sexta-feira, 6 de abril de 2012

FANFIC - Overcoming - capítulo 7 por @ellymartins



Capítulo 7

Bella Pov


Tudo tão bom... tão perfeito que eu quase brigava com minha mente para que ela parasse de ter pensamentos tão negativos. Estava bom demais ficar abraçada a Edward, meu corpo sacudindo junto com o dele devido às nossas risadas por causa do filme estúpido. Não sei se era impressão minha mas ultimamente eu vinha rindo ainda mais do que o normal, e muitas vezes até sem motivo. Além disso somente hoje eu notei uma coisa: eu estava fumando menos. Sei lá... acho que passava tanto tempo pensando nele que até me esquecia do cigarro. Resolvi compartilhar isso com ele.
–Sabe o que notei?
–Hum?
Ele resmungou e se afastou um pouco para olhar em meu rosto. Essa era uma das coisas que me encantava em Edward. Ele sempre fazia questão de me olhar sempre que eu estava falando. Não era como muitos que ficam distraídos como se o assunto fosse enfadonho.
– Eu estou fumando menos.
Ele arqueou as sobrancelhas e deu um meio sorriso.
–Sério? Viu só? Eu disse que era nervosismo.
–Não era. Era vício mesmo. Mas sei lá... agora a gente está sempre junto e é tão bom que eu me esqueço do cigarro.
–Então deixou o vício do cigarro e se viciou em mim? Gostei disso.
–Ah... deixa de ser convencido. Não foi isso que eu disse.
Ele riu alto e me estreitou em seus braços, beijando a ponta do meu nariz em seguida. Eu nem vou dizer que meu coração pulou feito louco, já que ele estava batendo de forma descontrolada desde o momento em que Edward entrou em meu quarto.
–Eu sei. Estou brincando. Mas fico feliz por você.
–Obrigada.
Seus dedos enrolaram-se em meu cabelos num carinho gostoso.
–Vamos ficar aqui o dia todo?
–Você que deu a louca e não quis sair. Por mim fico bem em qualquer lugar, desde que você esteja.
Edward conseguia me deixar completamente sem graça. E agora mais ainda. Talvez ele estivesse mesmo querendo sair, tomar um ar, mas não fazia isso porque não sabia de que forma eu iria receber o convite. E eu estava devendo isso a ele depois da palhaçada que fiz mais cedo.

