Capítulo 11
POV_BELLA
Não me deixaram ficar por muito tempo
ali. Carlisle tentou me convencer a voltar para sua casa, mas eu não sairia de
perto de Edward em nenhum momento. Os dias foram se passando lentamente, a primeira
semana foi tortuosa. Maria sempre vinha para me fazer companhia. Às vezes
Thomas vinha fazer uma visita e trazia flores compradas por Carlisle. Durante o
dia eu ficava lá, o tempo todo, mas a noite eu era obrigada a ir para casa
dormir. Eu não tinha sono, mas era só eu colocar uma das camisas dele que eu conseguia
ter uma noite tranquila. Carlisle o visitava todos os dias também. Ele não
falava, comigo, não falava com Maria e mal falava com Thomas. Ele estava
sofrendo e isso era notável. Todos os dias de manhã eu fala para Edward sobre o
tempo na cidade, sobre minha vida e sobre o bebê. Eu não sabia se ele ouvia, eu
pedia que ele me desse um sinal, mas ele nada fazia. No primeiro dia da segunda
semana, o Doutor Jacob me chamou para conversar.
-Eu
não tenho uma notícia muito agradável para senhorita.
-O
que houve? O que ele tem? Você já conversou com Carlisle? Perguntei assustada.
-Calma,
eu estou conversando com você agora e depois eu vou falar com ele. É o
seguinte, seu namorado bateu com a cabeça no chão, em uma área muito sensível
do crânio. Nosso cérebro é formado por muitos milhões de neurônios. Os
neurônios são células que tem braços longos e bem finos, e que quase se tocam.
Quando o braço de um neurônio chega perto do outro, eles conversam. Então, um
neurônio conversa com o outro, que conversa com vários outros e por ai vai. Eu
estava entendendo, pelo menos até ai. -É assim que os neurônios fazem uma rede,
em que a informação é passada e repassada entre vários deles formando uma
grande rede que é chamada de rede neuronal. A cada vez que você aprende uma
coisa nova ou vê alguma coisa no seu dia a dia, essa rede modifica. É isso que
faz uma pessoa ter memória e aprender. Edward bateu forte com a cabeça, e isso
fez com que a rede neuronal fosse perturbada e em alguns casos, o que é a
situação dele, pode fazer que algumas memórias se percam.
-Você
quer dizer que ele não vai se lembrar de nada? Não vai se lembrar de mim? Perguntei
em um sussurro, sentindo meus olhos trasbordarem em lágrimas.
-É
ai que está o problema. Com alguns exames, seriamos capazes de identificar a
área afetada. Mas a situação e que não há nenhuma atividade cerebral. Eu sinto
muito dizer, mas seu namorado só esta vivo por a causa dos aparelhos em que ele
está ligado. Eu absorvia as palavras dele lentamente. Sem querer realmente
entender. Ele estava dizendo que eu havia perdido o meu Edward? Mais uma vez?
Não! NÃO! Eu sabia que ele estava vivo sim, ele ouvia cada palavra que eu
dizia. Ele iria voltar para mim, eu tinha certeza disso. Eu tinha que ter.
-VOCÊ
NÃO VAI MATAR MEU EDWARD! Gritei querendo ir para cima daquele moreno
desgraçado. Meu corpo tremia, mas eu o obriguei a ir até o quarto dele. Corri
pelos corredores, ignorando o chamado do doutor Jacob, e entrei pela porta. Ele
estava lá, quietinho, como se fosse uma criança dormindo. Aproximei-me dá cama,
segurei seu rosto frágil entre minhas mãos, minhas lagrimas de por sua
bochecha. Eu sentia seu corpo quente, ele não podia estar morto, ainda
transmitindo seu calor.
-É
preciso senhorita. Disse aquela voz nojenta.
-NÃO.
- Gritei. Eu sentia o corpo de Edward mais quente que o normal. Podia sentir
também, o sangue correndo rápido por suas veias. O monitor ao lado do seu corpo
estava acelerado, seu coração estava batendo rápido. O meu também. Olhei para
seu corpo, procurando algum vestígio de qualquer coisa, quando eu ouvi.
-Bella.
Era um sussurro fraco, rouco. Mas era ele. Ele estava ali, vivo, de volta para
mim e para meu bebê. Sorri, ainda com os olhos cheios de lágrimas e segurei sua
mão.
-Edward!
Eu estou aqui meu amor.
-Bella.
