se deitar mais cedo.
-Então você me conta uma história papai? Perguntou manhoso, fazendo o homem sorrir carinhosamente ao menino.
-Papai não sabe contar essas histórias que a mamãe conta, mas eu tenho uma ideia. O homem saiu porta a fora e logo voltou com uma pequena caixa de madeira nas mãos.
-O que é isso? Perguntou um menino curioso.
-Era da vovó Cullen, ela sempre dizia que era para eu dar isso a minha filha menina, mas como eu tive um garotão, eu vou te dar hoje. Um dia quem sabe, você não de a sua filha.
-E o que eu posso fazer com isso? Perguntou o garoto.
-Bom, para falar a verdade, eu não sei realmente para que sirva isso, mas pode te ajudar a dormir.
-Uma caixa? Perguntou o menino debochado, fazendo seu pai gargalhar.
-Abra.  Mandou. O menino assim fez, e logo a melodia suave da canção de ninar ecoou pelo quarto.
-Eu não sou mais criança para você colocar músicas infantis para dormir. Disse o garoto com indignação infantil.
-Calma grande homem.  Falou o pai risonho.  Não é porque você já é um adulto que não vai gostar desse tipo de música. Tente dormir apenas ouvindo-a, se você não gostar, deixe a caixa bem guardada, um dia ela será útil.
-Tudo bem. Pai... Vai ficar aqui no quarto até eu dormir?
-Claro que sim filho. Não demorou muito e o menino já ressonava tranqüilo. O homem deixou um beijo terno na testa do menino, logo depois de cobrir seu corpo e fechar a caixa de música, deixando o quarto no silêncio total.

Flashback OFF

Era como se eu estivesse assistindo um filme. Era eu ali, mas ao mesmo tempo era como se minha alma de agora, voltasse ao passado para assistir aquele momento. Carlisle me olhava preocupado, pois meus olhos estavam banhados em lágrimas.
-Realmente, isso foi útil um dia.  Disse para acalmá-lo. Seus olhos saltaram para nas órbitas e ele me fitou confuso.
-Se lembrou daquele dia? Perguntou estupefato.
-Sim. Respondi simplesmente. Ele ficou em silêncio por alguns momentos, apenas me olhando ternamente.
-Agora você pode ficar com a caixa, talvez um dos bebês seja uma garotinha.
-Obrigado. O silêncio ficou desconfortável. Havia uma tensão quase papável ali. Carlisle pareceu notar meu desconforto e se levantou.
-Fique com isso.  Disse ele me entregando a caixa que estava em suas mãos. -Pode ser útil para você.
-Certo, eu... Eu... Já vou para meu quarto.
-Tudo bem.  Disse ele me sorrindo gentilmente. Quando estava saindo pela porta, decidi que não iria para a sala agora, queria ficar um momento sozinho, para ver o que havia dentro da caixa sobre o meu passado. Sentei-me na cama do meu quarto e me sentia calmo com o cheiro que o ambiente me transmitia. O cheiro de minha menina. Olhei dentro da caixa, mas senti meu corpo tencionar quando a melodia suave do piano entrou por meu sistema. Bella tocava a mesma musica que a caixa de Carlisle. Mas uma vez minha mente foi tomada por lembranças de um passado não muito distante.

