segunda-feira, 4 de junho de 2012

A NOVA VIDA POR @OHYEAHROB #FANFIC #CAPÍTULO11



Capítulo 11

POV_BELLA

Não me deixaram ficar por muito tempo ali. Carlisle tentou me convencer a voltar para sua casa, mas eu não sairia de perto de Edward em nenhum momento. Os dias foram se passando lentamente, a primeira semana foi tortuosa. Maria sempre vinha para me fazer companhia. Às vezes Thomas vinha fazer uma visita e trazia flores compradas por Carlisle. Durante o dia eu ficava lá, o tempo todo, mas a noite eu era obrigada a ir para casa dormir. Eu não tinha sono, mas era só eu colocar uma das camisas dele que eu conseguia ter uma noite tranquila. Carlisle o visitava todos os dias também. Ele não falava, comigo, não falava com Maria e mal falava com Thomas. Ele estava sofrendo e isso era notável. Todos os dias de manhã eu fala para Edward sobre o tempo na cidade, sobre minha vida e sobre o bebê. Eu não sabia se ele ouvia, eu pedia que ele me desse um sinal, mas ele nada fazia. No primeiro dia da segunda semana, o Doutor Jacob me chamou para conversar.

-Eu não tenho uma notícia muito agradável para senhorita.
-O que houve? O que ele tem? Você já conversou com Carlisle? Perguntei assustada.
-Calma, eu estou conversando com você agora e depois eu vou falar com ele. É o seguinte, seu namorado bateu com a cabeça no chão, em uma área muito sensível do crânio. Nosso cérebro é formado por muitos milhões de neurônios. Os neurônios são células que tem braços longos e bem finos, e que quase se tocam. Quando o braço de um neurônio chega perto do outro, eles conversam. Então, um neurônio conversa com o outro, que conversa com vários outros e por ai vai. Eu estava entendendo, pelo menos até ai. -É assim que os neurônios fazem uma rede, em que a informação é passada e repassada entre vários deles formando uma grande rede que é chamada de rede neuronal. A cada vez que você aprende uma coisa nova ou vê alguma coisa no seu dia a dia, essa rede modifica. É isso que faz uma pessoa ter memória e aprender. Edward bateu forte com a cabeça, e isso fez com que a rede neuronal fosse perturbada e em alguns casos, o que é a situação dele, pode fazer que algumas memórias se percam.
-Você quer dizer que ele não vai se lembrar de nada? Não vai se lembrar de mim? Perguntei em um sussurro, sentindo meus olhos trasbordarem em lágrimas.
-É ai que está o problema. Com alguns exames, seriamos capazes de identificar a área afetada. Mas a situação e que não há nenhuma atividade cerebral. Eu sinto muito dizer, mas seu namorado só esta vivo por a causa dos aparelhos em que ele está ligado. Eu absorvia as palavras dele lentamente. Sem querer realmente entender. Ele estava dizendo que eu havia perdido o meu Edward? Mais uma vez? Não! NÃO! Eu sabia que ele estava vivo sim, ele ouvia cada palavra que eu dizia. Ele iria voltar para mim, eu tinha certeza disso. Eu tinha que ter.
-VOCÊ NÃO VAI MATAR MEU EDWARD! Gritei querendo ir para cima daquele moreno desgraçado. Meu corpo tremia, mas eu o obriguei a ir até o quarto dele. Corri pelos corredores, ignorando o chamado do doutor Jacob, e entrei pela porta. Ele estava lá, quietinho, como se fosse uma criança dormindo. Aproximei-me dá cama, segurei seu rosto frágil entre minhas mãos, minhas lagrimas de por sua bochecha. Eu sentia seu corpo quente, ele não podia estar morto, ainda transmitindo seu calor.
-É preciso senhorita. Disse aquela voz nojenta.
-NÃO. - Gritei. Eu sentia o corpo de Edward mais quente que o normal. Podia sentir também, o sangue correndo rápido por suas veias. O monitor ao lado do seu corpo estava acelerado, seu coração estava batendo rápido. O meu também. Olhei para seu corpo, procurando algum vestígio de qualquer coisa, quando eu ouvi.