Mesmo depois das palavras de Jacob, Edward ainda se lembrava de mim. Sua
memória com lembranças nossas estava intacta. Eu estava em júbilo. Olhei para o
rosto de Jacob com ódio. O idiota queria matar meu namorado. Ele estava errado,
que tipo de medico era ele? Deixei minhas dúvidas de lado na hora que três
policiais entraram no quarto acompanhado do Sam, amigo de Carlisle.
-Senhor
Jacob Black, você está preso por falsificação de documentos e uso irregular do
certificado adquirido de medicina. Tem o direito de ficar calado e se não pagar
advogado, o governo providenciara um. Eu estava em choque, olhando para os
homens algemando o médico e o levando para fora. Sam olhava para Edward em
choque, e foi ai que eu senti um leve aperto em minha mão. Olhei para ele, que
estava com a face levemente corada e os olhos semicerrados. Havia um pequeno
sorriso de vitória em seus lábios. Ele chorava, e continuava a apertar minha mão
suavemente. Enxuguei suas lágrimas com a ponta dos dedos, e senti seus lábios
na palma de minha mão, na hora que sua cabeça inclinou para o lado.
-Eu
não acredito nisso. Sussurrou Sam em choque.
-Avise
Carlisle, ele precisa saber da novidade. Ele tinha o direito de saber, era o pai.
-Acho
que ele realmente precisa de uma boa notícia. Disse meio tenso.
-O
que houve? Perguntei preocupada.
-Thomas
passou mal e está tomando soro aqui mesmo.
-O
que ele tem? Perguntei preocupada, já havia me apegado ao garoto.
-Ele
tem uma doença de pele.
-Hum.
Murmurei tristemente. Voltei minha atenção para Edward e sorri ao ver a forma
que ele me olhava. Mesmo com os olhos quase fechados, seu olhar transmitia
amor, devoção e admiração. Acariciei seu rosto carinhosamente, vendo-o fechar
os olhos completamente. Dei um beijo suave em sua bochecha e sussurrei em seu
ouvido:
-Bem
vindo de volta, amor. O sorriso que
recebi foi estimulante. Eu não estava pronta para ir agora. Mas tinha que ver
Thomas, falar para Carlisle sobre Edward e ligar para Esme e Alice.
-Com
licença. Disse uma voz suave. Uma mulher alta e com longos cabelos negros
entrou pela porta, recebendo um olhar de admiração de Sam.
-Sou
a Safrina Trager e vou assumir a paciente a partir de agora. Disse com um
sorriso simpático. -Há quanto tempo o paciente acordou?
-Já
faz uns dez minutos, mas agora ele voltou a dormir.
-Tudo
bem, é normal, ele deve estar cansado mesmo.
-Doutora...
-Apenas
Safrina, querida.
-Certo
Safrina. O outro médico Jacob, disse que ele teria a chance de perder parte da
memória por causa do acidente. Isso está correto? Ela olhava alguns papeis
atentamente e eu torcia meus dedos esperando ansiosa por uma resposta.
-Bom,
aqui no prontuário diz que isso é possível sim. Mas teremos que fazer novos exames.
Eu não confio muito na capacidade de
Jacob Black. Você pode ir para casa querida, vamos levá-lo para fazer exame e
ele só será liberado de noite.
-Tudo
bem. Disse contra gosto.
-Vou
deixar você se despedir. Até mais ver.
-Até
mais. Esperei ela sair porá a fora, acompanhada de Sam e voltei minha atenção
ele.
Sua
expressão era serena. Ele estava calmo e com um pequeno sorriso nos lábios.
Toquei seu rosto suavemente, acariciando as bochechas, o nariz e os lábios.
Distribui beijos por todo o seu rosto, com o coração apertado por estar me
despedindo, temporariamente.
-Até
logo meu amor. Descanse que eu volto para te ver mais tarde. Eu amo você. Dei
um leve beijo em seus lábios e sair à procura de Carlisle. Fui em direção à
pediatria, mas antes iria ligar para casa. O celular já estava com dez ligações
perdidas. No primeiro toque, ouço a voz desesperada de Alice.
-Não
ouse deixar de atender esse telefone Isabella, ou irá se arrepender depois.
-Calma
Alice. Desculpe-me, mas eu esqueci.
-Me
conta tudo, o telefone está no viva-voz. O que aconteceu?
-Ele
saiu do coma. Disse com a voz feliz.
-Oh,
graças a Deus. E como ele está?
-Não
sei direito. Aconteceram tantas coisas.
