segunda-feira, 7 de maio de 2012

A NOVA VIDA POR @OHYEAHROB #FANFIC #CAPÍTULO3


Capítulo 3


POV_EDWARD

Se quiser que sua namoradinha fique viva. Afaste-se dela.

Meu corpo paralisou, mas o que significava aquilo? Quem por Deus ameaçaria uma menina que nem se quer estava se relacionando comigo?Eu estava desesperado, não queria que ninguém a machucasse, mas também, não queria que ninguém me afastasse dela. Mas era o certo a fazer, ela não poderia correr nem um risco por minha causa. A dor dilacerava meu peito, era a última vez que eu a veria, seria uma despedida. Entrei pela porta, ouvindo os sons dos sinos que havia nela e fui ate o balcão onde a menina se encontrava. Havia um nó em minha garganta, eu não sabia se teria forças para dizer adeus, mesmo que ela nem ao menos saiba que isso seria uma despedida. Ela me olhava estranhamente, com se fosse me falar alguma coisa. Sua boca se abriu algumas vezes mais ela sempre desistia do que iria falar. Por fim ela falou.
-O de sempre senhor? Perguntou com um sorriso mais brilhante do que antes. Deus! Eu não conseguiria deixar para trás a única pessoa que me deu alegria após tanto tempo de dor e solidão.