-Bella. Era um sussurro fraco, rouco. Mas era ele. Ele estava ali, vivo, de volta para mim e para meu bebê. Sorri, ainda com os olhos cheios de lágrimas e segurei sua mão.
-Edward! Eu estou aqui meu amor.
-Bella. Mesmo depois das palavras de Jacob, Edward ainda se lembrava de mim. Sua memória com lembranças nossas estava intacta. Eu estava em júbilo. Olhei para o rosto de Jacob com ódio. O idiota queria matar meu namorado. Ele estava errado, que tipo de medico era ele? Deixei minhas dúvidas de lado na hora que três policiais entraram no quarto acompanhado do Sam, amigo de Carlisle.
-Senhor Jacob Black, você está preso por falsificação de documentos e uso irregular do certificado adquirido de medicina. Tem o direito de ficar calado e se não pagar advogado, o governo providenciara um. Eu estava em choque, olhando para os homens algemando o médico e o levando para fora. Sam olhava para Edward em choque, e foi ai que eu senti um leve aperto em minha mão. Olhei para ele, que estava com a face levemente corada e os olhos semicerrados. Havia um pequeno sorriso de vitória em seus lábios. Ele chorava, e continuava a apertar minha mão suavemente. Enxuguei suas lágrimas com a ponta dos dedos, e senti seus lábios na palma de minha mão, na hora que sua cabeça inclinou para o lado.
-Eu não acredito nisso. Sussurrou Sam em choque.
-Avise Carlisle, ele precisa saber da novidade.  Ele tinha o direito de saber, era o pai.
-Acho que ele realmente precisa de uma boa notícia. Disse meio tenso.
-O que houve? Perguntei preocupada.
-Thomas passou mal e está tomando soro aqui mesmo.
-O que ele tem? Perguntei preocupada, já havia me apegado ao garoto.
-Ele tem uma doença de pele.
-Hum. Murmurei tristemente. Voltei minha atenção para Edward e sorri ao ver a forma que ele me olhava. Mesmo com os olhos quase fechados, seu olhar transmitia amor, devoção e admiração. Acariciei seu rosto carinhosamente, vendo-o fechar os olhos completamente. Dei um beijo suave em sua bochecha e sussurrei em seu ouvido:
-Bem vindo de volta, amor.  O sorriso que recebi foi estimulante. Eu não estava pronta para ir agora. Mas tinha que ver Thomas, falar para Carlisle sobre Edward e ligar para Esme e Alice.
-Com licença. Disse uma voz suave. Uma mulher alta e com longos cabelos negros entrou pela porta, recebendo um olhar de admiração de Sam.
-Sou a Safrina Trager e vou assumir a paciente a partir de agora. Disse com um sorriso simpático. -Há quanto tempo o paciente acordou?
-Já faz uns dez minutos, mas agora ele voltou a dormir.
-Tudo bem, é normal, ele deve estar cansado mesmo.
-Doutora...
-Apenas Safrina, querida.
-Certo Safrina. O outro médico Jacob, disse que ele teria a chance de perder parte da memória por causa do acidente. Isso está correto? Ela olhava alguns papeis atentamente e eu torcia meus dedos esperando ansiosa por uma resposta.
-Bom, aqui no prontuário diz que isso é possível sim. Mas teremos que fazer novos exames. Eu não confio muito na capacidade  de Jacob Black. Você pode ir para casa querida, vamos levá-lo para fazer exame e ele só será liberado de noite.
-Tudo bem. Disse contra gosto.
-Vou deixar você se despedir. Até mais ver.
-Até mais. Esperei ela sair porá a fora, acompanhada de Sam e voltei minha atenção ele.
Sua expressão era serena. Ele estava calmo e com um pequeno sorriso nos lábios. Toquei seu rosto suavemente, acariciando as bochechas, o nariz e os lábios. Distribui beijos por todo o seu rosto, com o coração apertado por estar me despedindo, temporariamente.