Flashback ON

 -Você toca piano? Perguntei de repente.
-Bom, eu tocava até antes do meu pai  morrer. Você... Gostaria de ouvir? Perguntou timidamente. Abri meus olhos e olhei fundo nos seus.
-Eu adoraria. Disse. Ela rapidamente se levantou e puxou minha mão me levando junto a si e fazendo-nos sentar no banco que havia em frente ao instrumento.
-Ignore qualquer erro, estou meio desafinada. Disse sorrindo encantadoramente. Vi seus dedos correrem pelas teclas e o suave timbre das notas invadiram o local com perfeição. Reconhecia a música imediatamente. A canção suave e profunda tocava meu coração de uma forma intensa. Clair De Lune – Debussy. Olhei para a menina ao meu lado que deixava seus dedos deslizar pelo teclado suavemente, o ritmo delicado, ela tocava as teclas como se fossem objetos de porcelana quase que sensíveis ao toque. Eu estava hipnotizado com sua imagem, a visão era perfeita da delicada menina em frente ao monstruoso instrumento, ela parecia só uma criança. Eu não imaginava uma forma de amá-la ainda mais, pois meu coração iria explodir com o sentimento que me dominava. Tudo o que eu mais ansiava era pelo amor dela. Isabella, a menina mulher que havia despertado em mim uma nova vida, eu me sentia novo, renascido, tudo por ela... Para ela. Deixei meus dedos suavemente colocar as mechas de seus cabelos atrás da orelha, pois elas me impediam de ver seu rosto em deleite total. Ela estava com os olhos fechados, sabia as notas de cor. Um sorriso doce brincava no cantinho dos seus lábios e isso me fez sorrir também. Meus dedos formigaram em desejo por tocar sua pele. E assim eu fiz, deslizei-os em sua bochecha suave, com movimentos leves, assim como ela fazia nas teclas do piano. Ela tocava com a delicadeza de um anjo para não quebrar a suavidade da música, eu a tocava com adoração, com medo de deixar alguma marca em sua pele sensível e delicada. Aproximei-me dela com todo cuidado para não permitir que a música fosse interrompida e deixei meus lábios delicadamente em sua bochecha, vendo seu sorriso aumentar. Beijei também sua orelha vendo seu corpo se arrepiar e quando a música estava em seus últimos acordes, beijei seu pescoço e por último o cantinho da boca. A música acabou e ela se virou em minha direção e permitiu que nossos lábios se unissem perfeitamente. O amor resplandecia no ambiente de seu quarto. Beijei-a suavemente, sugando seu lábio inferior enquanto sua língua quente circulava o contorno  de meus lábios me deixando fora de órbita.

Flashback OFF

Eu falei para Bella que um dia eu lhe contaria da onde eu conhecia Debussy. Era dessa caixinha de música. As coisas se ligavam em minha mente de uma forma estranhamente assustadora. Nesse mesmo dia, eu a tinha pedido em namoro. A lembrança me fez rir feito um bobo apaixonado. A música continuava a fluir calmamente, mas eu não iria lá agora, eu precisava ver as coisas do meu passado. Saber de tudo que fosse possível. Havia fotos, algumas cartas, brinquedos e um caderno. Um caderno cheio de desenhos que eu havia feito. E em todos eles havia meu pai e minha mãe. Lá, éramos uma família feliz, mas alguma coisa me dizia que depois dos meus sete anos as coisas mudaram drasticamente. Eu não queria e nem fazia nenhum esforço para me lembrar do que havia acontecido de ruim em minha vida, eu não estava pronto para isso, não agora. Deixei as coisas ao lado e me deitei na cama, deixando que a música, mais uma vez, me fizesse dormir.