Deus. O que eu faria agora? Afastaria-me dela? Deixaria a maior alegria de minha vida de lado e não colocaria Isabella em risco? Seria a coisa certa a fazer, ao mesmo tempo em que se eu ficasse ao seu lado, poderia proteger-lhe de qualquer imprevisto. Mas como eu poderia proteger-lhe, sendo que eu nem saberia de onde vinha à ameaça? Isabella não fazia idéia de como minha vida era uma escuridão, e ela era a única coisa que eu conseguia enxergar. Eu precisava me afastar deixá-la segura, pois é isso que estava no bilhete, só assim ela ficaria segura. Essa seria sim, uma despedia silenciosa, eu estava morrendo por dentro, novamente.
-Eu vou querer o de sempre para viagem. Respondi-lhe com a voz tremula.
-Não vai se sentar hoje? Perguntou com a voz fraca. Será que aquele era um tom de tristeza ou isso era apenas minha mente pregando uma peça? Meu coração saltou com a possibilidade dela sentir minha falta nessa sexta-feira fria.
Novamente, ela abriu a boca como se fosse falar alguma coisa e depois voltou a fechá-la, seu olhar transmitia decepção, tristeza e raiva?
-Quer me dizer alguma coisa? Perguntei na esperança dela dizer que queria minha companhia, olhei em seus olhos procurando uma resposta e lá encontrei agonia.
-Não é nada. Sussurrou. Talvez eu pudesse convidá-la para tomar um café no final do expediente, era uma forma de despedida. Como você é estúpido Edward. Há quanto tempo você já não esta adiando essa despedida e ela nunca acontece. Não, nunca acontecia porque eu não tinha forças. E isso era ridículo, estar apaixonado, a ponto de sofrer por uma pessoa que eu nem conheço. Ao mesmo tempo em que isso é uma alegria, mesmo não podendo tê-la para mim, eu estava me contentando em ter seu sorriso sempre, me iluminando. A afeição que eu nutria por essa pequena menina mulher ultrapassava as barreiras de uma amizade, até mesmo da paixão. Era amor, sincero e puro, mesmo minha vida não tendo nada de puro. Meus sentimentos por ela eram os mais ternos e fervorosos. Estava decidido, eu não poderia perder a dona desses olhos de chocolate que me despertaram novamente um sentimento tão profundo há tempos não vivenciado por mim. O amor. Eu posso não merecê-la, mas sempre vou estar por perto, para assegurar-lhe por seu bem estar e permitir-me sonhar todos os dias com seus encantadores gestos tão espontâneos e amigáveis.
-Quando seu expediente acabar, você aceitar tomar um café comigo? Parecia que eu tirava uma casa de cima de minhas costas. O alívio que foi soltar essas palavras não tinha precedente, eu estava feliz por ter coragem o suficiente de agir tão naturalmente. O desgraçado que havia me mandado o bilhete, que fosse para o inferno, eu não seria capaz de me afastar dela. Principalmente agora, a partir desse momento,  em diante eu estaria do lado dela, se assim ela quisesse.
-Tudo bem. Disse ela com um sorriso tímido.
-Eu espero você. Sentei-me à mesa mais afastada do balcão e de costas para ela, assim ela não iria ver as emoções que eu sentia no momento. Esperei pacientemente os minutos passarem. Olhei para o relógio de marca italiana que havia em meu pulso e vi que ainda não havia se passado nem dez minutos do momento em que havia lhe falado.
Quis rir de mim mesmo com minhas reações perante ela. Eu parecia um adolescente virgem que iria levar a garota mais popular da escola para o baile de primavera. De alguma forma era mais ou menos isso mesmo. Ela pode até ser a simples garçonete, a garota humilde que trata os clientes adoravelmente bem. Mas para mim ela era sim a garota mais popular da escola, no meu caso, de minha vida. Eu era o garoto nerd e sem rumo que tinha ela em minhas mãos por uma noite, isso tudo era ironicamente ridículo. De certa forma agradável, estava absorto em pensamentos que nem havia notado a presença de uma mulher e uma criança ao meu lado. Reconheci-o imediatamente, era ele que havia me entregado o bilhete. Meu corpo ficou tenso repentinamente, minhas mãos fecharam em punho e meu maxilar trincou. Eu não iria fazer nada para machucar a criança, meu único medo era que ele trazia consigo mais um dos bilhetes misteriosos.
-Senhor, acredito que reconheça esse moleque levado? Perguntou a mulher chamando minha atenção e me fazendo notar de que se tratava de uma freira.
-Pois sim irmã, ele havia me entregado um bilhete um tanto estranho. Disse ainda nervoso, aonde tudo isso iria parar?
-Oh, mais é mesmo um enviado do maligno. Ralhou ela puxando a orelha do menino.
-Me desculpe meu senhor, não é a primeira vez que esse moleque mal criado age dessa maneira, realmente sinto-me muito envergonhada pelo mau comportamento de meu pupilo, até mais senhor.
-Até, irmã. Disse aliviado e tentando prender o riso ao ver a mulher se afastar distribuindo broncas ao menino que se encolhia pelo puxão que recebia em sua orelha.
-Vai pagar penitências viu menino. Vai ajoelhar no milho e rezar dez ave-marias.