-Até logo meu amor. Descanse que eu volto para te ver mais tarde. Eu amo você. Dei um leve beijo em seus lábios e sair à procura de Carlisle. Fui em direção à pediatria, mas antes iria ligar para casa. O celular já estava com dez ligações perdidas. No primeiro toque, ouço a voz desesperada de Alice.
-Não ouse deixar de atender esse telefone Isabella, ou irá se arrepender depois.
-Calma Alice. Desculpe-me, mas eu esqueci.
-Me conta tudo, o telefone está no viva-voz. O que aconteceu?
-Ele saiu do coma. Disse com a voz feliz.
-Oh, graças a Deus. E como ele está?
-Não sei direito. Aconteceram tantas coisas.
-Você está bem Bella, está cuidando do nosso bebê? Perguntou Esme.
-Sim Esme, estamos bem. Agora, melhor que nunca.
-Certo querida, não deixe de ligar.
-Pode deixar, eu ligo em breve.
-Bella... Como está... Carlisle? Perguntou hesitante.
-Humn... Dona Esme... Por que o interesse? Perguntei divertida.
-Horas menina, eu só quero saber.  Disse com falsa indignação. Ouvi a gargalhada de Alice ao fundo.
-Eu vou falar com ele agora. Depois mando notícias. Ok?
-Está bem. Cuida-se. Eu já estava na porta da pediatria quando o vi, sentado em um banco, com a cabeça entre as mãos.
-Carlisle? Chamei, tocando seu ombro. Ele levantou a cabeça e seus olhos estavam inchados. Sentei ao seu lado, preocupada com seu estado. -Como está Thomas?
-Ele já está bem. Foi apenas uma queda de pressão. Disse com a voz cansada. -Já prenderam aquele vagabundo?
-Como soube sobre ele? Perguntei em dúvida.
-Eu quero o melhor profissional cuidando da saúde de meu filho. Pedi para Sam fazer a ficha completa dele para saber se ele tinha competência para esse tipo de trabalho. Foi ai que descobriram.
-Sim, já o prenderam antes que fizesse uma loucura. Falei aliviada.
-Que tipo de loucura? Perguntou tenso.
-Ele queria desligar os aparelhos de Edward.  Disse em um sussurro.
-ELE O QUÊ? Gritou Carlisle se levantando.
-Comporte-se senhor. Disse uma enfermeira baixinha e gorda. Carlisle voltou a se sentar ao meu lado me olhando em pânico.
-O que Edward tem? O que falaram? Pediu desesperado.
-Calma. Ele acordou. Não tinha motivo para enrolar. Era dar a notícia e ver a reação. Carlisle deixou seu corpo relaxar na cadeira e fechou os olhos. Havia um sorriso enorme em seu rosto, as lágrimas transbordavam mesmo com os olhas fechados.
-Eu quero vê-lo. Preciso ver ele. Disse rindo e chorando ao mesmo tempo. Nessa hora eu vi a força que ele estava fazendo para recuperar seu filho. Assustei-me na hora em que ele me abraçou apertado. -Obrigado Isabella, você é essencial para a vida de meu filho. Obrigado por me ajudar.
-Não foi nada. Ele está fazendo alguns exames, mas vá esperar ele lá que eu fico com o Thomas. Não foi preciso pedir duas vezes, logo vi Carlisle sumir entre as portas. Fui até o quarto de Thomas, encontrando o mesmo chorando silenciosamente.
-O que foi pequeno? Perguntei.
-Eu estou com medo Bella. - Disse coçando os olhinhos vermelhos.
-Medo do que criança? Perguntei me sentando ao seu lado na cama, alisando seus cabelos loiros.
-Papai está triste por causa do Edward. Eu estou dodói igual ao Anthony e tenho medo de morrer que nem ele. Não quero deixar papai sozinho, ele está tão triste.
-Ei, não precisa ficar assim não. Você vai ficar bem. O Edward já está bem. Ele acordou sabia?
-Verdade? Perguntou sorrindo entre as lágrimas.
-Sim. Agora você precisa ficar quietinho para melhorar logo e ir visitá-lo.
-Você fica aqui comigo até eu dormir? Pediu manhoso.
-Claro. Sentei-me ao seu lado e logo ele se deitou em meu colo. Alisei seu cabelo calmamente, ansiosa para que meu pequeno bebê crescesse logo.