POV_CARLISLE

Eu estava muito confuso. Depois da conversa com Edward e de suas lembranças, eu notei que quando toda sua memória voltasse a funcionar, ele voltaria a me odiar. Isso fez um aperto em meu coração me tirar o ar. Eu tinha tanto medo do que poderia acontecer depois que ele descobrisse tudo o que eu fiz. Eu queria tanto poder realmente apagar aquele passado triste. Mas eu sabia que isso não era possível. A única coisa que seria possível fazer era reconquistar meu filho e pagar por meu erro. Foi por isso que havia chamado Sam aqui. Pois além de detetive, ele era meu advogado.
-Em que posso ser útil amigo? Perguntou.
-Eu quero saber o quando eu vou ter que pagar por tudo que eu fiz?
-Como assim? Você quer dizer, sobre a fiança? Perguntou confuso, mas para falar a verdade, nem eu realmente sabia o que iria fazer, mas era preciso ver todas as possibilidades.
-Também, mas estou me referindo há quanto tempo eu teria que ficar na prisão por tudo que eu fiz. Ele sabia de tudo que eu havia feito. Ele era a única pessoa que realmente sabia quem eu era. Na época em que aquele desgraçado havia violentado Edward e eu o matei, eu consegui um habeas corpus e depois fui absolvido por homicídio culposo, que tem a intenção de matar por defesa própria. (Nota da autora: Amores, eu procurei no Google sobre o assunto, mas não achei nada que se encachace no contexto do assunto em si, por isso, inventei o que está ai. Ignorem). Eu sentia que essa era a parte mais suja de meu passado. Mesmo dominado pelo ódio, eu não tinha o direito de tirar uma vida com eu fiz. Eu tentava todos os dias não lembrar que eu era um assassino e que convivia nessa família que estava, aos pouco crescendo. Eu não queria se um mal exemplo a Thomas e nem aos meus netos.
-Tudo bem Carlisle, vou estudar seu caso e verei o que posso fazer.
-Certo obrigado por tudo Sam. O som do piano que Bella tocava na sala, em um momento cedeu, mas o último lugar que eu imaginava que ela fosse seria em meu escritório.
-Posso falar com você, Carlisle? Pediu gentilmente.
-Claro filha, entre.
-Eu tomei a liberdade de chamar a médica de Edward aqui. Disse ela entrando e logo atrás Safrina entrava também.
-Como vai senhor Cullen?
-Muito bem e a senhorita?
-Estou ótima.
-O que exatamente você pretendia com isso Bella? Perguntei confuso.
-Olha Carlisle, acho que você imagina que eu sei de uma boa parte da vida de Edward, e não tenho certeza que seja uma boa ele se lembrar daquele momento. Eu suspirei, me sentindo envergonhado na frente daquela mulher que salvava vidas e da menina que carregava duas vidas dentro de si.
-Acho que eu concordo com você. Disse em voz baixa.
-Por isso eu chamei você aqui doutora, eu queria saber se tem como o Edward  lembrar apenas dos momentos bons.
-Olha só, o resultado dos exames já está pronto. Eu dei uma olhada e realmente existe uma parte do seu sistema nervoso que foi atingida. Mas é impossível sabermos se essa parte é o momento triste da vida dele. Não tem como escolhermos o momento que ele vai se lembrar, então, a única saída de vocês, é que deixem as coisas como está. Deixe que as memórias venham com o tempo, sem nenhum tipo de pressão. O organismo dele não vai permitir que lembranças tristes pudessem fragilizar seu sistema novamente.
-Mas ele já teve algumas lembranças comigo, de quando começamos a namorar.
-Bom isso é uma coisa boa. São as lembranças boas, então não tem problemas.
-Ele se lembrou da época de criança também.
-Suponho que sejam lembranças felizes. Bem, quero deixar claro que não posso garantir que ele não vá se lembrar das coisas ruins, isso pode acontecer, mas também, seu corpo pode ter bloqueado todos os momentos ruins. Não posso garantir nada sobre isso. Realmente não tínhamos nada para fazer, era apenas deixar o tempo passar e ver no que dá. Bella acompanhou a médica até a porta e eu fiquei sozinho novamente. Eu queria estar com alguém, queria poder conversar com alguém. Mas eu não tinha ninguém, infelizmente.

POV_BELLA

Muitas coisas em um dia só. Eu estava muito confusa com tudo e a conversa com Carlisle e Safrina foi muito esclarecedora. A felicidade que vi no rosto de Edward quando ele viu meu instrumento favorito aqui, não tinha precedentes. Eu queria abraçar Carlisle assim como ele e dizer que estava orgulhosa de tudo que ele estava fazendo. Eu sentia que ele estava se esforçando, mas ele ainda assim, estava muito só. Edward ainda não tinha segurança o suficiente para ter aquela reação ‘pai e filho’ com ele. Quando a médica foi embora, encontrei Edward deitado na cama, ao lado de uma caixinha de música de madeira. Ela estava aberta e a melodia de Debussy tocava suavemente. Era uma caixinha bem antiga, e havia o desenho do símbolo da família Cullen. Uma lembrança passada veio em minha mente. Eu estava tocando a mesma música para Edward e ele reconheceu.

