Capítulo 2
POV_EDWARD
Eu já estava cansado de tudo em
minha vida. Tudo deixou de fazer sentido desde que eu perdi minha mãe, meus
amigos, minha e vida, meu pai havia me tirado tudo isso quando eu completei
doze anos. Eu via sempre ele brigando com minha mãe Elizabeth, mas ainda era
criança e não sabia de nada. Teve um momento em que minha mãe não agüentou mais
e partiu me deixando sozinho com aquele louco. Eu via minha mãe como a pessoa
mais perfeita de todo o mundo. Ela era a pessoa mais doce e carinhosa que eu já
havia conhecido em toda minha vida. Eu a amava incondicionalmente, todo o
carinho que ela me dava, superava a falta que meu pai fazia. Eu quase nunca o
via, o tempo todo ele estava fora de casa e quando voltava, sempre brigava
comigo e nunca demonstrava nem um sentimento por mim ou minha mãe. Minha
infância, por volta dos meus sete ou oito anos, eu sabia o que era ser feliz, minha
família era perfeita, meu pai me amava. Tínhamos uma casa grande e amor não
faltava lá. Mas depois que um homem alto de cabelos pretos, lisos e compridos
chegou às coisas começaram a ficar estranhas. Foi a partir daí que eu vi meu
pai brigar com minha mãe e não passar mais tempo em casa. O pior de tudo não
era só pelo fato de minha mãe ter ido embora, mas depois disso, Carlisle
começou a me levar junto com ele em seus “negócios”. Ele era traficante, vendia
drogas, mas não consumia, isso era minha parte. Sim, ele me obrigava a cheirar
quase dez fileiras crack por dia, tudo isso apenas para mostrar aos seus
“clientes” que realmente o produto era de qualidade. Em menos de dois anos eu
já havia me tornado mais um viciado, um completo vagabundo. Todos os dias eu
ansiava loucamente pela hora que Carlisle me levaria para mais um cliente seus
e me daria à oportunidade de poder cheirar um pouco mais. A cada minuto que eu
sentia a ânsia da droga em meu organismo, me sentia sujo. Havia largado a
escola, os meus delírios não poderiam ser vividos em nem uma escola. Todos os
meus amigos saíram da minha vida, ou foram obrigados a fazê-lo. Eu queria
entender porque tudo isso havia acontecido. Porque eu tinha que ter um final
assim, queria muito poder encontrar minha mãe e perguntar por que ela não me
levou junto de si. Por que me deixou com aquele mostro? Eu não entendia o olhar
que ele tinha sobre mim, mas com o tempo eu fui reconhecendo os sentimentos
presente ali. Raiva, ódio, medo, nojo e dor. Porque ele sempre me olhava assim?
Porque ele deixou de me amar? Eu sempre o via como um exemplo a ser seguido,
ele era um médico brilhante, que salvava vidas de pessoas desconhecidas. Mas
agora, ele matava pessoas que consumia a droga. Eu não queria essa vida para
mim, eu não queria ser um viciado, no inicio tentei relutar, mas foi
impossível. Lembro-me como se fosse ontem, a forma como meu corpo reagiu a
primeira vez que eu consumia aquela maldita droga.
Flashback ON
-Anda logo moleque, vamos dar um
passeio.
-Aonde vamos pai?
-Cala boca e vem logo. Daqui a
pouco você vai saber. Eu torcia para que ele dissesse que iríamos atrás de
minha mãe. Eu queria muito isso. Queria ela de volta para minha vida, queria
que ela trouxesse a felicidade novamente para nossa casa. Entrei no carro junto
com ele, já era noite, eu não sabia para onde iria. Mas era para uma boate bem
distante da parte nobre da cidade, eu nunca havia estado em uma boate antes,
sendo apenas uma criança era impossível. O ambiente não era como eu esperava.
Havia mulheres nuas por todos os lados, havia sexo explícito e muita gente
passando mal. A musica era alta e fazia os meus ouvidos vibrares dolorosamente.