POV_CARLISLE

Eu me sentia cansado. Cansado de mim, dos meus erros, da minha burrice e da vida medíocre que eu levava. Eu não queria ficar em casa, queria ficar ao lado de Edward o tempo todo, mas quando Maria ligou desesperada dizendo que Thomas estava mal,  fui correndo para casa. Eu havia dividido meu tempo entre ele e Edward. Durante o fim da tarde e a noite, eu ficava no hospital para Isabella ir dormir e durante o dia, eu ficava com Thomas. Brincávamos juntos, eu o ajudava com as coisas da escola. Os programas de pai e filho que fazíamos, eram os mesmos da época de Edward. Só agora que eu havia percebido a burrada que havia feito. Toda minha frustração eu derrubei em cima daquele menino inocente. Ele não tinha culpa da mãe que tinha, e eu agi feito um idiota.
Thomas apenas precisou tomar soro, pois a pressão havia baixado. Fique sentando lá, me sentindo sozinho. Seco de amor e carinho. Eu perdia a melhor coisa que a vida me deu um dia. O amor de meu filho. Não impedi as lágrimas de descer por meus olhos. Senti um movimento ao meu lado e uma pequena mão quente em meus ombros. Isabella. Meu filho tinha muita sorte em ter uma moça como ela.
-Carlisle. Como está Thomas? Perguntou carinhosamente.
-Ele já está bem. Foi apenas uma queda de pressão. Disse frustrado. Eu me sentia culpado por tudo isso. -Já prenderam aquele vagabundo?
-Como soube sobre ele? Disse ela e eu tomei aquilo como um sim.
-Eu quero o melhor profissional cuidando da saúde de meu filho. Pedi para Sam fazer a ficha completa dele para saber se ele tinha competência para esse tipo de trabalho. Foi ai que descobriram. -Eu não queria qualquer médico para cuidar dele. Indicaram-me doutora Safrina e ela realmente era uma profissional de qualidade.
-Sim, já o prenderam antes que fizesse uma loucura. Disse ela com estranha alegria. Mas suas palavras me deixaram em dúvida.
-Que tipo de loucura?
-Ele queria desligar os aparelhos de Edward. Disse ela em  um sussurro tenso.
-ELE O QUÊ? O sangue ferveu em minhas veias. Explodi, sentindo a ria me dominar.
-Comporte-se senhor. Disse uma senhora rudemente. Voltei a me sentar ao seu lado. Merda será que a situação dele havia piorado? Olhei em pânico para a menina que havia aprendido a gostar e respeitar, pedindo por respostas.
-O que Edward tem? O que falaram?
-Calma. Ele acordou. Senti todo meu corpo relaxar. Era como seu um peso enorme fosse tirado de meus ombros. Uma alegria desenfreada tomou conta do meu ser. Meu filho, ele havia voltado, a vida havia me dado uma chance. As lágrimas no meu rosto agora, era de felicidade. Mas eu não sabia se ria ou chorava. Peguei a pequena menina em meus braços, agradecendo por ela ter aparecido na vida fadiga do meu filho. Eu tinha certeza, ele voltou por ela e para ela.
-Eu quero vê-lo. Preciso ver ele. Obrigado Isabella, você é essencial para a vida de meu filho. Obrigado por me ajudar.
-Não foi nada. Ele está fazendo alguns exames, mas vá esperar ele lá que eu fico com o Thomas. Sim eu iria. Corri pelos corredores, ansioso para encontrar meu filho vivo novamente. Seu quarto estava vazio e uma das enfermeiras avisou que ele não havia terminado os exames médicos. Depois de quase meia hora, voltaram com ele deitado em uma maca e o depositaram na cama. Seus olhos estavam fechados, mas sua expressão era tranqüila. Seu corpo já não estava ligado àqueles montes de aparelhos. Toquei naqueles cabelos que nunca tinham lugar certo para ficar e fiquei admirando a face suave de meu filho. Meu menino. Sim, ele era meu. Mesmo que não fosse filho de sangue, e não tivesse meu DNA em seu corpo e sim o de Aro, ele nunca seria seu pai. Ele nunca o amou ou ira amar da maneira que eu amo. Mesmo sendo de uma forma torta, e fazendo as coisas erradas, eu o amava. Verdadeiramente.
-Bella. O sussurro da voz rouca fez meu coração acelerar. Seus olhos se abriram lentamente, para se acostumar com a luz local.
-Edward? Filho sou eu. Ele me olhou em dúvida e nada falou. Eu já entendia, ele tinha ódio de mim. Por minha culpa ele estava ali. Mas eu me redimiria, eu me ajoelharia em seus pés se fosse preciso.
-Eu preciso que me perdoe filho, eu vou fazer certo dessa vez. Eu não vou errar novamente. Disse entre as lágrimas.
-Chama a Bella. Pediu desesperado. Seus olhos estavam cheios de lágrimas também. Os soluços escapavam de minha garganta sem parar. Ele parecia estar com medo de mim. Eu não iria agüentar mais essa dor.  Sair pela porta apressado e esbarrei em Bella.
-O que houve, pelo amor de Deus? Ela perguntou assustada.
-Ele quer você, não quer me ver. Sai dali correndo, sem realmente saber para onde ir.

