quinta-feira, 17 de maio de 2012

A NOVA VIDA POR @OHYEAHROB #FANFIC #CAPÍTULO06





Capítulo 6

[...] Vou te abraçar até a dor passar... E agora, enquanto eu puder... Estarei te segurando com ambas às mãos... Pois sempre acreditei... Que não a nada que eu precise a não ser... Você [...] Nickelback - Never Gonna Be Alone.

POV_BELLA

Eu sonhava que estava em uma espécie de campo, uma campina talvez. Sentia um rosar suave na pele de meu rosto e um cheiro de rosa misturado como o perfume estranhamente familiar de Edward. Eu estava sentada em meio às muitas flores silvestres e de longe podia vê-lo chegar. Sempre lindo e com o sorriso encantador. Ele andava calmamente a minha direção, eu estava ansiosa para ele chegar logo, então comecei a caminhar até ele em passos rápidos. Quando finalmente ficamos frente a frente, seu perfume me bateu como uma suave brisa de verão, deixando-me embriagada. Suspirei frustrada, desde que eu comecei a sonhar com Edward, sempre que finalmente nós ficávamos próximos, o sonho acabava. Abri os olhos já sabendo que não voltaria a sonhar mais e dei de cara com meu anjo encarnado. Merda, agora havia dado para ter alucinações, fechei os olhos tentando despertar novamente e fazer a bela alucinação ir embora e voltei a abrir. Ele continuava ali, com um sorriso tímido no rosto. Ele era real?
-Oh merda.  Sussurrei.
-Bom dia. Disse a voz rouca e suave que eu tanto amava. Espera, ele realmente estava aqui?
Olhei chocada para ele que manterá um sorriso torto e a face levemente corada.
-Não é um sonho? Tentei me certificar? Ele estava estranhamente divertido.
-Desculpe-me entrar assim em seu quarto, mas sua tia permitiu. Explicou.
-Tudo bem, eu só não esperava que você viesse tão cedo.  Era uma meia mentira e uma meia verdade. Eu queria sim que ele viesse logo, mas não imaginava que ele realmente viria.
-Desculpe, não quis interromper seu sono, mas eu só queria ter certeza que estava bem. Disse timidamente. Do que ele estava se desculpando, ele estava ali e isso era tudo o que eu queria. Fiquei presa em seus olhos de esmeralda e me esqueci de que havia acabado de acordar. Provavelmente estava toda descabelada e com a cara amassada.
-Me dá dois minutinhos? Pedi, acordando para a realidade.
-Perfeitamente. Fui para o banheiro fazer minha higiene matinal, e tirei meu pijama, colocando uma calça jeans e camiseta branca. Voltei para o quarto e ele estava em pé, ao lado da minha cama, olhando atentamente ao piano que eu não tocava há anos. Corri até ele e o recebi abertamente com um abraço apertado.
-Obrigado por vir, eu adorei a surpresa. Agradeci. Ele me abraçou de volta protetor e possessivamente.
-É para você. Disse ele me oferecendo uma rosa vermelha que provavelmente pegou do jardim da tia Esme.
-Ah, é linda. Obrigado. Peguei a rosa, mas rapidamente soltei ao sentir meu dedo indicador arder por ter sido furado por um espinho. Gemi em desgosto, olhando para o sangue que saia do pequeno furinho. Muitas pessoas dizem que furar o dedo era um mau sinal, que algo ruim aconteceria, mas deixei esses pensamentos de lado ao ouvir sua voz  com timbre de preocupação.
-Oh, eu sinto muito. Disse pegando carinhosamente em minha mão.
-Sem maiores danos. Surpreendi-me quando ele levou o dedo furado até os lábios e sugou todo o sangue que havia ali. Meu corpo todo se arrepiou com este gesto inocente e eu corei, temendo que ele tenha notado como meu corpo reagia constrangedoramente ao dele.
-Vou te levar para tomar café, aceita? Convidou ele. Fiz careta, eu não gostava de tomar café da manhã.
-Oh, eu não tomo café de manhã. É costume, desculpa. Disse envergonhada.
-Sem problemas. O que você quer fazer? Perguntou.
-Saber mais sobre você. Ele já deveria esperar isso, desde que ele entrou em minha vida, tudo girava ao redor dele. Sentou-se em minha cama confortavelmente e me levou junto. Fique deitada entre suas pernas, com parte do corpo escorado em seu peito. Seus braços estavam ao redor da minha cintura.
-Eu tenho uma coisa para te contar e não é nem um pouco agradável. Se você sentir nojo de mim, pelo amor de Deus, fale que eu não vou aparecer em sua vida mais. Disse ele com o corpo meio tenso. Automaticamente, senti o meu próprio estremecer. Essa idéia era no mínimo absurda, eu não queria que ele se afastasse de mim. Não queria perder alguém importante novamente.