“-Clair De Lune? Pergunteou.
-Conhece Debbusy? Perguntei surpresa.
-Despois  eu te explico de onde, agora, acho que tenho que fazer um pedido”

Foi o dia em que ele me pediu em namoro, será que ele havia se lembrado daquele momento? Eu fique extremamente feliz com a possibilidade de novas lembranças ao meu respeito. Seu semblante era tão sereno que foi impossível não me aconchegar ao seu lado e acariciar seus cabelos. Um pequeno sorriso surgiu em seus lábios e ele me deu um beijo suave em minha testa.
-Bem vinda de volta. Disse ele apertando os braços ao redor de meu corpo. Eu não me importava com o que viria pela frente. Talvez a memória de Edward nunca voltasse, mas ele não estaria sozinho, eu estaria o tempo todo ao seu lado, junto com seus filhos.


UM MÊS E MEIO DEPOIS

Eu não via o tempo passar. Para falar a verdade, eu não me importava com o tempo. O que eu mais queria é que esses nove meses passassem logo. Eu não me aguentava de tanta felicidade. Tudo na minha vida estava caminhando bem. Edward estava levando bem essa nova vida, pois para ser sincera era realmente uma nova vida. Era como se ele nascesse de novo. Era raro ele ter uma lembrança nova, às vezes um fato, um momento nossos era recordado, mas nada de muito importante. Hoje era o dia da minha consulta, e se os bebês estivessem em uma posição boa, daria para saber o sexo. Edward estava mais ansioso que eu. Nesses últimos meses, ele me paparicava de todas as formas possíveis. Minha barriga já estava bem visível, pois já se passava do terceiro mês de gestação. Era estranho estar ali na sala de espera. Havia muitas outras gestantes. Mulher com certa idade, meninas acompanhadas da mãe e por incrível que pareça, um casal homossexual. Edward segurava minha mãe, e outra repousava no grande relevo na minha barriga. Minha mente estava longe, pensando em tudo que havia se passado nesse mês. Eu havia trancado minha matrícula na faculdade. Carlisle contratou um professor particular para Edward. Ele estava levando isso bem, mas eu sabia que ele estava confuso e não entendia porque não havia terminado os estudos. Senhor Banner era um ótimo homem e um excelente professor. Era até engraçado ver Edward e Thomas juntos estudando praticamente a mesma coisa. Esme e Alice freqüentavam a casa sempre, eu era notável como Carlisle havia se aproximado de minha tia. Eles não assumiam nada, mas eu sabia que tinha alguma coisa entre eles. Eu não me importava com isso, Carlisle merecia uma segunda chance, merecia ser feliz, e Esme estava ajudando muito com isso. Renné não deu mais as cara, e isso me preocupava em partes, eu sabia que ele estava aprontando alguma coisa, e eu temia por meus bebês. Ultimamente, Sam também frequentava nossa casa sempre. Ele e Carlisle ficavam trancados no escritório conversando por horas, mas o que mais me encantava era a estranha simpatia que ele tinha com Thomas. Ele sempre brincava com o menino e o tratava de uma forma paterna. Carlisle não se importava com isso, e logo eu entendia o que havia acontecido. Sam havia perdido um filho. Bom, não era exatamente isso, na verdade, sua namorada havia feito um aborto no segundo mês de gestação. Eu sentia meu corpo tremer só de pensar nisso. Como uma pessoa era capaz de fazer tal coisa. Eu já não me imaginava sem meus bebês. Seria uma parte de mim perdida, se eu os perdesse. O que mais havia me surpreendido nesse tempo todo, foi à decisão de Carlisle. Ele estava cursando faculdade. E de medicina. Eu não entendia muito que ele queria com isso, mas eu o ouvi falando com Esme que sentia, de alguma forma, que salvando vidas, ele se tornaria uma pessoa melhor. Quando a secretária chamou a mim e Edward para entrar na sala do médico, senti minhas mãos suando. Não era minha primeira vez ali, mas eu saberia o sexo dos meus anjinhos.
-Como vai senhorita Swan, Edward?
-Muito bem doutor. Respondeu Edward visivelmente nervoso.
-Estou ótima Doutor Eleazer.
-Que ótimo, vamos ao que interessa. Ele jogou o gel gelado em minha barriga e posicionou o instrumento para fazer o exame. Ele olhava atentamente ao monitor, mas não dizia uma palavra. Edward segurava minha mão com força, me olhando carinhosamente.
-Escute, esse é o som do coração de seu filho Edward.  Disse ele sorrindo. Era a sensação mais incrível que eu podia imaginar. O coração batia disparado, exatamente no ritmo do meu. Edward apertou meus dedos gentilmente, havia lágrimas em seus olhos.
-É o nosso menino. Disse ele.
-Sim, nosso Enzo. - Sussurrei feliz.
-Agora escutem o coração da garotinha do papai. Disse Eleazer. Edward ria e chorava ao mesmo tempo. A menininha que ele queria, eu nem podia acreditar. O coração batia extremamente rápido como de Enzo.
-Qual vai ser o nome da princesinha? Perguntou o médico.
-Eu não vou escolher agora, só vou me decidir no momento em que ela estiver nos meus braços. Eu me sentia feliz e completamente ansiosa para contar a novidade a todos da casa. Mas quando cheguei, encontrei uma Alice completamente nervosa.
-O que houve Alice? Perguntei preocupada.
-Bella, minha mãe está grávida. E pelo que eu entendi o filho e de Carlisle.