-Você
está bem Bella, está cuidando do nosso bebê? Perguntou Esme.
-Sim
Esme, estamos bem. Agora, melhor que nunca.
-Certo
querida, não deixe de ligar.
-Pode
deixar, eu ligo em breve.
-Bella...
Como está... Carlisle? Perguntou hesitante.
-Humn...
Dona Esme... Por que o interesse? Perguntei divertida.
-Horas
menina, eu só quero saber. Disse com
falsa indignação. Ouvi a gargalhada de Alice ao fundo.
-Eu
vou falar com ele agora. Depois mando notícias. Ok?
-Está
bem. Cuida-se. Eu já estava na porta da pediatria quando o vi, sentado em um banco,
com a cabeça entre as mãos.
-Carlisle?
Chamei, tocando seu ombro. Ele levantou a cabeça e seus olhos estavam inchados.
Sentei ao seu lado, preocupada com seu estado. -Como está Thomas?
-Ele
já está bem. Foi apenas uma queda de pressão. Disse com a voz cansada. -Já
prenderam aquele vagabundo?
-Como
soube sobre ele? Perguntei em dúvida.
-Eu
quero o melhor profissional cuidando da saúde de meu filho. Pedi para Sam fazer
a ficha completa dele para saber se ele tinha competência para esse tipo de
trabalho. Foi ai que descobriram.
-Sim,
já o prenderam antes que fizesse uma loucura. Falei aliviada.
-Que
tipo de loucura? Perguntou tenso.
-Ele
queria desligar os aparelhos de Edward. Disse em um sussurro.
-ELE
O QUÊ? Gritou Carlisle se levantando.
-Comporte-se
senhor. Disse uma enfermeira baixinha e gorda. Carlisle voltou a se sentar ao
meu lado me olhando em pânico.
-O
que Edward tem? O que falaram? Pediu desesperado.
-Calma.
Ele acordou. Não tinha motivo para enrolar. Era dar a notícia e ver a reação. Carlisle
deixou seu corpo relaxar na cadeira e fechou os olhos. Havia um sorriso enorme
em seu rosto, as lágrimas transbordavam mesmo com os olhas fechados.
-Eu
quero vê-lo. Preciso ver ele. Disse rindo e chorando ao mesmo tempo. Nessa hora
eu vi a força que ele estava fazendo para recuperar seu filho. Assustei-me na
hora em que ele me abraçou apertado. -Obrigado Isabella, você é essencial para
a vida de meu filho. Obrigado por me ajudar.
-Não
foi nada. Ele está fazendo alguns exames, mas vá esperar ele lá que eu fico com
o Thomas. Não foi preciso pedir duas vezes, logo vi Carlisle sumir entre as portas.
Fui até o quarto de Thomas, encontrando o mesmo chorando silenciosamente.
-O
que foi pequeno? Perguntei.
-Eu
estou com medo Bella. - Disse coçando os olhinhos vermelhos.
-Medo
do que criança? Perguntei me sentando ao seu lado na cama, alisando seus
cabelos loiros.
-Papai
está triste por causa do Edward. Eu estou dodói igual ao Anthony e tenho medo
de morrer que nem ele. Não quero deixar papai sozinho, ele está tão triste.
-Ei,
não precisa ficar assim não. Você vai ficar bem. O Edward já está bem. Ele
acordou sabia?
-Verdade?
Perguntou sorrindo entre as lágrimas.
-Sim.
Agora você precisa ficar quietinho para melhorar logo e ir visitá-lo.
-Você
fica aqui comigo até eu dormir? Pediu manhoso.
-Claro.
Sentei-me ao seu lado e logo ele se deitou em meu colo. Alisei seu cabelo
calmamente, ansiosa para que meu pequeno bebê crescesse logo.
POV_CARLISLE
Eu
me sentia cansado. Cansado de mim, dos meus erros, da minha burrice e da vida medíocre
que eu levava. Eu não queria ficar em casa, queria ficar ao lado de Edward o
tempo todo, mas quando Maria ligou desesperada dizendo que Thomas estava
mal, fui correndo para casa. Eu havia
dividido meu tempo entre ele e Edward. Durante o fim da tarde e a noite, eu
ficava no hospital para Isabella ir dormir e durante o dia, eu ficava com
Thomas. Brincávamos juntos, eu o ajudava com as coisas da escola. Os programas
de pai e filho que fazíamos, eram os mesmos da época de Edward. Só agora que eu
havia percebido a burrada que havia feito. Toda minha frustração eu derrubei em
cima daquele menino inocente. Ele não tinha culpa da mãe que tinha, e eu agi
feito um idiota.