-Não fale assim, eu não quero que você vá embora. Disse tentando mesclar meu desespero.
-Vamos ver se você vai continuar com essa idéia depois do que eu te contar. Falou ele sombriamente.
-Pode falar Edward, eu não vou te julgar. Disse tentando mostrar a veracidade de minhas palavras.
-Eu sei. Disse baixinho em tom de desculpa.
-Teve um dia em que meu pai saiu para trabalhar e a mulher que ficava comigo estava de folga, por isso meu pai pediu a ajuda de um dos seus seguranças. Ele tremia o corpo todo. Peguei em suas mãos apertando fortemente tentando transmitir segurança, elas estavam geladas. -Eu ainda era uma criança e ele me chamou para brincar. Só que eu não entendia qual a brincadeira que ele queria. Eu estava com medo das palavras que viriam a seguir. -Ele me violentou.
Meu corpo todo tremeu. Eu não sabia dizer o que estava sentindo agora, era uma mistura de medo, dor, tristeza e ódio. Medo pelo fato de Edward ter convivido com essa dor há anos, sem ter ninguém para compartilhar seus próprios medos. Dor pelo fato de alguém tê-lo ferido física e psicologicamente. Tristeza, pois eu sabia que ele ainda sofria com isso, o que me fazia sofrer também. E ódio pelo desgraçado que fez isso com um menino inocente que não sabia de nada da vida, ódio por uma pessoa ter a capacidade de fazer mal para alguém tão puro. Agora eu entendia porque Edward era tão sensível, todos os traumas que ele havia passado em sua vida, fez com que ele criasse uma barreira ao seu redor, se protegendo de futuros traumas. Senti meus olhos molhados, eu sentia dor pela dor de Edward, olhei para seu rosto triste e amargurado, procurando o menino com o sorriso torto que eu tanto amava.
-Eu sinto tanto Edward. Disse tocando seu rosto contorcido em tristeza, eu queria tanto arrancar a dor de seu coração, mas não sabia como fazer. -Não se preocupe, é claro que eu não vou sentir nojo de você Edward, isso é impossível. É claro que eu não sentiria nojo dele, era impossível isso, em nenhum momento se passou por minha cabeça algo desse tipo.
-Mas Bella, isso é repulsivo, nojento. Argumentou ele. Coloquei meus dedos suavemente em seus lábios quentes, impedindo-o de falar.
-Não fale assim Edward, você não teve culpa. É claro que ele não tinha culpa, ele era apenas um menino indefeso.
-Você é tão pura Bella, tão perfeita, é um anjo. Eu nunca pensei que fosse ter coragem de tocar em alguém novamente. Nunca pensei que fosse ter vontade de beijar e abraçar. Mas você despertou isso em mim Bella, você trouxe vida em muitos pontos mortos que havia em mim. Eu sorri feliz por tê-lo deixado feliz novamente. Abracei seu corpo quente como se quisesse protegê-lo. Nossa relação não era comum tipo “homem é o cavalheiro e a mulher era a dama indefesa”, nossa realidade era diferente. Eu protegeria Edward, eu o amaria da forma que ele merece.
-Eu amo você. Disse ele segurando meu rosto suavemente, fazendo-me olhar em seus olhos. Seus dedos alisavam delicadamente o contorno do meu rosto. -Obrigado por me trazer de volta a vida. Ele era tão sensível e puro, e eu o amava tanto que queria mais do que tudo provar isso a ele. Mostrá-lo como ele pode ser feliz, como ele merece ser amado.
-Me deixe te amar Edward? Deixe-me te amar e me ame também. Implorei despudoradamente, olhando fundo em seus olhos. Eu queria que ele confiasse em mim, que me permitisse amá-lo da forma mais intensa e profunda. Mostrá-lo como é perfeita a união de dos corpos que se amam verdadeiramente.
-Bella... O quê? Você? Eu? Sorri como seu desconcerto.
-Desculpe-me pela minha forma. Hum... Direta de te dizer isso, mas eu quero Edward, quero mais do que tudo. Disse com as bochechas coradas, não queria parecer uma desavergonhada pedindo para ele algo do tipo. Você não quer? Perguntei temendo sua resposta.
-Eu tenho tanto medo Bella. Medo te de magoar, de te ferir. Disse ele em um sussurro angustiado.
-Você só irá me ferir se não me querer Edward. Eu só preciso que você me queira que você me ame.
-Eu quero Bella. Por Deus! É claro que eu quero, mas mesmo assim eu não posso me impedir de ter medo.
-Não tema o meu amor Edward, eu prometo que ele só te fará bem. Sussurrei olhando fundo em seus olhos.