Bônus - Crazy Love

“Atiramos o passado ao abismo. Mas não nos inclinamos para ver se está bem morto.” (Willian Shakespeare).


POV_CARLISLE

Bella acompanhou a médica até a porta e eu fiquei sozinho novamente. Eu queria estar com alguém, queria poder conversar com alguém. Mas eu não tinha ninguém, infelizmente.

O único a fazer era ficar trancado naquele escritório. Não havia outra saída, não havia nada mais para fazer. Edward tinha Bella e Thomas não era a pessoa mais indicada para poder conversar.
-Posso entrar? Falou a voz suave de Esme. Surpreendi-me com a presença dela ali, mas isso não impediu de meu coração saltar dentro do peito.
-Claro, fique a vontade. Ela sentou em minha frente e ficou me olhando com aquelas grandes bolas azuis, que mais pareciam um mar transparente.
-Obrigado pelo que você fez.  Disse o mais sincero possível. Eu seria eternamente grato a todas as pessoas que estavam me ajudando, em especial ela.
-Eu... Eu queria te levar a um lugar. Disse meio tímida. Fiquei ainda mais surpreso com sua declaração, mas logo que recompus.
-Onde? Perguntei curioso.
-Vem, vamos. -Disse ela pegando em minha mãe e me puxando para fora do escritório. Eu estava estupefato, nunca imaginava uma atitude dessas vindo dela. Não que eu não achava que ela fosse fazer algo do tipo, mas a questão e que ela fazia... Por mim. Estávamos indo em seu carro. Ela disse que eu na saberia chegar lá, pois não era um lugar conhecido. Durante todo o percurso, fez-se silêncio, mas era de uma forma que me deixava confortável. A presença dela ali me acalmava e eu me sentia estranhamente tranqüilo.

Louco Amor - Michael Bublé
Eu posso ouvir o coração dela bater a mil milhas
E as nuvens se abrem todas as vezes que ela sorri
E quando eu estou com ela estou em casa
Eu estou correndo para ela como o som de um rio


Eu realmente não conhecia o local que estávamos indo, era totalmente afastado da cidade. Quando vi, já estávamos na praia perto de La Push, o local estava deserto, pois a noite já estava caindo. O vento frio do inverno parecia que não fazia efeito em mim, pois eu me sentia aquecido com a presença da doce mulher ao meu lado. Saímos do carro e ela me puxou, sempre segurando minha mão, e nos levou até a beira da água. Ela tirou seu sapato, e eu fiz o mesmo. Sentir a areia fina em meu pé era uma sensação boa, mas não era a mesma coisa que sentir a mão quente de Esme segurando fortemente a minha.
-Eu costumava, quando adolescentes, vir até aqui para pensar. Eu gostava desse lugar, me transmitia calma e paz. Ela parou de falar, como se lembrasse do passado distante. Eu não disse nada, tinha medo que minha voz falhasse.
-Eu tenho esse lugar como meu manto sagrado sabe, depois de um tempo eu nunca mais voltei, fui embora para Port Angeles com Alice e deixei tudo isso aqui para trás. Ela parou de frente para o mar, a água fria tocava nossos pés, mas não estávamos incomodados com esse mero detalhe. Quando me senti confortável para lhe falar, não temi que minha voz tremesse.
-E porque voltou aqui agora e... Trouxe-me junto?