–Por que não saímos um pouco?
–E onde quer ir?
–Hum...sei la... podemos ir ate sua casa. Ou aonde você achar melhor.
Percebi o brilho emocionado em seus olhos ao me olhar novamente.
–Quer ir pra minha casa?
Mordi meus lábios, mas decidi que seria ridículo inventar qualquer desculpa. Pra que? Sinceridade com ele... sempre.
–Eu gostei tanto dos seus pais. Gostaria de conversar mais com a Esme.
–Ela vai ficar se achando a rainha da Inglaterra depois disso. Quer ir agora?
–Podemos?
–Claro.
–Eu só preciso me trocar. Você pode pegar umas roupas pra mim?Minha mãe não chegou ainda.
–É só me dizer o que quer.
Ele se levantou, me ajeitando com cuidado e foi até meu armário fazendo exatamente o que pedi.
–Você me da licença para eu me vestir e depois me ajuda com o aparelho? Eu consigo colocar sozinha mas levo o dobro do tempo.
–Sem problema. Vou ficar do lado de fora... é só me chamar.
Quando estava perto da porta ele se virou com um sorriso sapeca.
–Pode ficar sossegada que não irei olhar pelo buraco da fechadura.
Eu ri e atirei uma almofada nele. Assim que ele saiu tirei rapidamente a bermuda e vesti a calça jeans. Depois troquei a camiseta e amarrei os cabelos.
–Edward?
Ele abriu a porta.
–Posso abrir os olhos?
–Mas é um bobo mesmo. Ajude-me por favor.
Ele se ajoelhou a minha frente e pegou minha perna, como sempre causando tremor em meu corpo. Para minha surpresa ele deslizou a mão pelo meu pé, olhando atentamente.
–Lindo... tem pés de princesa.
–E desde quando já viu pé de princesa?
–Pelas historias que minha mãe me contava... do sapatinho de cristal.
Eu ri alto e ele me acompanhou, já pegando o aparelho e ajustando em minha perna.
–É assim mesmo?
–Isso.
Fez o mesmo com a outra perna e depois me ajudou a calçar as botas.
–E agora?
–So vou jogar uma água no rosto e escovar os dentes.
–E seus pais? Ainda não chegaram.
–Eu deixo um bilhete pra eles.
–Então tudo bem.
Fui até o banheiro, joguei uma água no rosto, escovei os dentes e passei um gloss leve. Assim que chegamos do lado de fora eu senti a brisa fresca e olhei pro céu.
–Vai chover.
–Mas a previsão era sol.
–Sim. Mas aqui é assim. Sol até certa hora. Pode esperar que daqui a pouco ela vem.
–Vai estragar o programa do pessoal.
–Ele já estão la há mais de três horas. Ja deu né?
So depois que falei isso me lembrei de olhar as horas: meio dia e meia. Que vergonha. Iria chegar na casa dos pais de Edward na hora do almoço, sem ao menos avisar.
Nem sei por que me espantei quando ele respondeu antes que eu falasse.
–Não se preocupe. Enquanto você se trocava eu liguei pra minha mãe e avisei que iríamos. Não almoçamos cedo nos finais de semana.
–Ah... graça a Deus. Seria constrangedor.
–Seria nada. Minha mãe ficou feliz por saber que estamos indo pra la.
Fiquei contente por saber disso. Não iria me sentir uma intrusa embora em momento algum eles tenham demonstrado isso.
Eu não poderia ter feito melhor escolha. O dia estava sendo agradável demais. Apenas Edward, eu e os pais dele. Almoçamos e pouco tempo depois Carlisle me perguntou se eu jogava cartas.
–Jogo. Adoro. Jogo tudo o que imaginar.
Ele deu um sorriso quase tão bonito quanto o de Edward.
–Esme querida... vamos? Faz tempo que não jogamos canastra.
–Claro. Edward não gosta muito, mas ele não fará essa desfeita com a Bella não é?
–Claro que não.
Fomos para a varanda e Carlisle arrumou a mesa. Seria ele e Esme contra Edward e eu.
–Ja vou te avisando Bella... fique esperta. Meu pai rouba.
–Edward! Que coisa feia...
Ele deu de ombros.
–Fique atenta. Aliás... pode ir enrolando a manga dessa camisa pai.
Eu ri, mas sem ter a certeza de que ele falava sério.
O tempo foi se fechando e resolvemos jogar apenas três partidas. Vencemos duas.
–Que bela parceira encontrou hein Edward? Nossa... ficamos na lona. Depois vamos querer revanche não é Carl?
–Com certeza sim.
Ainda conversamos um pouco ate que Edward me chamou para irmos para o quarto dele. Olhei para as largas escadas já pensando na recusa. Ele apenas olhou para o pai que se aproximou e assim que Edward me pegou no colo Carlisle segurou minhas muletas.
–Seu maluco. Subir essas escadas comigo no colo.
–Isso não é questão de força Bella. É jeito. Pegando o jeito você fica bem mais leve.... mais do que já é.
Edward me colocou sentada na imensa cama de casal e pegou as muletas com o pai que saiu em seguida. O quarto era lindo, muito luxuoso e a cara dele.
–Seu quarto é lindo.
–Obrigado. Mas eu nem presto muito atenção a isso. O que quer fazer? Ouvir música... ver um filme... jogar conversa fora...
Ergui minha cabeça e olhei pra ele, parado a minha frente... tão lindo... as mãos na cintura, me encarando. Eu não tinha dúvidas que ele gostava de mim... muito. Além da amizade. Mas as coisas nem sempre são tão simples. Suspirei. Ele sempre me fazia perder o rumo. Tanto que falei sem nem ao menos perceber.
–Eu já estou com você, então qualquer coisa que fizermos será bom.
Ele deu dois passos em minha direção, mas parou e olhou pela ampla janela. Logo a seguir eu ouvi os grossos pingos de chuva.
–Caramba... e não é que você estava certa?
Peguei minhas muletas e me levantei, passando por ele e indo até a janela. Fiquei observando a chuva que já caía com relativa força e suspirei. Sempre gostei de chuva para dormir ou apenas para ficar ouvindo o barulho... apenas isso. Sem contar meu sonho, desde pequena de tomar um banho de chuva. Cansei de ver Jake e Jéssica brincando sob a chuva, ou nas enxurradas quando crianças. E eu nunca pude fazer isso. Minha mãe achava que poderia ser prejudicial a mim. Eu ficava exatamente como agora... apenas da janela... olhando sem poder realizar meu desejo.
– O que foi?
– Pensando na infância.
– Em que especificamente?
– Na chuva... em como eu sempre tive vontade de brincar na chuva com meus amigos, mas claro eu jamais pude.
–Hum...
Ele ficou quieto e depois de um tempo eu me virei para olhá-lo. Edward tinha tirado os tênis e também a camisa, deixando o tórax másculo à mostra. Depois veio até mim e pegou uma das minhas muletas.
–Segure-se em mim que irei tirar a outra.
Sem ao menos saber o motivo, eu obedeci. Mais uma vez ele me pegou no colo e me colocou na cama. Ajoelhou-se e tirou minha bota e o aparelho.
–O que está fazendo?
–Aposto que sua mãe não permitia que pegasse chuva com medo que pudesse adoecer.
–exatamente.
–E você era apenas uma criança... tinha que obedecer.
–Nada mais natural. Não queria apanhar.
–Bom...
Ele ergueu a cabeça e deu um sorriso maravilhoso.
–Agora você já é adulta... responsável... e pronta para um banho de chuva.
–Edward... o que...
Ele me pegou no colo e saiu do quarto. Eu não acreditava que aquele louco iria fazer o que eu estava pensando. Mas ele fez... passou comigo pela cozinha e saiu ate a ampla área.
Seus olhos incrivelmente penetrantes fixaram-se nos meus, deixando-me sem fôlego.
–Hora do banho princesa... banho de chuva.
Com um grito de surpresa e puro prazer eu senti as gotas de chuva em meu rosto. Estava nos braços de Edward... sob a água fria. Um sorriso surgiu em meu rosto sem qualquer esforço. Apenas abri meus braços, sentindo os dele me segurando com firmeza. Fechei meus olhos e deixei minha cabeça pender um pouco para trás, maravilhada com a sensação de paz... liberdade... vida. Quando voltei a erguer a cabeça e abrir meus olhos, novamente fui tragada pela imensidão dos olhos dele me encarando com fascínio. Dessa vez seria muito difícil resistir a ele.