POV_EDWARD

Ela sempre falava comigo, dizia que o dia estava ensolarado e que queria que eu voltasse logo. Ela dizia que “eles” precisavam de mim. Mas eles quem? Eu queria voltar para ela. Para o “eles” que ela dizia. Sempre sua voz suave entrava por mim, me transmitia calma e paz. Depois de um tempo eu ouvi outras vozes também. Elas falavam de medicamentos e injeções. A compreensão me tomou. Eu estava em coma, mas como eu havia parado ali? Eu não conseguia me lembrar de muita coisa. Eu me lembrava dela, e de nossos momentos, mas o resto era um borrão escuro. Eu ouvia um homem pedindo perdão. Mas aquela voz era desconhecida. Eu tina medo, e queria que ele se afastasse de mim. Ele chorava e segurava minha mão. Sua dor era quase papável. Mas ele sempre ia embora e um vazio se formava dentro de  mim. Ouvi quando a porta abriu ruidosamente e um choro desesperado que eu conhecia muito bem. O cheiro de morangos preencha o ambiente e eu queria saber por que Bella estava desesperada. Ela chorava, eu sentia as lágrimas molhar meu próprio rosto. Eu queria dizer que estava tudo bem, mas não tinha voz. Ela segurava meu rosto com força, mas eu não sentia dor.
-É preciso senhorita. Ouvi uma voz grossa dizer.
-NÃO.  Gritou ela. Eu sentia seu próprio desespero. Deixava-me louco senti-la assim. Eu tinha vontade de gritar. Forcei meu corpo a reagir e forcei as palavras a saírem. Começava a doer, eu sentia a agulha em meus braços, alguma coisa incomodava minha respiração, pois havia um fio dentro de meu nariz. A dor era tão grande que eu estava com medo de não agüentar. Eu queria sentir as mãos de Bella sobre mim. Queria que ela me confortasse. Com toda a força que eu tinha dentro de mim, forcei as palavras a saírem.
-Bella.