POV_EDWARD

-Eu quero Bella. Por Deus! É claro que eu quero, mas mesmo assim eu não posso me impedir de ter medo. É claro que eu queria. Tudo o que eu mais queria era o amor dela, seu carinho. Tê-la para mim sempre.
-Não tema o meu amor Edward, eu prometo que ele só te fará bem. Disse olhando fundo em meus olhos. Deixei-me perder na sua imensidão de chocolate.
-Não é o seu amor que eu temo. Eu temo por...
-Shhh, você verá, quando estivermos unidos de corpo e alma, nada mais fará você temer. O meu amor por você é puro e sincero Edward, a única coisa que eu quero e te fazer feliz. Eu amo você tanto. Eu estava extasiado com suas palavras, ela me olhava tão intensamente, acariciava meus lábios com seu polegar delicado e quente. Eu queria amá-la, queria sentir ela me amando. Céus, ela me ama. Ama-me. Eu nunca havia imaginado que ela poderia me amar da forma intensa que demonstrava, eu não imaginava que eu merecia ser amado por um ser são sublime e prefeito como ela.
-Tem que ser especial Bella, não pode ser assim do nada.
-Vai ser especial, pode parecer meio clichê o que vou dizer, mais vai ser especial por que vai ser você comigo. Você sabe que... bem... sou virgem. Disse timidamente.
-Eu já imaginava, mas não se preocupe, o seu status não é muito diferente do meu, pelo menos em partes.
-Então vamos aprender juntos a nos amar.
-É o que eu mais quero Bella, meu único medo é te decepcionar.
-Você não vai, eu sei que não. Ficamos os dois em silêncio. Eu não sabia o que fazer ou como fazer. Será que ela queria fazer isso aqui? Não seria apropriado, eu não iria desrespeitar a casa de sua tia dessa forma. Mas também não poderia levá-la para minha casa, e também estava fora de questão ir para um motel, isso seria nojento.
-O que se passa nessa cabeçinha hein? Disse ela massageando os meus cabelos da nuca. A sensação era tão gostosa, então fechei os olhos aproveitando da carícia suave.
-Hummn... Isso é bom! Sussurrei e ouvi seu riso fraco. -Você toca piano? Perguntei de repente.
-Bom, eu tocava até antes do meu pai  morrer. Você gostaria de ouvir? Perguntou timidamente. Abri meus olhos e olhei fundo nos seus.
-Eu adoraria. Disse. Ela rapidamente se levantou e puxou minha mão me levando junto a si e fazendo-nos sentar no banco que havia em frente ao instrumento.
-Ignore qualquer erro, estou meio desafinada. Disse sorrindo encantadoramente. Vi como os dedos correriam pelas teclas e os suaves timbres das notas invadiram o local com perfeição. Reconhecia a música imediatamente. A canção suave e profunda tocava meu coração de uma forma intensa.