Quando entramos em uma sala, como se fosse um escritório, presenciei uma cena
grotesca, uma mulher subia e descia rapidamente pelo pênis do homem, que estava
deitado em cima da mesa. Mesmo com treze anos eu já sabia do sexo. Nunca havia
sentido desejo, mas de alguma forma aquela cena me deixava com uma sensação
gostosa em meu membro. Sabia que isso não era certo, por isso me sentia impuro.
Carlisle pigarreou e os dois nos olharam, sem demonstrar nem um
constrangimento, sem se importar com a nossa presença eles terminaram o ato
finalizando com gritos e gemido. Fiquei assustado, pensei que ele estava
machucando a mulher, mas a expressão de satisfação dela mostrava que era
totalmente o contrario. O homem se vestiu, ainda sem se importar com nossa presença
e mandou a mulher sair, logo após nos mandar sentar.
-Trouxe o carregamento?
Perguntou ele.
-Sim. Está tudo aqui. Disse meu
pai entregando-lhe uma carta.
-Como eu posso ter certeza que
não está mentindo e que isso tudo aqui é realmente puro.
-Experimente.
-Acha mesmo que sou idiota
Carlisle? Disse ele abrindo o casaco que vestia e mostrando parte de uma arma
de fogo.
-Edward, você vai me fazer um
favor. Disse Carlisle nervoso, meu pai abriu a caixa com cuidado e tirou
algumas cápsulas com um pó branco dentro. Fez quatro fileiras na mesa, pegou
uma nota de dez dólares e enrolou, entregando-a para o homem.
-Então seu nome é Edward? Perguntou
ele.
-Sim. Respondi assustado.
-Vem aqui sentar no colo do seu
tio Edward.
Olhei assustado para Carlisle e
ele simplesmente falou para eu fazer o que ele pedia, fui até o homem, meu
corpo todo estava tremendo de pavor do que se veria ali, sentei nas pernas do
homem e ele entregou a nota enrolada em minhas mãos.
-Sabe como fazer? Ele perguntou,
eu sabia que eu seria obrigado a usar drogas, mas não sabia como fazer.
-Não. Respondi.
-É fácil e prazeroso você só
precisa aspirar esse pozinho delicioso com o auxílio da nota.
-Eu não quero fazer isso. Eu disse
tremendo cada vez mais.
-Acho bom você fazer rapazinho,
se não seu pai vai ter muitos problemas.
Olhei para Carlisle que estava
com o rosto pálido, eu não faria nada que pudesse machucar meu próprio pai,
mesmo ele não gostando de mim. Abaixei meu corpo até a mesa, posicionei a nota
enrolada perto do inicio da primeira fileira e aspirei. Senti meu nariz queimar
e minha cabeça ficar tonta. Parece que o ar faltava em meus pulmões, comecei a
tossir desesperadamente. Minha garganta também queimava e meus olhos
lacrimejavam.
-Até o final filho, você vai gostar.
Disse o homem, mas eu não queria aquilo,
não queria me tornar um drogado vagabundo.
-Não, eu não quero mais, isso é ruim.
Disse chorando.
-Acho bom você fazer menininho,
ou coisas piores vão acontecer a você. Disse ele passando a mão desde meu
joelho, por toda a extensão de minha coxa e apertando perto da virilha, meu
corpo estava congelado, o pavor me dominava, olhei para Carlisle e ele tinha
uma expressão de pavor no seu rosto, permiti-me acreditar que ele estava
temendo por minha segurança e que ainda
me amava. Repeti o ato nas outras três fileiras, tudo rodava, minha mente estava
pensada e meus olhos ardiam. Eu não tinha forças para mais nada, a escuridão me
tomou e cai no abismo escuro, completamente dominado pela dor e a tristeza.