Eu me sentia em estado de espírito leve um mal entendido, apenas isso resultou em um final totalmente inesperado. Eu havia me aproximado, mesmo que minimamente, da menina. A felicidade sem precedentes me consumia, agora que eu havia me aproximado dela, não seria nem um sacrifício ficar ao seu lado sem qualquer ameaça a sua segurança. Eu poderia omitir alguns fatos obscuros de meu passado até certo ponto. Se talvez nossa afeição crescesse e nossos laços fossem mais intensos, o que era meu desejo, em nem um momento eu mentiria sobre a realidade de minha vida. Ela tinha direito de saber o tipo de pessoa que eu era. Senti o cheiro de morangos cada vez mais concentrado no ambiente ao meu redor e assisti-a sentar-se lentamente em minha frente na mesa. Já não havia mais ninguém no estabelecimento e os outros funcionários amontoavam as cadeiras sobre a mesa e limpavam o chão.
-Não é preciso a sua ajuda? Perguntei me referindo ao trabalho, em nenhum momento queria ser motivo de discórdia entre ela e o patrão.
-De forma alguma, eu faço hora extra quase todos os dias e por isso tenho alguns benefícios.
-Ótimo! Mas acho que precisamos encontrar outro local aberto para tomarmos nosso café.
-Não será preciso.  Disse uma voz suave que eu já conhecia, a menina de cabelos curtos apareceu ao lado de Isabella com dois copos grandes de café. - Aqui está agora é só vocês passearem pela cidade.
Seu sorriso era contagiante e ela olhava Isabella de forma cúmplice. Acompanhei o movimento lento dos lábios de Isabella, dizendo sem som algum, obrigado. Perdi-me em pensamentos, imaginando como seria ter seus lábios contra os meus. Desviei minha mente dos pensamentos libidinosos e me concentrei em agradecer a menina com carinha de anjo.
-Obrigado.
-Sem problemas. Até mais Bella, tchau para você também.
Observei a menina se afastar radiante e notei a forma extremamente carinhosa na qual Isabella a olhava.
-Gosta dela bastante dela, não é? Perguntei tentando confirmar minhas suspeitas. Queria ser capaz de ler suas expressões.
-Alice é como uma irmã para mim. Disse com o semblante nitidamente triste.
-O quê? Perguntei me referindo à forma triste que ela começou a se comportar.
-Ela é minha única família.  Disse com a voz embargada olhando para vazio, qualquer ponto inútil atrás de mim.
-Quer falar sobre isso? Perguntei na esperança dela concordar em se abrir para mim. Seus olhos penetrantes me observavam intensamente, me olhando com se eu fosse de outro planeta. Talvez ela realmente me achasse um extraterrestre, por querer que falasse sobre a sua vida a um completo desconhecido.
-Não é uma história das mais agradáveis.  Disse ela com um sorriso sem vida que não chegava aos seus olhos.
-Digamos que eu não sou uma pessoa acostumada com histórias felizes. Disse deprimente até mesmo para mim. Pessoas que lidam com a tristeza tem facilidade para entender o sofrimento dos outros.
-Que tal darmos uma volta? Perguntei, tentando mostrá-la que sou de confiança. A partir desse momento eu faria tudo para tê-la por perto.
-Claro, vamos até a praça principal. Disse ela.
Caminhamos em silêncio até a praça que se localizava a duas quadras do café. O ambiente era agradável, já era tarde, por volta de onze horas. Mas o movimento de casais adolescentes era grande. Ficamos passeando pelos bancos da praça sem nenhuma intenção de sentarmos e sem dizer uma palavra. O silêncio era agradável, mas eu precisava fazê-la falar, ouvir sua voz para ter certeza de que tudo isso era real.
-Você parecia que gostaria de me dizer alguma coisa anteriormente? Disse me lembrando do momento em que cheguei ao café.
-Na verdade eu estava criando coragem para te chamar para tomar um café.  Disse sorrindo, com se eu não estivesse ao seu lado.
-Verdade? Perguntei sorrindo torto e me deliciando com suas bochechas coradas. Ela me olhou timidamente ainda com um sorriso no rosto.
-Sim.
-E porque você estava “criando coragem”? Sou assim tão repulsivo? Perguntei divertido, mas com  dúvida de seus motivos para não se aproximar.
-Ah, sei lá, você não combina comigo. Aliás, eu não combino com você. Disse timidamente.
-Por que isso? Perguntei realmente curioso.
-Sei lá você é tão bonito. Disse com as bochechas corando. -Aquela loira combinaria muito mais com você do que eu. Disse em tom de lamento, fiquei surpreso pela forma que ela se julgava. A beleza pura e inocente que exalava de seus traços naturais não poderiam ser comparados à vulgaridade que exalava dos poros de Tânia. Seu nível intelectual, psicológico e estético nunca poderia ser rebaixado ao nível do de Tânia.
-Você é completamente absurda. Disse seriamente. -Nunca se compare a uma pessoa baixa como a Tânia.
-Como não, a beleza de uma modelo fotográfica de revista de moda nunca chegará aos pés de uma simples garçonete. Disse como se fosse a coisa mais normal do mundo.
-Você não se vê com muita clareza Isabella. Disse segurando em sua mão, fazendo-a olhar diretamente para meus olhos.