Thomas
apenas precisou tomar soro, pois a pressão havia baixado. Fique sentando lá, me
sentindo sozinho. Seco de amor e carinho. Eu perdia a melhor coisa que a vida
me deu um dia. O amor de meu filho. Não impedi as lágrimas de descer por meus
olhos. Senti um movimento ao meu lado e uma pequena mão quente em meus ombros. Isabella.
Meu filho tinha muita sorte em ter uma moça como ela.
-Carlisle.
Como está Thomas? Perguntou carinhosamente.
-Ele
já está bem. Foi apenas uma queda de pressão. Disse frustrado. Eu me sentia
culpado por tudo isso. -Já prenderam aquele vagabundo?
-Como
soube sobre ele? Disse ela e eu tomei aquilo como um sim.
-Eu
quero o melhor profissional cuidando da saúde de meu filho. Pedi para Sam fazer
a ficha completa dele para saber se ele tinha competência para esse tipo de
trabalho. Foi ai que descobriram. -Eu não queria qualquer médico para cuidar
dele. Indicaram-me doutora Safrina e ela realmente era uma profissional de
qualidade.
-Sim,
já o prenderam antes que fizesse uma loucura. Disse ela com estranha alegria.
Mas suas palavras me deixaram em dúvida.
-Que
tipo de loucura?
-Ele
queria desligar os aparelhos de Edward. Disse ela em um sussurro tenso.
-ELE
O QUÊ? O sangue ferveu em minhas veias. Explodi, sentindo a ria me dominar.
-Comporte-se
senhor. Disse uma senhora rudemente. Voltei a me sentar ao seu lado. Merda será
que a situação dele havia piorado? Olhei em pânico para a menina que havia
aprendido a gostar e respeitar, pedindo por respostas.
-O
que Edward tem? O que falaram?
-Calma.
Ele acordou. Senti todo meu corpo relaxar. Era como seu um peso enorme fosse
tirado de meus ombros. Uma alegria desenfreada tomou conta do meu ser. Meu
filho, ele havia voltado, a vida havia me dado uma chance. As lágrimas no meu
rosto agora, era de felicidade. Mas eu não sabia se ria ou chorava. Peguei a
pequena menina em meus braços, agradecendo por ela ter aparecido na vida fadiga
do meu filho. Eu tinha certeza, ele voltou por ela e para ela.
-Eu
quero vê-lo. Preciso ver ele. Obrigado Isabella, você é essencial para a vida
de meu filho. Obrigado por me ajudar.
-Não
foi nada. Ele está fazendo alguns exames, mas vá esperar ele lá que eu fico com
o Thomas. Sim eu iria. Corri pelos corredores, ansioso para encontrar meu filho
vivo novamente. Seu quarto estava vazio e uma das enfermeiras avisou que ele
não havia terminado os exames médicos. Depois de quase meia hora, voltaram com
ele deitado em uma maca e o depositaram na cama. Seus olhos estavam fechados,
mas sua expressão era tranqüila. Seu corpo já não estava ligado àqueles montes
de aparelhos. Toquei naqueles cabelos que nunca tinham lugar certo para ficar e
fiquei admirando a face suave de meu filho. Meu menino. Sim, ele era meu. Mesmo
que não fosse filho de sangue, e não tivesse meu DNA em seu corpo e sim o de
Aro, ele nunca seria seu pai. Ele nunca o amou ou ira amar da maneira que eu
amo. Mesmo sendo de uma forma torta, e fazendo as coisas erradas, eu o amava.
Verdadeiramente.
-Bella.
O sussurro da voz rouca fez meu coração acelerar. Seus olhos se abriram
lentamente, para se acostumar com a luz local.
-Edward?
Filho sou eu. Ele me olhou em dúvida e nada falou. Eu já entendia, ele tinha
ódio de mim. Por minha culpa ele estava ali. Mas eu me redimiria, eu me
ajoelharia em seus pés se fosse preciso.
-Eu
preciso que me perdoe filho, eu vou fazer certo dessa vez. Eu não vou errar novamente.
Disse entre as lágrimas.
-Chama
a Bella. Pediu desesperado. Seus olhos estavam cheios de lágrimas também. Os
soluços escapavam de minha garganta sem parar. Ele parecia estar com medo de
mim. Eu não iria agüentar mais essa dor. Sair pela porta apressado e esbarrei em Bella.