Flashback OFF
Depois desse dia eu acordei em
minha cama, havia algumas manchas em meu corpo, parecia com marca de dentes e
algumas de dedos, meu corpo tinha ficado dolorido e eu nem fazia idéia do que
tinha acontecido comigo, esse foi um dos primeiros de muitos dias de tortura
que eu sobrevivi. Lembro-me também o dia em que meu pai me bateu quase me
fazendo perder a consciência, eu já havia me tornado dependente químico, tinha
quinze anos.
Flashback ON
Eu precisava sentir o efeito que
a droga fazia em mim, Carlisle estava me mantendo preso no quarto a uma semana
e eu sobrevivia apenas de água e comida, mas na verdade eu precisava da droga.
Eu já estava tendo alucinações, eu via várias crianças andando ao meu lado, elas
me pediam para brincar com elas e eu sempre aceitava. Mas quando começávamos a
brincar, elas se tornavam homens e me violentava. Eu não conseguia distinguir o
que era alucinação ou o que era pesadelo, eu me sentia possuído, como se
estivesse com alguma espécie de demônio dentro de mim. Consegui pular a janela
de meu quarto e fui até o escritório de Carlisle, ele não estava lá, então peguei
o último carregamento que havia chegado, peguei o máximo de cápsulas que podia,
sem deixar alguma suspeita e voltei para o quarto. Após cheirar mais de oito
fileiras, senti meu corpo flutuar em prazer. Alívio tomou conta do meu corpo,
mas em minha mente eu me sentia sujo, imundo e isso era horrível. Eu queria morrer,
queria tirar minha vida, mas eu tinha medo, era como se alguma coisa me
prendesse nesse mundo fútil, estava caído na cama, ainda com o efeito relaxante
em meu corpo quando a porta se abriu ruidosamente e Carlisle entrou com a
expressão raivosa e o olhar mortal.
-Vai se arrepender por isso
moleque. Vi ele tirar o cinto que estava em sua calça e vir para cima de mim, puxou
fácil minha calça de moletom deixando-me apenas de cueca e começou a bater-me,
a cada açoite da cinta em minha pele, me sentia queimar, arder de dor e de
ódio. Eu tinha vontade de matar esse homem, lentamente. Fazê-lo sofrer por tudo
o que eu havia sofrido desde a partida de minha mãe. Eu chorava, mas sem deixar
nem um som sair, não daria esse prazer a ele.
-Nunca, mas mexa onde não deve
moleque! Isso é só uma parte do que você pode receber. Gritou ele.
-POR QUÊ? Explodi em lagrimas. -
Porque você me odeia? Porque você deixou de ser meu pai? Porque deixou a mãe
sair de nossas vidas?
Ele ficou em silêncio, olhando-me
com os olhos cheios de culpa e de dor, as lágrimas escorriam livremente por
seus olhos, os soluços altos que escapavam por sua garganta, eram mais altos
que o meu. A dor dele era tão dilacerante, que eu sentia meu peito retorcer por
ter causado essa dor nele. Mesmo com tudo o que ele fazia para mim, era
impossível não sentir pena? Era isso que eu sentia? Porque eu sentia compaixão
ao vê-lo sofrer mesmo sem saber um motivo? Ele saiu do quarto sem dizer uma
palavra e eu fiquei lá, chorando pela minha dor física e mental e também pela
dor dele, que eu nem sabia o motivo.
Flashback OFF
Agora, com dezenove anos, eu Edward
Cullen, tinha liberdade, já era maior de idade e Carlisle não podia me obrigar
a nada, mas eu ainda vivia nas custas dele, não tinha como conseguir um emprego
sendo que nem havia acabado meus estudos. A solução era continuar na mesma casa
que ele. Eu não sentia ódio por Carlisle, era apenas um vazio em meu coração.