Clair De Lune - Debussy

Olhei para a menina ao meu lado que deixava seus dedos deslizar pelo teclado suavemente, o ritmo delicado, ela tocava as teclas como se fossem objetos de porcelana quase que sensíveis ao toque. Eu estava hipnotizado com sua imagem, a visão era perfeita da delicada menina em frente ao monstruoso instrumento, ela parecia só uma criança. Eu não imaginava uma forma de amá-la ainda mais, pois meu coração iria explodir com o sentimento que me dominava. Tudo o que eu mais ansiava era pelo amor dela. Isabella, a menina mulher que havia despertado em mim uma nova vida, eu me sentia novo, renascido, tudo por ela e para ela. Deixei meus dedos suavemente colocar as mechas de seus cabelos atrás da orelha, pois elas me impediam de ver seu rosto em deleite total. Ela estava com os olhos fechados, sabia as notas de cor. Um sorriso doce brincava no cantinho dos seus lábios e isso me fez sorrir também. Meus dedos formigaram em desejo por tocar sua pele. E assim eu fiz, deslizei-os em sua bochecha suave, com movimentos leves, assim como ela fazia nas teclas do piano. Ela tocava com a delicadeza de um anjo para não quebrar a suavidade da música e eu a tocava com adoração, com medo de deixar alguma marca em sua pele sensível e delicada. Aproximei-me dela com todo cuidado para não permitir que a música fosse interrompida e deixei meus lábios delicadamente em sua bochecha, vendo seu sorriso aumentar. Beijei também sua orelha vendo seu corpo se arrepiar e quando a música estava em seus últimos acordes, beijei seu pescoço e por último o cantinho da boca. A música acabou e ela se virou em minha direção e permitiu que nossos lábios se unissem perfeitamente. O amor resplandecia no ambiente de seu quarto. Beijei-a suavemente, sugando seu lábio inferior enquanto sua língua quente circulava o contorno do de meus lábios me deixando fora de órbita. Eu queria dizer que a amava, mas eu não tinha forças, minha voz não saia, pois eu estava hipnotizado.
-Obrigada.  Sussurrou ela.
-Não, obrigado a você Bella. Disse abraçando seu corpo e fazendo-a se sentar em meu colo. Seus braços envolveram ao redor do meu pescoço e ela escorou a cabeça em meu ombro.
-Clair De Lune? Perguntei me referindo à melodia.
-Conhece Debussy? Perguntou surpresa.
-Depois eu te explico de onde, agora acho que tenho que fazer um pedido. Disse meio hesitante.
-Pedido? Que pedido? Perguntou confusa.
-Isabella Swan, você me daria à extraordinária honra de namorar comigo? Ela nada respondeu, apenas ficou olhando em meus olhos com  um sorriso doce nos lábios. Suas mãos brincavam com meus cabelos suavemente. Peguei a corrente que havia em meu pescoço, era uma jóia feminina, mas eu usava desde que era criança e não me importava com isso. Era uma jóia de família, vovó Cullen havia me dado no meu aniversário de sete anos e disse que quando eu ficasse mais velho, entenderia sobre o amor e daria esse presente a alguém especial. Eu nunca havia acreditado nisso, nunca imaginei encontrar alguém especial, então eu usava sempre. Coloquei na palma da mão de Bella que olhava a jóia fascinada.
-Eu não tenho uma jóia cara no momento, nem mesmo um anel, mais esse colar tem muito valor sentimental imenso para mim, então peço que aceite por hora.