-O
que houve, pelo amor de Deus? Ela perguntou assustada.
-Ele
quer você, não quer me ver. Sai dali correndo, sem realmente saber para onde
ir.
POV_EDWARD
Ela sempre falava comigo, dizia que o
dia estava ensolarado e que queria que eu voltasse logo. Ela dizia que “eles”
precisavam de mim. Mas eles quem? Eu queria voltar para ela. Para o “eles” que
ela dizia. Sempre sua voz suave entrava por mim, me transmitia calma e paz.
Depois de um tempo eu ouvi outras vozes também. Elas falavam de medicamentos e
injeções. A compreensão me tomou. Eu estava em coma, mas como eu havia parado
ali? Eu não conseguia me lembrar de muita coisa. Eu me lembrava dela, e de nossos
momentos, mas o resto era um borrão escuro. Eu ouvia um homem pedindo perdão.
Mas aquela voz era desconhecida. Eu tina medo, e queria que ele se afastasse de
mim. Ele chorava e segurava minha mão. Sua dor era quase papável. Mas ele
sempre ia embora e um vazio se formava dentro de mim. Ouvi quando a porta abriu ruidosamente e
um choro desesperado que eu conhecia muito bem. O cheiro de morangos preencha o
ambiente e eu queria saber por que Bella estava desesperada. Ela chorava, eu
sentia as lágrimas molhar meu próprio rosto. Eu queria dizer que estava tudo
bem, mas não tinha voz. Ela segurava meu rosto com força, mas eu não sentia
dor.
-É preciso senhorita. Ouvi uma voz
grossa dizer.
-NÃO. Gritou ela. Eu sentia seu próprio desespero.
Deixava-me louco senti-la assim. Eu tinha vontade de gritar. Forcei meu corpo a
reagir e forcei as palavras a saírem. Começava a doer, eu sentia a agulha em
meus braços, alguma coisa incomodava minha respiração, pois havia um fio dentro
de meu nariz. A dor era tão grande que eu estava com medo de não agüentar. Eu queria
sentir as mãos de Bella sobre mim. Queria que ela me confortasse. Com toda a
força que eu tinha dentro de mim, forcei as palavras a saírem.
-Bella.
Eu
sentia como se estivesse de volta ao meu corpo. Eu tinha cada dor, sensação,
sentido. Tudo estava presente novamente. Eu sentia o cheiro dela, a presença
dela. Eu queria ouvir sua voz. Ela precisava falar mais. Tinha que ter certeza
que ela estaria ali realmente.
-Bella.
Disse sentindo toda minha garganta protestar de dor. Eu queria água, minha boca
estava seca. Senti o toque quente e suave de sua mão na minha, sua voz linda se
fez presente naquele local.
-Edward!
Eu estou aqui meu amor. Era ela. Ela
estava ali. Meu pequeno anjo encarnado. Eu não tinha força para abrir os olhos
mais eu queria ver seu rosto de anjo. Precisava saber se estava tudo ali
novamente. Senti o ar mudar. Alguém havia aberto à porta as pressas. Ouvi vozes
e fiquei assustado. O que estava acontecendo ali? Eu queria me levantar, pegar
minha menina nos braços e protegê-la, seja lá do que estivesse ali.
-Senhor
Jacob Black, você está preso por falsificação de documentos e uso irregular do
certificado adquirido de medicina. Tem o direito de ficar calado e se não pagar
advogado, o governo providenciara um. Não entendia o que acontecia ali. Eu
estava perdido. Forcei minhas pálpebras a se abrir e a luz ardeu em meus olhos.
Mas me obriguei a ficar assim, para entender a movimentação que acontecia. Um
homem que eu nunca havia visto antes me olhava em choque, paralisado. Olhei
para os lados, procurando ela, que estava de costas. Apertei sua mão com toda a
força que eu tinha, implorando para que ela me permitisse olhar em seu mar de
chocolates. Como eu sabia dessas coisas? Eu não sabia, eu apenas sentia. Ela me
olhou e eu sorri, satisfeito por poder olhar para seus olhos castanhos claros.
As lágrimas saiam por meu rosto sem autorização expressa. Mas eu não chorava de
tristeza, e sim de alegria. Deus. Ela estava ali, eu sentia que precisava dela
mais que tudo. Eu estava confuso, eu não me lembrava de muita coisa, de como eu
vim para aqui. Mas eu simplesmente lembrava que eu precisava dela ao meu lado. Senti
seus dedos quentes em minha bochecha, enxugando as lágrimas e minha boca
salivou para sentir o sabor de sua pele. Com muita força virei minha cabeça
para o lado e beijei sua palma suavemente.