Havia um buraco deixado por minha mãe e agora o buraco era muito maior. Era
como se não houvesse coração dentro de mim, apenas um vazio. A rotina de minha
vida agora era apenas ir para a clínica de reabilitação. Ele pagava, talvez por
remorso, ou talvez, por um sentimento dentro dele que ainda tinha uma chama
acessa. Eu havia saído do vício, tinha algumas recaídas, mas sempre conseguia
me recuperar. Eu passava o dia todo fora de casa, o tempo todo na clareira
perto da cidade de Forks, mesmo com a viagem um pouco longa, eu ia todos os
dias lá. Ou se não, iria até a praça da cidade, lá havia cor, vida e
felicidade, as famílias se divertiam lá do mesmo jeito que minha família se
divertiu um dia, as crianças brincavam felizes, sem saber de nada desse mundo
cruel e monstruoso, a realidade da vida era provavelmente desconhecida para a
maioria aqui presente. Eu gostaria de poder voltar para a escola, queria ser um
médico. Como Carlisle foi um dia, entretanto, queria salvar as crianças de
doenças e de maus tratos, ser um herói para elas. Sentia-me calmo, tranquilo,
mas não feliz, não havia como ser feliz, apenas lembranças tristes que eu
carregava em meu coração, não havia vida dentro de mim, até ela chegar, na
verdade, eu chegar à vida dela, essa era uma das poucas lembranças agradáveis
que eu tinha.
Flashback ON
A noite estava fria, eu não
sabia para onde ir, só não queria ir para casa. Hoje era sexta-feira e
provavelmente Carlisle estaria em casa, não queria ter que olhar em seus olhos,
pois isso traria dor. Andava pelas ruas da cidade, sem rumo, apenas para
distrair a cabeça, já era por volta das nove horas da noite e encontrei um
café, que me chamou muito a atenção. O ambiente era agradável, freqüentado por
poucas pessoas, mas provavelmente de qualidade, sentei-me em uma das mesas que
havia ali e esperei até alguém me atender, estranhei o cheiro do ambiente, não
que o cheiro me desagradasse, mas eu esperava algo como café e não morangos, o cheiro
ficou cada vez mais forte e eu senti uma presença ao meu lado. Virei meu rosto
em direção à pessoa que havia ali e me perdi em um mar de chocolates, era uma
menina, os traços delicados de anjo, os olhos de chocolates derretidos que me
fez sentir vontade de prová-los. Ri internamente dessa idéia maluca e notei que
a moça esperava pela minha resposta, o sorriso encantador que havia em seu
rosto se desfez e seus olhos ficaram preocupados.
-O senhor está bem? Perguntou
tocando em meu ombro, estremeci com o contato. Eu nunca permiti que ninguém
tocasse em meu corpo depois do que aconteceu no passado, mas o toque dessa
menina na me assustou, apenas me surpreendeu.
-Desculpe-me, eu não prestei
atenção no que você disse. Falei
envergonhado, ela sorriu abertamente e refez sua pergunta.
-Já está pronto para fazer seu
pedido? Perguntou ainda com o sorriso no rosto.
-Eu vou querer apenas um café
preto.
-Ok, só um minuto. Fiquei
olhando ela se afastar com seu andar de anjo, como se estivesse dançando.
Aquela menina mulher havia me
encantado com seu sorriso sincero, quem sabe ela tenha alguém em sua casa que
estivesse a sua espera e isso a deixava feliz, sua família talvez. Havia uma
luz ao redor dessa menina que iluminava tudo nela, sua aura era pura e
inocente, me transmitia calma e compaixão. Eu queria tanto poder conversar com
ela, saber um pouco mais de sua vida e poder dize-lhe sobre a minha também. Eu
nunca poderia falar isso, ela iria se assustar com a realidade da minha vida,
eu iria espantá-la de minha vida, era possível apenas observá-la de longe, sem
envolvê-la em minha vida.