-É lindo Edward. Ajudei-a colocar o colar no pescoço e dei um singelo beijo em seu colo, onde o pingente permanecia. -Sim, eu aceito namorar com você. Mesmo se você me desse um daqueles anéis de chiclete, eu ficaria extremamente feliz.
 Ela sorria genuinamente, eu não tinha mais o que falar no momento, eu apenas abracei-a e permiti que o calor de seu corpo me aquecesse. Ouvimos alguém bater na porta e logo Bella permitiu que entrassem. Eram Esme e a menina que trabalhava no café com Bella.
-Oi casal, desculpe-nos por interromper, mas ficamos tão felizes ao ver que Bella voltou a tocar que não resistimos. Disse a menina saltitante enquanto Bella corava. Já que ninguém faz as apresentações, eu sou Alice, meia irmã de Bella.
-É um prazer Alice. Disse tentando oferecer minha mão a um cumprimento, mas falhando, pois Bella ainda estava em meu colo.
-Bom, posso roubar a Bella só um minutinho? Pediu fazendo carinha de cão sem dono.
-Claro.
-Espera aqui que eu já volto. Sussurrou ela somente para eu ouvir. Enquanto Bella estava fora, olhei para o quadro de fotos que havia na parede. Muitas fotos antigas estavam ali. Ela com o rosto todo sujo de chocolate, dentro de balde minúsculo, com o pai dela, com muitas crianças e também em sua formatura do colegial. Isso me fez lembrar que ainda havia muita coisa sobre minha vida que ela ainda não sabia e que deveria saber. Ela entrou pelo quarto rindo e com as bochechas extremamente coradas. Isso me deixou curioso, qual foi o motivo para ela se envergonhar tanto?
-O quê? Perguntei.
-Nada, só Alice, me constrangendo.
-Qual o motivo para o constrangimento? Perguntei curioso.
-Você. Disse simplesmente.
-Não vou querer saber sobre isso não é? Perguntei rindo. Seu estado de humor era contagiante.
-Sem dúvidas não. Ela me deu uma ideia.
-Que tipo de ideia? Perguntei curioso.
-Bom, hoje é o dia que Esme combinou com alguns pintores de fazer uma mudança na casa, assim não teremos sossego. O que acha de irmos para meu AP?
-Você tem um AP? Perguntei rindo.
-Bem, na verdade é meu e da Alice. Desde que começamos a trabalhar, juntamos dinheiro para comprar um lugarzinho só nosso. É bem simples, foi o que deu para comprar e até hoje nós pagamos.
-Bom, eu vou adorar conhecer sua segunda casa.
-Que bom, ela já esta quase toda mobiliada, você vai adorar.
-Tenho certeza que sim. Bella, eu quero conversar com você.
-Claro, sobre o que você quer falar? Perguntou confusa e preocupada.
-Na verdade, acho que eu não deveria ter te pedido em namoro. Disse meio desconsertado sem saber como falar. Ela vacilou, apoiou sua mão na beira da cama e se sentou. Fiquei preocupado com sua reação.
-Você, não quer mais? Perguntou em um sussurrou sofrido. Seus olhos estavam vermelhos e afogados em lágrimas. Oh merda! Agora acabo de notar a burrada que havia feito. Aproximei-me dela desesperado e a peguei em meus braços.
-Desculpe Bella, eu não quis dizer isso. Disse angustiado.
-Como não. Disse quase chorando e desesperada fugindo de meus braços.  Você fez aquele pedido lindo pra que Edward, por que fez isso? Você não pode ter brincado esse tempo todo, não pode. Ela dizia desesperada, andando de um lado para o outro. Eu estava mais desesperado ainda, não foi nada disso que eu queria dizer, apenas escolhi as palavras erradas.
-Não, Bella escuta.
-Vai embora Edward, se você não quer, não tem mais o que fazer aqui. Gritou ela a plenos pulmões.