-Eu
não acredito nisso. Disse o homem ainda em choque.
-Avise
Carlisle, ele precisa saber da novidade.
Ela falava ainda olhando diretamente para meus olhos. Eu não sabia do
que eles falavam, mas eu não me importava com isso.
-Acho
que ele realmente precisa de uma boa notícia. Disse o homem com o olhar
preocupado. Eles conversavam sobre outra pessoa, Thomas, lembro-me vagamente
dele. Tinha a memória de uma criança, mas era como se seu rosto estivesse
embaraçado. Mas eu não me importei com isso. Tudo que importava era e menina.
Eu queria dizer que amava ela, mas minha boca estava seca demais. Eu me sentia
sem força nenhuma.
-Bem
vindo de volta, amor. Eu sorri, satisfeito com suas palavras.
-Com
licença. Disse uma mulher entrando pelo quarto e parando ao meu lado, de frente
para Bella. Eu não tinha mais forças. Fechei meus olhos, ainda assustado, com
medo de não voltar mais a acordar. Mas o cansaço era tanto, que eu apenas escutava
as palavras, esperando que o sono me tomasse por completo.
-Sou
a Safrina Trager e vou assumir o paciente a partir de agora. Há quanto tempo o
paciente acordou? Eles continuavam com o diálogo sobre perda de memória e
coisas do tipo, mas eu não prestava atenção. Sentia-me cansado e confuso. O
silêncio reinou por alguns instantes e logo sentia algo quente em meu rosto.
Era suave, delicado e sensível. Era Bella. Seus lábios e dedos estavam por todo
meu rosto e agora eu sentia que poderia dormir tranqüilo.
-Até
logo meu amor. Descanse que eu volto para te ver mais tarde. Eu amo você. Pois
quando eu acordasse, ela estaria ali para me receber novamente. Acordei com a
voz desesperada de um homem. Havia uma mão em meu cabelo. O toque era calmo e
suave, me fazia sentir tranquilo. Mas não era o toque de Bella, e eu queria apenas
ela. Pois eu só a tinha. Não é?
-Bella.
Pedi ao homem que estava ali. Forcei meus olhos a se abrirem e vi o homem de
cabelos loiros e com os olhos inchados e
vermelhos que me olhava com desespero.
-Edward?
Filho sou eu. Filho. Eu não me lembro de ter um pai. Ou até uma mãe. Eu me
sentia confuso. Estava tudo negro em minha memória. Eu forçava as lembranças a
voltarem, mas era tudo um borrão escuro. Como a escuridão que eu fiquei. Aquele
homem desesperado estava me assustando. Eu tinha medido o que ele dizia.
-Eu
preciso que me perdoe filho, eu vou fazer certo dessa vez. Eu não vou errar
novamente. Disse entre as lágrimas. Eu
senti uma estranha afeição por ele. Queria acalmá-lo e dizer que estava tudo
bem. Mas isso não era verdade. Aquele homem que me chamava de filho era
completamente estranho para mim. Mas eu confiava nele, pois seus olhos
demonstravam felicidade, carinho, arrependimento e amor. Mesmo não me lembrando
do homem que provavelmente era meu pai, eu tinha uma estranha afeição por ele. A
única coisa que eu conseguia lembrar era da voz doce e suave da menina. Quando
meu corpo estava inconsciente na cama, seus carinhos gentis traziam a imagem de
uma bela jovem de olhos castanhos e sorriso encantador. E ao abrir os olhos e
vê-la, sabia que fazia parte do meu passado quase todo escuro. Ela era o único
feixe de luz. E eu a amava incondicionalmente. A parte escura do meu passado
era um buraco, apenas um borrão, como se minha mente se fechasse de lembranças
tristes. Eu a queria aqui. Eu precisava dela. Mesmo os estranhos sentimentos
por este homem, eu estava assustado e queria ficar tempo para pensar.
-Chama
a Bella. Pedi sentindo as lágrimas sair por meus olhos. Eu tinha medo, minha cabeça
doía muito e eu não sabia o que fazer. Porque tudo estava escuro em minha
mente? O homem saiu pela porta rapidamente e eu suspirei mais aliviado com
isso. Logo, senti o cheiro suave de morangos e me senti calmo novamente. Eu
estava em casa, pois era ao lado da menina que eu devia ficar.