Ela me dá amor, amor, amor, amor, louco amor
Ela me dá amor, amor, amor, amor, louco amor
Ela tem um bom senso de humor quando eu me sinto fraco, para baixo
E quando eu chego a ela quando o sol se põe
Ela rouba minha preocupação, rouba meu sofrimento
Rouba minha melancolia, pela noite, como uma ladra


Ela me olhou nos olhos e sorriu ternamente. Por alguns instantes fiquei perdido na imensidão azul muito mais hipnótica do que o mar a nossa frente.
-Sinceramente? Eu realmente não sei. Não queria voltar aqui sozinha e achei que talvez esse lugar se tornasse especial para você assim como é para mim. Pensei em suas palavras por alguns segundo. O lugar realmente era especial, mas queria lhe deixar claro o motivo.
-É especial, pois estou aqui com você. Eu não a olhava quando sussurrei estas palavras, tinha medo que por isso, ela não acreditasse na veracidade delas.
-Eu admiro muito que você esta fazendo por seu filho Carlisle. A cada dia vejo o grande homem que você está aprendendo a ser.
-Eu não tenho um passado que me dar muito orgulho. Disse sofregamente. Ela suspirou demoradamente e voltou a me olhar.
-Sabe o que Shakespeare dizia sobre o passado?... “ Atiramos o passado ao abismo - mas não nos inclinamos para ver se está bem morto.” Essa frase pode ser interpretada por dois ângulos, mas um em especial eu concordo. Deixamos sempre o passado para trás, mas isso não impediu que ele interferisse no futuro. Ele nunca vai estar morto, pois não verificamos se ele realmente havia morrido. Então só a uma saída... Fazer do presente o passado para nós lembrar no futuro. Levei alguns minutos para realmente entender o que ela queria dizer, mas não sabia o que ela queria chegar com isso.
-Sei que deve estar confuso, então vou direto ao ponto. Eu não sei realmente o que aconteceu no seu passado Carlisle. Mas eu quero, hoje no presente, fazer um passado de nós dois para o futuro.
Ela tem um bom senso de humor quando eu me sinto fraco, para baixo
E quando eu chego a ela quando o sol se põe
Ela rouba minha preocupação, rouba meu sofrimento
Rouba minha melancolia, pela noite, como uma ladra
Ela me dá amor, amor, amor, amor, louco amor
Ela me dá amor, amor, amor, amor, louco amor

Eu processei suas palavras novamente e dessa vez foi difícil acreditar.
Realmente foi o que entendi? Ela queria algum tipo de relacionamento comigo? Uma mulher tão admirável e meiga?
-Seu silêncio é perturbador. Disse olhando para o céu sem nenhuma estrela.
-Você está mesmo falando serio? Perguntei enervado. Diabos, meu coração parecia que ia saltar da boca. Lembrei-me de quando era jovem e ficava com vontade de vomitar ao estar nervoso. Seria constrangedor se isso acontecesse agora.
-Eu tenho cara de estar brincando? Perguntou seria, mas com os olhos divertidos.
-Esme, você é uma mulher tão... Boa. É meio difícil acreditar que você realmente queira alguma coisa comigo.
-Como eu disse Carlisle, eu não conheço o ‘você’ do passado. Eu apenas conheço o ‘você’ de agora. O cara que está tentando recuperar o amor de seu filho, que está aprendendo a ser pai novamente. E eu admiro esse homem, e não posso impedir que o sentimento mais intenso que apenas admiração, cresça dentro de mim. Ela segurava meu rosto entre suas pequenas mãos delicadamente, como se tivesse com medo de me quebrar. Eu olhava para seu rosto de anjo totalmente estarrecido. Meu coração parecia explodir em um sentimento que eu não sentia há anos. Era um sentimento diferente do que eu tinha por Edward ou por Thomas. E também, completamente diferente do que sentia por Eliza. Havia uma mistura de adoração, com admiração, amor e segurança. Havia amizade. Ela me queria em sua vida. Mas eu não poderia permitir isso assim, poderia? Daqui a algum tempo eu iria ter que cumprir com a lei e pagar por meus erros e como ela ficaria? Abandonada? Jogada no vento sem rumo?