-Me chame de Bella. Disse olhando-me profundamente com seus olhos de chocolates derretidos.
Então paramos de andar, nossos olhos e mãos ainda estavam conectados. Comecei a fazer círculos na palma de suas mãos e fiz com que voltássemos a nos movimentar. Entrelacei nossos dedos, permitindo-me aquecer meu coração se aquecer com seu toque quente e suave.
-Quem te feriu dessa maneira.  Sussurrei. -Porque mesmo com seu sorriso encantador, no fundo eu ainda posso ver traços de infelicidade em seus olhos? Perguntei tentando entender o que havia acontecido com essa menina.
-Já disse que não é nenhuma história feliz.
-Digamos que minha própria história não é um conto de fadas.
-Meu pai morreu por culpa da minha mãe, que o traia. Ela sumiu no mundo sem deixar qualquer vestígio. Não que eu queira encontrá-la. Isso não era muito complexo, mas eu ficaria satisfeito por hora.
-Eu sinto muito. Disse amigavelmente.
-Eu também. Falou sombria. - E você, não parece à encarnação da felicidade.
-Minha história é um pouco mais infeliz que a sua. Digamos que o buraco é bem mais embaixo.
-Eu vejo dor em seus olhos. Disse parando em minha frente me proibindo de continuar andando. -Mas vejo também a raiva, quem te faz sentir tanto ódio assim? Quem te machucou? Perguntou me olhando com intensidade, procurando talvez, respostas em meu olhar assim como fiz com ela.
Toda a minha trágica história de vida passou em meus olhos por um instante. Era como dizia nos filmes, quando estamos morrendo, nossa vida passa em nossa mente, era isso que acontecia, tirando a parte de morrer.
Ela me olhava tão ternamente que eu gostaria de poder dizer-lhe toda minha trágica história de vida, mas esse não era o momento certo, eu ainda não estava pronto para me abrir com ela.
Senti o toque suave de seus dedos em minha bochecha, deslizando preguiçosamente por meu maxilar. A carícia era tão tímida e carinhosa que me permiti fechar os olhos e aproveitar do calor que ela me transmitia.
-Por que você está com a expressão tão agoniada? Não gosto de te ver triste. Disse com os olhos engatáveis, ainda alisando meu rosto. Eu tinha vontade de chorar, gritar. Primeiro, pelas lembranças ruins e segundo, pelo fato dela se mostrar ainda mais encantadoramente adorável. Ela se importava comigo, isso fazia um broto de esperança renascer dentro de mim. Qualquer quantidade de sentimento que ela poderia nutrir por mim, já era significativo.
-Desculpe-me se invadi sua privacidade.  Disse timidamente retirando a mão do meu rosto, senti minha pele ficando fria quase que imediatamente.
-Não se desculpe, não é você Bella, sou eu.  Falei agoniado.
-Eu não entendo. Falei por fim.
-Eu não sou bom Bella. Disse simplesmente, doía tanto dizer a verdade para ela.
-Deixe eu mesmo fazer um julgamento sobre sua pessoa. Deixe-me conhecê-lo por dentro e por fora. Não se julgue uma pessoa mal, eu posso ver em seus olhos a tristeza, e isso mostra como seu coração sofre. O sofrimento não é um sentimento de fracos e nem dos ruins. E sim um sentimento de pessoas com almas puras e sensíveis.
Eu não sabia o que falar, na verdade eu queria falar-lhe tudo, mas não agora. Senti meus olhos úmidos, mas nem uma lágrima saia dali. Senti seus braços quentes me envolver ternamente. Ela escondeu seu rosto em meu peito, como se ela fosse à pessoa a ser reconfortada. Deixei meus braços circularem carinhosamente ao seu redor e escondi meu rosto nos seus cabelos. Sentindo o cheiro doce de morangos que exalavam de lá. Há quantos anos eu não recebia um abraço, principalmente sincero. Nessa mesma manhã, eu acordei sem envolvimento com essa menina, e agora eu estava em seus braços sendo consolado por ela. E esta, nem ao menos sabia o motivo de minha tristeza. Afastei-me milimetricamente dela, apenas para olhar em seus olhos.
-Obrigado.
-Quando se sentir a vontade, eu vou estar aqui. Disse amigavelmente.
-Já esta tarde, deve voltar para casa.  Nenhum de nós fez qualquer movimento em relação a ir embora.
Ela me olhava inexplicavelmente, e meus olhos ora ficava preso nos seus, ora olhava em seus lábios. Gostaria tanto de saber qual o gosto deles.
Percebi tarde demais, que nos aproximamos lentamente. Os narizes tocando, as respirações se misturando, os corpos unidos em um abraço terno e carinhoso. Alisei suavemente seus lábios com os meus. Mordi suavemente o inferior, sem qualquer conotação sexual, e depois os suguei. Seus dedos se enrolaram nos meus cabelos bagunçados e me deliciei com a visão de seus lábios sendo fortemente mastigados por seus dentes perfeitamente brancos e alinhados. Não poderia conter um sorriso de felicidade nesse momento. Eu não a beijaria antes dela saber a minha realidade. Apenas permiti que nossos lábios se unissem em um beijo casto e sussurrei próximo a sua boca.
-Posso te acompanhar até a sua casa?


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