POV_BELLA
Entrei
assustada no quarto e encontrei-o com lágrimas nos olhos, mas com a expressão
aliviada.
-Está
se sentindo bem? Perguntei ternamente.
-Eu
estou com medo. Sussurrou ele.
-Medo
de que? Perguntei preocupada.
-Eu
não sei nada sobre mim. Bom, pelo menos algumas coisas. Porque aquele homem me
chama de filho? Eu tenho uma mãe também. Ai. Meu. Deus. Seria pior do que eu
esperava. Ele se lembrava de mim, mas não do passado.
-Você
se lembra de mim como? Perguntei confusa.
-Eu
não sei explicar. Eu me lembro de você, mas não do passado, eu só sei que você
é minha, que eu te amo. Eu estou confuso. Não quero pensar nisso agora. Ele
estava agitado, olhando para os lados desesperado como se procurasse uma
resposta. Segurei seu rosto entre as mãos calmamente.
-Está
tudo bem. Calma. Eu vou ajudar você. Fique calmo. Por favor. Aos poucos sua
respiração foi se acalmando e seus olhos pesando.
-Não
me deixe dormir novamente.
-Descanse
meu amor, eu vou estar aqui quando você acordar. Sim. Eu estaria. Não teria
quem me tiraria daqui essa noite. Após Edward finalmente conseguir dormir, uma
das enfermeiras disse que Safrina me esperava em sua sala. Carlisle já estava
lá, provavelmente seria o resultado do exame.
-Bom,
os resultados saíram e realmente existe uma área do cérebro dele afetada.
-Ele
não se lembra de nada. Nem de mim. Disse
Carlisle tristemente.
-Eu
falei com ele. Ele disse que se lembra de mim, mas não têm memórias de nós dois
juntos. Apenas sabe que sou especial para ele.
-Vocês
são namorados, correto? Perguntou ela.
-Sim.
-Bom,
a relação de vocês me parece bem intensa. Isso explica, em partes, o que a memória dele registrou. Lembranças felizes.
Você faz bem para ele, e isso ficou registrado. O resto, principalmente lembranças
tristes, foi apagado. Completamente. Ouvi o suspiro de Carlisle ao meu lado,
mas não o olhei.
-Quais
são as chances dele se lembrar das coisas. Perguntou ele.
-Muito
difícil. Principalmente se a vida dele foi de alguma forma traumatizante. Ele pode
se lembrar das pessoas, mas será difícil fazer a mente trazer de volta, datas,
fatos lembranças de acontecimentos passados.
-O
que devemos fazer para ele se lembrar das pessoas? Perguntei, pois Carlisle
estava paralisado.
-Volte
a fazer coisas que vocês faziam antes, vá a lugares representativos para ele.
Coisas do gênero.
-Certo.
Obrigado Safrina. Agradeceu Carlisle um pouco tenso e distante. Saímos da sala
dela e andamos pelos corredores em silêncio.
-Isabella,
você fica aqui por enquanto que eu vou providenciar uma coisa que ira ajudar Edward.
-Tudo
bem. Voltei para o quarto e ele ainda dormia. Suavemente deitei meu corpo ao
lado do dele e o abracei protetoramente. Assustei-me com o barulho chato do
telefone tocando e me levantei as presas para não acordar Edward. Fiquei do
lado de fora, conversando com Alice por um bom tempo. Quando ela finalmente me deixou
desligar, senti uma súbita fraqueza me atingir. Tudo estava rodando e só não
cai no chão, porque varias mãos estavam em meu corpo. Acordei deitada em uma
cama e com algumas enfermeiras ao meu redor.
-Como
se sente moça?
-Eu
estou bem. Eu acho. Ainda estava tonta e um pouco de enjoada.
-Está
se alimentando bem? Perguntou uma delas.
-Sim.
Merda! Eu acho que já está na hora de procurar um médico.
-Médico
para que? Você está sentindo alguma coisa diferente?
-Eu
estou grávida. Disse com um sorriso enorme.
-Oh.
Que ótimo. Parabéns querida. Bem que eu notei a barriginha. Alisei minha
barriga e realmente dava para notar uma diferença mínima. Pouca, mas notável.
-Eu
posso te ajudar com o médico. Temos aqui entre nós a melhor ginecologista do
hospital.
-Eu
sou Jane Volturi. Vamos até a minha sala para fazermos um ultrassom. Acompanhei
a médica que parecia uma criança e ela me auxiliou na hora que colocar aquelas
roupas estranha. Deitei-me na cama e olhei para o monitor em expectativa, queria
tanto a presença de Edward aqui. Será que ele ficaria feliz em receber a notícia.