Louco amor
Ela me dá amor, amor, amor, amor, louco amor
Sim, eu preciso dela durante o dia
Oh, mas eu preciso dela à noite
Sim, eu quero para jogar meus braços em volta dela
Beijá-la em meus braços, beijá-la num abraço apertado


-Não pense no passado agora Carlisle, e no futuro também não. Pense apenas no nosso agora, no momento que vamos viver agora, para nos lembrar no futuro. Eu não estou te pedindo um compromisso serio e permanente, estou pedindo apenas que se deixe ser feliz novamente e me faça feliz também.  Sem saber mais o que fazer, tomei seus lábios entre os meus em um beijo calmo e cheio de sentimentos. Ela estava me pedindo para amá-la sem me preocupar com o passado e nem com o futuro. Seria apenas nos dois. Agora. Éramos adultos, sabíamos lutar com as coisas da vida facilmente. Iríamos deixar acontecer, e se não desse certo cada um iria para seu lado, apenas com as lembranças agradáveis que teríamos. Mas na realidade, eu me sentia um adolescente apaixonado. Era muito mais intenso do que antes. O beijo era carinhoso, mas que com o tempo, foi tomado pelo desejo do momento. Minhas mãos estavam em todas as partes do seu corpo ao mesmo tempo, e as dela tinham lugar fixo, meus ombros. Ela parecia querer se segurar, como se a qualquer momento suas pernas fosse falhar.
-Vamos para outro lugar? Falou meio receosa.
-Acho que minha casa não seria esse lugar certo? Perguntei divertido. Eu estava em um estado de espírito maravilhoso.
-Com certeza não. Pode ser em minha casa, Alice disse que iria sair hoje à noite.

E quando eu estou retornando de tão longe
Ela me dá um pouco de doce amor, iluminando meu dia
Sim, isso me faz honrado, faz eu me sentir completo
E isso me faz maduro até a minha alma

Eu sentia que tudo para mim era uma segunda chance. O amor de meu filho. Meus futuros netos. E uma nova mulher. Mulher esta que estava nua em meus braços, completamente entregue aos meus carinhos. Não havia nada comparado a sensação de tê-la assim, tão perto, tão adoravelmente perto. Deitado por cima de seu corpo quente e suada, extremamente delicioso, estava me tirando à sanidade. Nesse momento eu era apenas um adolescente apaixonado, amando sua amada pela primeira vez. Penetrei seu corpo com toda a força do sentimento que estava dentro de mim, para transmitir-lhe ele da forma mais intensa possível. Os movimentos eram carinhosos e ligeiros, e ela parecia cada vez mais enlouquecida. E o mais incrível era que eu estava proporcionando isso. Eu poderia ouvir o som de seu coração batendo em um ritmo louco, ou talvez fosse o meu. Não sei dizer. Minhas mãos moldavam suas curvas femininas suavemente, mesmo com o suor preenchendo sua pele linda, eu tinha vontade de provar o sabor de toda sua pele. Os movimentos que eu fazia estavam cada vez mais rápido desesperados pela satisfação mútua. Senti sua boca quente em meu pescoço, distribuindo beijos com a boca aberta, onde sua língua macia tocava aquela pele, me fazendo delirar. Suas unhas estavam cravadas em minhas costas, como se ela tivesse medo que eu fugisse para algum lugar. Eu não faria isso. Aliás, eu não faria nada de errado para perder essa mulher que se entregava tão intensamente a mim.
-Olha como eu permito-me te amar. Sussurrei entre a respiração descompensada. Sentia-me completo com ela ali.  Sem passado. Com um futuro inserto. Mas com a certeza de que viveríamos o agora intensamente. O orgasmo atingindo-nos. Completos. Unidos. Saciados.

Ela me dá amor, amor, amor, amor, louco amor
Ela me dá amor, amor, amor, amor, louco amor
Ela me dá amor
Eu preciso de amor, amor, amor, amor, louco amor
Louco amor, louco amor, louco amor
                                    
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