Eu sentia como se estivesse de volta ao meu corpo. Eu tinha cada dor, sensação, sentido. Tudo estava presente novamente. Eu sentia o cheiro dela, a presença dela. Eu queria ouvir sua voz. Ela precisava falar mais. Tinha que ter certeza que ela estaria ali realmente.
-Bella. Disse sentindo toda minha garganta protestar de dor. Eu queria água, minha boca estava seca. Senti o toque quente e suave de sua mão na minha, sua voz linda se fez presente naquele local.
-Edward! Eu estou aqui meu amor.  Era ela. Ela estava ali. Meu pequeno anjo encarnado. Eu não tinha força para abrir os olhos mais eu queria ver seu rosto de anjo. Precisava saber se estava tudo ali novamente. Senti o ar mudar. Alguém havia aberto à porta as pressas. Ouvi vozes e fiquei assustado. O que estava acontecendo ali? Eu queria me levantar, pegar minha menina nos braços e protegê-la, seja lá do que estivesse ali.
-Senhor Jacob Black, você está preso por falsificação de documentos e uso irregular do certificado adquirido de medicina. Tem o direito de ficar calado e se não pagar advogado, o governo providenciara um. Não entendia o que acontecia ali. Eu estava perdido. Forcei minhas pálpebras a se abrir e a luz ardeu em meus olhos. Mas me obriguei a ficar assim, para entender a movimentação que acontecia. Um homem que eu nunca havia visto antes me olhava em choque, paralisado. Olhei para os lados, procurando ela, que estava de costas. Apertei sua mão com toda a força que eu tinha, implorando para que ela me permitisse olhar em seu mar de chocolates. Como eu sabia dessas coisas? Eu não sabia, eu apenas sentia. Ela me olhou e eu sorri, satisfeito por poder olhar para seus olhos castanhos claros. As lágrimas saiam por meu rosto sem autorização expressa. Mas eu não chorava de tristeza, e sim de alegria. Deus. Ela estava ali, eu sentia que precisava dela mais que tudo. Eu estava confuso, eu não me lembrava de muita coisa, de como eu vim para aqui. Mas eu simplesmente lembrava que eu precisava dela ao meu lado. Senti seus dedos quentes em minha bochecha, enxugando as lágrimas e minha boca salivou para sentir o sabor de sua pele. Com muita força virei minha cabeça para o lado e beijei sua palma suavemente.
-Eu não acredito nisso. Disse o homem ainda em choque.
-Avise Carlisle, ele precisa saber da novidade.  Ela falava ainda olhando diretamente para meus olhos. Eu não sabia do que eles falavam, mas eu não me importava com isso.
-Acho que ele realmente precisa de uma boa notícia. Disse o homem com o olhar preocupado. Eles conversavam sobre outra pessoa, Thomas, lembro-me vagamente dele. Tinha a memória de uma criança, mas era como se seu rosto estivesse embaraçado. Mas eu não me importei com isso. Tudo que importava era e menina. Eu queria dizer que amava ela, mas minha boca estava seca demais. Eu me sentia sem força nenhuma.
-Bem vindo de volta, amor. Eu sorri, satisfeito com suas palavras.
-Com licença. Disse uma mulher entrando pelo quarto e parando ao meu lado, de frente para Bella. Eu não tinha mais forças. Fechei meus olhos, ainda assustado, com medo de não voltar mais a acordar. Mas o cansaço era tanto, que eu apenas escutava as palavras, esperando que o sono me tomasse por completo.
-Sou a Safrina Trager e vou assumir o paciente a partir de agora. Há quanto tempo o paciente acordou? Eles continuavam com o diálogo sobre perda de memória e coisas do tipo, mas eu não prestava atenção. Sentia-me cansado e confuso. O silêncio reinou por alguns instantes e logo sentia algo quente em meu rosto. Era suave, delicado e sensível. Era Bella. Seus lábios e dedos estavam por todo meu rosto e agora eu sentia que poderia dormir tranqüilo.
-Até logo meu amor. Descanse que eu volto para te ver mais tarde. Eu amo você. Pois quando eu acordasse, ela estaria ali para me receber novamente. Acordei com a voz desesperada de um homem. Havia uma mão em meu cabelo. O toque era calmo e suave, me fazia sentir tranquilo. Mas não era o toque de Bella, e eu queria apenas ela. Pois eu só a tinha. Não é?
-Bella. Pedi ao homem que estava ali. Forcei meus olhos a se abrirem e vi o homem de cabelos loiros  e com os olhos inchados e vermelhos que me olhava com desespero.
-Edward? Filho sou eu. Filho. Eu não me lembro de ter um pai. Ou até uma mãe. Eu me sentia confuso. Estava tudo negro em minha memória. Eu forçava as lembranças a voltarem, mas era tudo um borrão escuro. Como a escuridão que eu fiquei. Aquele homem desesperado estava me assustando. Eu tinha medido o que ele dizia.
-Eu preciso que me perdoe filho, eu vou fazer certo dessa vez. Eu não vou errar novamente.  Disse entre as lágrimas. Eu senti uma estranha afeição por ele. Queria acalmá-lo e dizer que estava tudo bem. Mas isso não era verdade. Aquele homem que me chamava de filho era completamente estranho para mim. Mas eu confiava nele, pois seus olhos demonstravam felicidade, carinho, arrependimento e amor. Mesmo não me lembrando do homem que provavelmente era meu pai, eu tinha uma estranha afeição por ele. A única coisa que eu conseguia lembrar era da voz doce e suave da menina. Quando meu corpo estava inconsciente na cama, seus carinhos gentis traziam a imagem de uma bela jovem de olhos castanhos e sorriso encantador. E ao abrir os olhos e vê-la, sabia que fazia parte do meu passado quase todo escuro. Ela era o único feixe de luz. E eu a amava incondicionalmente. A parte escura do meu passado era um buraco, apenas um borrão, como se minha mente se fechasse de lembranças tristes. Eu a queria aqui. Eu precisava dela. Mesmo os estranhos sentimentos por este homem, eu estava assustado e queria ficar tempo para pensar.
-Chama a Bella. Pedi sentindo as lágrimas sair por meus olhos. Eu tinha medo, minha cabeça doía muito e eu não sabia o que fazer. Porque tudo estava escuro em minha mente? O homem saiu pela porta rapidamente e eu suspirei mais aliviado com isso. Logo, senti o cheiro suave de morangos e me senti calmo novamente. Eu estava em casa, pois era ao lado da menina que eu devia ficar.