Flashback OFF
Esta foi à primeira de muitas
sextas-feiras que eu passei a admirá-la ao longe, sua pureza me encantava e sua
sensualidade me envolvia. Todas às vezes que eu ia ao seu encontro, tinha que
travar uma batalha comigo mesmo para apenas observá-la e não expô-la ao meu
mundo. Seria apenas permitido ficar de longe, todas as sextas-feiras eu ia para
lá, ver ser sorriso encantador que tanto me alegrava, mesmo ela distribuindo
sorriso a todos outros clientes to café, eu me senti feliz quando ela sorria
para mim. Iluminava-me, eu ficava calmo e ao mesmo tempo com o coração
acelerado. Aprendi a cada dia, a controlar-me
para não expô-la a minha vida, aprendi a
amar cada vez mais seus atos, suas gentilezas, seus sorrisos. Isabella, doce
Bella, meu anjo, minha menina. Queria
tanto que isso fosse verdade, que ela fosse minha, queria tê-la em minha vida
sempre, sem reservas. Poder amá-la e quem sabe ser amado, a simples ideia de
ser amado por ela me deixava com a respiração rápida e descontrolada. E no dia
em que ela se afastou de mim, eu me senti desesperado. Era como se o dia
tornasse noite e ela levasse toda a luz junto com ela. Precisava dela perto de
mim, senti-me sufocado, necessitado e sozinho.
Flashback ON
Entrei no café e sentei-me à
mesa de sempre, esperei ansioso que ela me atendesse, mas isso não aconteceu, apenas
apareceu uma baixinha com os cabelos repicados.
-Posso ajudá-lo senhor?
Perguntou educada.
-O que ouve com Isabella.
-Ela está no caixa hoje.
-Sem querer fazer pouco caso de você,
gostaria de ser atendido por ela. Disse timidamente, o sorriso dela mostrava
alguma coisa que era oculta para mim.
-Eu vou chamá-la. Disse e saiu toda saltitante pelo corredor. Alguns
minutos depois senti o cheiro familiar de morangos e a voz suave da minha
menina, ela me atendeu prontamente e logo voltou com o meu pedido, eu me sentia
desesperado pela falta de seu sorriso. Será que ela não queria, mas me atender,
pois se assustou com a minha obsessão por ela? Pedi a uma jovem que estava na
mesa ao meu lado sua caneta. Lembrava-me brevemente de como escrever e pedi no pedaço
de papel desesperadamente que ela não me deixasse. Surpreendi-me com a forma
que minha caligrafia saiu. Mesmo após muito tempo sem escrever ficou
perfeitamente bem escrito, chamei-a para
pagar a conta e deixei meu pedido junto com o dinheiro. Não Me Abandone!
Flashback OFF
A partir deste dia ela não
deixou mais de me atender e isso me deixou extremamente feliz, era com se ela
me trouxesse a vida novamente, aos poucos e com calma. Estava ficando tarde e
já era hora de eu vê-la novamente, andando pelas ruas desertas, apareceu um
menino de rua.
-Moço, pediram para te entregar
isso. Falou o menino me estendendo um envelope.
-Quem? Perguntei.
-Foi um homem, mas ele disse
para não falar nada para você. Ele saiu correndo e eu abri o tal envelope, ridiculamente
a carta era escrita com várias letras diferentes de revistas.
Se quiser que sua namoradinha fique viva. Afaste-se dela.
Meu corpo paralisou, mas o que
significava aquilo? Quem por Deus ameaçaria uma menina que nem se quer estava
se relacionando comigo? Estava desesperado, não queria que ninguém a machucasse,
mas também, não queria que ninguém me afastasse dela. Mas era o certo a fazer,
ela não poderia correr nem um risco por minha causa, a dor dilacerava meu
peito, era a última vez que eu a veria, seria uma despedida. Entrei pela porta,
ouvindo os sons dos sinos que havia nela e fui ate o balcão onde a menina se
encontrava, havia um nó em minha garganta, eu não sabia se teria forças para
dizer adeus, mesmo que ela nem ao menos saiba que isso seria uma despedida. Ela
me olhava estranhamente, com se fosse me falar alguma coisa. Sua boca se abriu
algumas vezes mais ela sempre desistia do que iria falar. Mas por fim ela
falou.
-O de sempre senhor? Perguntou
com um sorriso mais brilhante do que antes.
Deus! Eu não conseguiria deixar
para trás a única pessoa que me deu alegria após tanto tempo de dor e solidão.
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