-Bom,
vamos lá. Não dá para ver muita coisa. Apenas vamos ver se está tudo bem com o
feto. Eu olhava para a mancha preta, sem saber onde estava meu filho. Fiquei
assustada com a expressão de espanto no rosto de Jane, ela olhava atentamente,
com uma ruga na testa.
-Acho
que tenho uma novidade. Disse me olhando hesitante.
-O
que? Perguntei preocupada.
-Você
vai ter gêmeos.
POV_CARLISLE
Eu
estava assustado e confuso. Mas não deixaria o pânico me dominar. Após saber
que Edward poderia se lembrar de mim, um fio de esperança cresceu dentro de
mim. Eu lutaria para fazer ele se lembrar de mim. Mas ao mesmo tempo eu fiquei
assustado. Seria melhor ele não se lembrar de mim e aprender a me amar com o
tempo, ou fazê-lo se lembrar de mim e de todas as coisas que passou por minha
causa? Eu não saberia o que fazer. Eu iria deixar que ele se lembrasse das coisas
boas. De seus amigos e tudo o que ele deixou no passado. Em Forks. Thomas iria
receber alta hoje, então eu o levei para casa. Sam já me esperava lá para
conversarmos.
-O
que deseja amigo? Perguntou ele.
-Eu
quero que você consiga comprar minha antiga casa em Forks, pague o preço que
for preciso. Se eles não aceitarem, ofereça o dobro, triplo o que for preciso.
Explique que preciso da casa para cuidar
da doença de meu filho.
-Vou
providenciar isso agora mesmo Carlisle. Até mais ver. Fui até o quarto de Thomas,
ele brincava no meio de um monte de brinquedos. Havia contratado uma decoradora
para arrumar o quarto e em pouco tempo ele estava pronto.
-Ei
campeão.
-Oi
papai. Eu ainda sentia todo meu corpo
tremer ao ouvi-lo me chamar de pai.
-Tenho
uma novidade.
-O
que é?
-Nós
vamos nós mudarmos para outra casa.
-Serio?
Que legal. Por quê?
-Porque
vai ajudar o Edward a sarar.
-O
Edward vai?
-Sim,
ele vai também.
-Que
legal pai. E quando nós vamos.
-O
mais rápido possível. Logo, logo vamos fazer sua mala. Agora fique ai brincando
quietinho que eu vou lá ao hospital ver se a Bella quer dormir um pouco.
-Tá
bom papai. Eu te amo. Fiquei em choque, olhando para aquele pedaço de gente
dizendo que me amava. Era a melhor sensação do mundo. Sentir-me amado, querido
por alguém tão importante. Só faltava reconquistar o Edward para eu ter uma
vida normal.
POV_BELLA
Gêmeos!
Eu teria dois pequenos Edwards correndo pela casa. Seria duas meninas, dois
meninos ou um casal? Eu preferia que fossem dois meninos. Ter três Edwards seria
a melhor coisa que poderia acontecer. Fui conversar com Safrina, perguntar se
eu deveria contá-lo sobre a gravidez. Ela disse que seria ótimo para ele. Uma
notícia boa. Mas eu tinha medo, pois eu não sabia como seria de agora em
diante. Estava sentada ao lado de Edward, que dormia tranquilamente, quando
Carlisle entrou com a expressão pensativa.
-Isabella
com ele está?
-Bem
mais calmo, agora. O senhor disse que iria fazer alguma coisa que para
ajudá-lo, o que é? Perguntei me sentindo invasiva.
-Eu
estou comprando a antiga casa em que morávamos, nós mudaremos para lá. Senti
como se uma faca entrasse em meu peito. Ele iria me separar de Edward
novamente? NÃO. Eu não iria suportar isso. Eu e os bebês precisávamos de
Edward. Ele precisava de mim.
-Você
não pode me separar dele novamente. Pedi desesperada entre as lágrimas.
-Isabella
se acalma. Eu não...
-Carlisle...
Edward precisa de mim e eu dele. Eu estou grávida do Edward. Carlisle estava
parado em choque, olhando para o rosto de Edward. Olhei também e o vi cheio de
lágrimas, olhando para mim sorrindo.
-Você
está esperando um filho meu? Vamos ter um bebê?Todos os capítulo Aqui.
1 comentários:
ownt muito lindo
mais lindo ainda ultima parte *-*
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