POV_BELLA

Entrei assustada no quarto e encontrei-o com lágrimas nos olhos, mas com a expressão aliviada.
-Está se sentindo bem? Perguntei ternamente.
-Eu estou com medo.  Sussurrou ele.
-Medo de que? Perguntei preocupada.
-Eu não sei nada sobre mim. Bom, pelo menos algumas coisas. Porque aquele homem me chama de filho? Eu tenho uma mãe também. Ai. Meu. Deus. Seria pior do que eu esperava. Ele se lembrava de mim, mas não do passado.
-Você se lembra de mim como? Perguntei confusa.
-Eu não sei explicar. Eu me lembro de você, mas não do passado, eu só sei que você é minha, que eu te amo. Eu estou confuso. Não quero pensar nisso agora. Ele estava agitado, olhando para os lados desesperado como se procurasse uma resposta. Segurei seu rosto entre as mãos calmamente.
-Está tudo bem. Calma. Eu vou ajudar você. Fique calmo. Por favor. Aos poucos sua respiração foi se acalmando e seus olhos pesando.
-Não me deixe dormir novamente.
-Descanse meu amor, eu vou estar aqui quando você acordar. Sim. Eu estaria. Não teria quem me tiraria daqui essa noite. Após Edward finalmente conseguir dormir, uma das enfermeiras disse que Safrina me esperava em sua sala. Carlisle já estava lá, provavelmente seria o resultado do exame.
-Bom, os resultados saíram e realmente existe uma área do cérebro dele afetada.
-Ele não se lembra de nada. Nem de mim.  Disse Carlisle tristemente.
-Eu falei com ele. Ele disse que se lembra de mim, mas não têm memórias de nós dois juntos. Apenas sabe que sou especial para ele.
-Vocês são namorados, correto? Perguntou ela.
-Sim.
-Bom, a relação de vocês me parece bem intensa. Isso explica, em partes, o que a  memória dele registrou. Lembranças felizes. Você faz bem para ele, e isso ficou registrado. O resto, principalmente lembranças tristes, foi apagado. Completamente. Ouvi o suspiro de Carlisle ao meu lado, mas não o olhei.
-Quais são as chances dele se lembrar das coisas. Perguntou ele.
-Muito difícil. Principalmente se a vida dele foi de alguma forma traumatizante. Ele pode se lembrar das pessoas, mas será difícil fazer a mente trazer de volta, datas, fatos lembranças de acontecimentos passados.
-O que devemos fazer para ele se lembrar das pessoas? Perguntei, pois Carlisle estava paralisado.
-Volte a fazer coisas que vocês faziam antes, vá a lugares representativos para ele. Coisas do gênero.
-Certo. Obrigado Safrina. Agradeceu Carlisle um pouco tenso e distante. Saímos da sala dela e andamos pelos corredores em silêncio.
-Isabella, você fica aqui por enquanto que eu vou providenciar uma coisa que ira ajudar Edward.
-Tudo bem. Voltei para o quarto e ele ainda dormia. Suavemente deitei meu corpo ao lado do dele e o abracei protetoramente. Assustei-me com o barulho chato do telefone tocando e me levantei as presas para não acordar Edward. Fiquei do lado de fora, conversando com Alice por um bom tempo. Quando ela finalmente me deixou desligar, senti uma súbita fraqueza me atingir. Tudo estava rodando e só não cai no chão, porque varias mãos estavam em meu corpo. Acordei deitada em uma cama e com algumas enfermeiras ao meu redor.
-Como se sente moça?
-Eu estou bem. Eu acho. Ainda estava tonta e  um pouco de enjoada.
-Está se alimentando bem? Perguntou uma delas.
-Sim. Merda! Eu acho que já está na hora de procurar um médico.
-Médico para que? Você está sentindo alguma coisa diferente?
-Eu estou grávida. Disse com um sorriso enorme.
-Oh. Que ótimo. Parabéns querida. Bem que eu notei a barriginha. Alisei minha barriga e realmente dava para notar uma diferença mínima. Pouca, mas notável.
-Eu posso te ajudar com o médico. Temos aqui entre nós a melhor ginecologista do hospital.
-Eu sou Jane Volturi. Vamos até a minha sala para fazermos um ultrassom. Acompanhei a médica que parecia uma criança e ela me auxiliou na hora que colocar aquelas roupas estranha. Deitei-me na cama e olhei para o monitor em expectativa, queria tanto a presença de Edward aqui. Será que ele ficaria feliz em receber a notícia.
-Bom, vamos lá. Não dá para ver muita coisa. Apenas vamos ver se está tudo bem com o feto. Eu olhava para a mancha preta, sem saber onde estava meu filho. Fiquei assustada com a expressão de espanto no rosto de Jane, ela olhava atentamente, com uma ruga na testa.
-Acho que tenho uma novidade. Disse me olhando hesitante.
-O que? Perguntei preocupada.
-Você vai ter gêmeos.