Salve-Me - Remy Zero

Eu não poderia permitir que ela continuasse a pensar que eu não a queria. Depois do momento perfeito que acabamos de ter, iríamos brigar por um erro estúpido de minha parte. Eu tentei me aproximar dela, mas ela sempre se afastava. Eu já estava ficando louco. Ela não poderia continuar a fugir assim. Fui mais uma vez até ela e segurei seus braços.
-Me solta Edward, me solta. Não a deixei terminar, se ela não me deixaria falar, ela também não falaria nada. Puxei seu corpo contra o meu, grudei nossos lábios, fui um pouco violento, mas ela não apresentou nem uma resistência e deixou seus braços ao redor de meu pescoço. Abracei sua cintura, permitindo que o mínimo espaço que havia entre nos sumisse. Sua língua entrou em contato com a minha e um gemido baixou escapou de minha garganta. Ela me abraçava com tanta força, seu corpo estava prensado pelo meu contra a porta. Nossos lábios se sugavam com intensidade e quando o ar faltou, separamos minimamente apenas para eu sussurrar antes que ela me impedisse.
-Bella, eu te amo, eu só me expressei mal. Deixe-me explicar o que eu queria dizer. Implorei.

POV_BELLA

Eu estava desesperada, essa dor em meu peito era insuportável. Como assim ele não me queria? Depois das palavras lindas que ele me disse, ele não queria mais, ele mentiu? Eu fiquei louca, a dor em meu peito não me deixava raciocinar direito. Eu não poderia perdê-lo, nunca, eu não agüentaria. Seria dor de mais para mim. Edward entrou em minha vida, e foi para ficar, pelo menos para mim. Eu nunca amaria ninguém da forma que eu o amo. Mas na hora em que ele me beijou tudo em minha mente sumiu. Só havia eu e ele no espaço, sua língua fazia um estrago em minha boca, seu gosto delicioso me embriagava, eu respirava através de lufadas, o ar que entrava em meus pulmões era repleto de seu perfume. Senti meus pulmões protestarem pela falta de ar. Eu estava prensa entre seu corpo e a parede, mas não tinha a mínima vontade de sair de lá. Quando nossos lábios se separaram milimetricamente, seu sussurro aquietou meu coração momentaneamente.
- Bella, eu te amo, eu só me expressei mal. Deixe-me explicar o que eu queria dizer. Eu não disse nada, apenas olhava para o movimento hipnótico de seus lábios.
-Eu só queria dizer que você precisava saber de todo o meu passado antes de fazer qualquer pedido, não queria que você se sentisse pressionada por causa de nosso namoro após saber a verdade.
-Me desculpe Edward, eu agi como uma completa idiota. Sussurrei sentindo minhas bochechas corarem. Ele deu uma leve mordida no local avermelhado e sorriu.
-Mais calma? Perguntou.
-Sim. Mas não é por isso que você precisa me soltar.  Disse na hora que ele começou a se afastar. Ele apenas sorriu e me puxou para a cama, onde nos fez sentar da mesma maneira que antes. Seus braços estavam ao meu redor. Eu me apertei contra ele, com medo de que qualquer coisa acontecesse contra nós.
-Depois que minha mãe foi embora, meu pai não era mais o mesmo. Ele não falava mais comigo, me ignorava. Era como se a minha existência na vida dele não fizesse a menor diferença. Eu não gostava dessa mudança em nossas vidas, depois que minha mãe deixou a mim e meu pai, eu precisava do meu pai mais do que tudo. Precisava do seu amor e ele me negou isso. Eu até hoje não entendo porque ele deixou de me amar, porque ele me amava sim. A forma como ele me tratava antes era tão paterna. Eu queria tanto entender porque minha mãe foi embora, porque meu pai não me ama mais.
-Você já tentou falar com ele? Sugeri.
-Eu ainda era uma criança, e agora, ele nem olha em minha cara. Sabe qual é a pior parte de tudo isso Bella? Saber que ele me amou um dia e que tem um motivo, totalmente desconhecido por mim, que o fez se afastar. Fez com que ele me tratasse como um bastardo, alguém sem importância nenhuma. Foi por causa dele que eu virei dependente químico. Confessou envergonhado. Eu não esperava isso, não conseguia imaginar como alguém pudesse fazer tanto mal contra o próprio filho. Edward é tão amável, não merecia todo esse sofrimento. Levantei-me de seus braços e me sentei atrás dele, escorando meu corpo na cabeceira da cama e trazendo ele até mim. Seus braços envolveram minha cintura e sua cabeça repousou entre meus seios enquanto meus dedos se enrolavam em seus cabelos bagunçados. Não falei nada, deixei que ele se sentisse a vontade para continuar sem nenhuma pressão.
-Eu ainda era uma criança, não gostei nem um pouco de ser obrigado a usar drogas, mas com o passar do tempo, meu corpo foi se acostumando com a sensação que ela causava. Deixava-me em êxtase, foi por isso que eu parei de estudar, não sou analfabeto, mas também não terminei os estudos. Agora eu já estou limpo, eu frequentei uma clínica por um bom tempo e hoje eu já posso ser considerado ex-dependente químico. Eu continuava a acariciar seus cabelos, processando tudo o que ele havia me falado. Isso tudo era ridículo, não havia possibilidade de meus sentimentos por ele diminuir por causa disso.
-Qual seu maior medo Edward? Perguntei. -Porque você acha que a qualquer momento eu vou lagar tudo por causa de algum fato do seu passado?
-São tantos medos Bella, mas o principal de todos é que você note que eu não sou bom para você, isso é a única coisa que eu temo.
-Não a motivos para temer Edward, eu vou te ajudar a reconstruir sua vida. Se você quiser, posso te ajudar a voltar a estudar. Não pense que não tem mais jeito para você, pois tem sim.
-Eu tenho medo de ter uma recaída Bella, eu já tive tantas recaídas durante o tratamento.