POV_CARLISLE

Eu estava assustado e confuso. Mas não deixaria o pânico me dominar. Após saber que Edward poderia se lembrar de mim, um fio de esperança cresceu dentro de mim. Eu lutaria para fazer ele se lembrar de mim. Mas ao mesmo tempo eu fiquei assustado. Seria melhor ele não se lembrar de mim e aprender a me amar com o tempo, ou fazê-lo se lembrar de mim e de todas as coisas que passou por minha causa? Eu não saberia o que fazer. Eu iria deixar que ele se lembrasse das coisas boas. De seus amigos e tudo o que ele deixou no passado. Em Forks. Thomas iria receber alta hoje, então eu o levei para casa. Sam já me esperava lá para conversarmos.
-O que deseja amigo? Perguntou ele.
-Eu quero que você consiga comprar minha antiga casa em Forks, pague o preço que for preciso. Se eles não aceitarem, ofereça o dobro, triplo o que for preciso. Explique que  preciso da casa para cuidar da doença de meu filho.
-Vou providenciar isso agora mesmo Carlisle. Até mais ver. Fui até o quarto de Thomas, ele brincava no meio de um monte de brinquedos. Havia contratado uma decoradora para arrumar o quarto e em pouco tempo ele estava pronto.
-Ei campeão.
-Oi papai.  Eu ainda sentia todo meu corpo tremer ao ouvi-lo me chamar de pai.
-Tenho uma novidade.
-O que é?
-Nós vamos nós mudarmos para outra casa.
-Serio? Que legal. Por quê?
-Porque vai ajudar o Edward  a sarar.
-O Edward vai?
-Sim, ele vai também.
-Que legal pai. E quando nós vamos.
-O mais rápido possível. Logo, logo vamos fazer sua mala. Agora fique ai brincando quietinho que eu vou lá ao hospital ver se a Bella quer dormir um pouco.
-Tá bom papai. Eu te amo. Fiquei em choque, olhando para aquele pedaço de gente dizendo que me amava. Era a melhor sensação do mundo. Sentir-me amado, querido por alguém tão importante. Só faltava reconquistar o Edward para eu ter uma vida normal.

POV_BELLA

Gêmeos! Eu teria dois pequenos Edwards correndo pela casa. Seria duas meninas, dois meninos ou um casal? Eu preferia que fossem dois meninos. Ter três Edwards seria a melhor coisa que poderia acontecer. Fui conversar com Safrina, perguntar se eu deveria contá-lo sobre a gravidez. Ela disse que seria ótimo para ele. Uma notícia boa. Mas eu tinha medo, pois eu não sabia como seria de agora em diante. Estava sentada ao lado de Edward, que dormia tranquilamente, quando Carlisle entrou com a expressão pensativa.
-Isabella com ele está?
-Bem mais calmo, agora. O senhor disse que iria fazer alguma coisa que para ajudá-lo, o que é? Perguntei me sentindo invasiva.
-Eu estou comprando a antiga casa em que morávamos, nós mudaremos para lá. Senti como se uma faca entrasse em meu peito. Ele iria me separar de Edward novamente? NÃO. Eu não iria suportar isso. Eu e os bebês precisávamos de Edward. Ele precisava de mim.
-Você não pode me separar dele novamente. Pedi desesperada entre as lágrimas.
-Isabella se acalma. Eu não...
-Carlisle... Edward precisa de mim e eu dele. Eu estou grávida do Edward. Carlisle estava parado em choque, olhando para o rosto de Edward. Olhei também e o vi cheio de lágrimas, olhando para mim sorrindo.
-Você está esperando um filho meu? Vamos ter um bebê?


                                             Todos os capítulo Aqui.

1 comentários:

ownt muito lindo
mais lindo ainda ultima parte *-*

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