POV_EDWARD

-Há quanto tempo está sem usar drogas? Perguntou ela.
-Pouco mais de um ano.
-Então, você é forte, eu sei que você consegue. Disse confiante.
-Nunca vai sair da minha cabeça o dia em que eu tive minha primeira recaída.

Flashback ON

Eu me sentia como um louco no manicômio. Aquele quarto todo branco, as roupas brancas, tudo me deixava louco. Eu estava caído em um canto qualquer do quarto, meu corpo tremia em ânsia pela sensação da droga entrando pela minha narina. Eu precisava disso, se não àquelas pessoas iriam me pegar. Tinha muitas crianças no quarto comigo. (Nota da autora: As crianças são tudo alucinação da cabeça dele, ok?) Elas apontavam o dedo para mim e ria, gargalhavam do meu sofrimento. Eu queria bater nelas, pois elas não eram crianças boazinhas, elas eram más e com o tempo seu rosto ia envelhecendo e se tornava o homem que apareceu em casa junto com minha mãe e falou que meu nome era gay. Eu socava o ar, tentando acertar as crianças, mas elas eram apenas fumaça. Corri até o banheiro tentando me esconder. Lá elas não entravam. Meu corpo continuava a tremer. Mas quando eu vi o sabonete em cima da pia, meu corpo cantou em desejo. Peguei o sabonete que também era branco e raspei a lateral com a escova de dente. Não era pó, os resíduos eram farelos do sabonete, mas eu estava satisfeito com isso. Fiz uma única fileira e aspirei. Minha cabeça rodou, meus olhos lacrimejaram e meu nariz queimou. A sensação, inicialmente, era horrível. Mas depois meu corpo flutuou em alívio. Voltei para o quarto e não havia criança para me atormentar. A porta foi destrancada e de lá entrou um dos enfermeiros que cuidava de mim. Seria uma boa hora para tentar fugir. Parti para cima dele, mas o mesmo facilmente se esquivou. Ouvi seus gritos quando ele prendeu meus braços para trás e logo pude ver vários homens conversando e senti uma agulha entrando em minha veia do braço. Tudo começou a rodar e eu fiquei preso na escuridão.

Flashback OFF

-É por isso que eu tenho medo. Medo de o vício voltar.
-Posso te ajudar com isso? Sussurrou ela.
-Como Bella? Perguntei angustiado. Seus dedos me apertaram os cabelos e ela puxou meu rosto para olhar em meus olhos.
-Vicie-se em outra coisa. Sussurrou contra meus lábios. -Vicie-se em mim! Essa seria uma coisa fácil, aliás, já estava viciado nela. Em tudo, seu cheiro, sua pele, sua pureza, seu sorrisos. Colei nossos lábios suavemente, curtindo a sensação de calor que emanava de seu corpo. Abracei-a apertado contra mim, sentindo todo seu corpo se moldar ao meu enquanto eu deitava em cima dela. Nossos beijos eram sôfregos, as línguas lutavam em uma guerra onde os dois eram vencedores. Minhas mãos não ficavam em um lugar certo, passeava por todo seu corpo, ela toda era macia. Quando o ar nos faltou, separei nossos lábios e desci até seu pescoço, dando beijos suaves e delicados. Não sabia o que fazer ou como fazer me sentia inseguro e excitando.
-Eu quero você Edward, faça amor comigo. Oh Deus, sim. Eu queria gritar bem alto, sim, tudo que mais quero é fazer amor com você, entretanto, deixei minha respiração se acalmar, assim como a dela e a olhei em seus olhos.
-Eu também quero você, também quero fazer amor com você, mas aqui não é o lugar certo. Deixa-me achar um lugar onde seja perfeito para nós dois, ai eu prometo que vou fazer  tudo ser maravilhoso.
-Eu espero Edward, o tanto que for preciso.
-Obrigado. Ia beijá-la novamente, mas fui impedindo pelo barulho de batidas na porta. Bella deitou-se comportadamente ao meu lado e eu prendi riso com seu ato.
-Pode entrar.
-Olá crianças. Saldou Esme.
-Só queria avisar que  pintor já está ai.
-Certo tia, nós já estamos de saída. Saímos do quarto e fomos para outro, que seria de Alice.
-Allie, tem certeza que você não vai? Perguntou Bella se referindo a ir para o AP delas.
-Não Bella, vou para casa do meu bebê. Disse ela se referindo ao namorado. -Mas aproveitem. Sorriu maliciosa.
-Certo, até mais Allie.
-Tchau Bella, Edward.
-Tchau.
O fim da tarde com Bella foram maravilhosos. Almoçamos em um restaurante italiano e depois caminhamos pelas praças de Port Angeles. O tempo estava frio então decidimos ir logo para casa.
O prédio era bonito, bem simples e nada comparado ao luxo em que eu vivia com Carlisle. Fiquei encantado com a delicadeza e simplicidade do local, era calmo, tranquilo e familiar. Eu preferia mil vezes viver aqui à mansão de Carlisle. O apartamento era no último andar e Bella me fez subir oito lances de escada, pois tinha medo de elevador. Ri com isso, havia muitas coisas sobre ela que eu também não sabia, mas que faria questão de descobrir. Bella abriu a porta e quando entramos ficamos ambos chocados. A sala toca estava iluminada por velas, a mesa de jantar estava pronta para duas pessoas e a aura do local era romântica. Olhei para Bella, que também estava boquiaberta, com certeza era uma surpresa para ela também, fomos até a mesa e lá havia um cartão.

“Bella e Edward
Aproveitem o momento a sós, e apreciem com moderação meus dotes culinários. Hoje à noite é de vocês e para vocês. Podem me agradecer depois. Com carinho.
Alice.”

Olhei de relance para Bella, que estava corada e mordia deliciosamente seus próprios lábios.
-Alice sempre tem o timing perfeito. Sussurrou ela.

POV_CARLISLE

Havia saído mais cedo do trabalho e em casa fui direto para meu escritório. Eu queria descansar minha cabeça de todos os problemas presentes e passados. Mas ao ver minha empregada entrar em um rompante pela porta, tentando barrar uma mulher que discutia com ela, percebi que minha noite seria longa. Elizabeth. O que essa vadia queria aqui?
-Desculpe senhor, ela disse que você a receberia.
-Tudo bem Maria, pode ir agora.
-Certo. Esperei a mulher sair em passos cansados pela porta e olhei para a mulher repulsiva que eu aprendi a odiar.
-O que faz aqui Elizabeth?
-Qual problema Carl, não posso fazer uma visitinha para meu filho? Perguntou sarcástica.
-Seu filho? Seu filho? Ora, vá à merda mulher. Edward deixou de ser seu filho no dia em que você nos abandonou. Fiquei confuso ao ouvir sua gargalhada estrondosa ecoar pelo cômodo.
-Como você é tolo Carlisle. Pouco me importo com aquele moleque mimado. O único motivo para eu estar aqui é para te fazer um convite.
-Que tipo de convite? Perguntei com o maxilar trincando.
-Para a missa de sétimo dia de seu filho Anthony.


Todos os capítulo Aqui.

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