Edward POV


Cheguei a um ponto em que não dava mais. Tudo dentro de mim parecia querer explodir e já não havia mais pra onde fugir. Além do mais... quem disse que eu queria fugir? Eu queria mais é mergulhar de cabeça numa relação com Bella, sem medo, sem barreiras. Eu ainda queria dar mais um tempo a ela, faze-la se sentir ainda mais segura ao meu lado. Mas ao ver seu rosto pela manhã eu não tive mais dúvidas. Se aquilo que vi não era ciúmes, então não sei o que poderia ser. E não era ciúmes de amigo, posso afirmar. Apesar disso eu não consegui esconder minha chateação. Realmente tinha alguma mais séria por trás dessas reações da Bella. Tudo bem que nem ao menos consigo imaginar como é a vida de pessoas que necessitam de cuidados especiais. Seus medos, vergonha, rancor e outros tantos sentimentos conflitantes. Mas eu estava disposto a ser seu alicerce, seu companheiro de todas as horas.
E era exatamente isso que eu planejava dizer a ela quando a chamei para irmos para o meu quarto. Ja foi uma surpresa maravilhosa quando ela quis vir pra minha casa, reacendendo a esperança de que ela queria tanto quanto eu.
Entretanto eu adiei essa conversa quando descobri mais um sonho dela: banho de chuva. Eu já tinha me decidido: iria realizar todos os sonhos dela. Todos que estivessem ao meu alcance. Não pensei duas vezes antes de pegá-la nos braços e entrar com ela sob a chuva.
E agora? Agora eu estava aqui, completamente fascinado... todas as minhas estruturas abaladas pela mulher perfeita em meus braços. Seu sorriso lindo deixando seu rosto numa mistura de menina e mulher. Uma menina que eu queria proteger e cuidar... e uma mulher que eu queria abraçar, beijar... dormir e acordar todos os dias ao seu lado.
Quando ela ergueu a cabeça e seu olhar se encontrou com o meu um sentimento ainda mais intenso tomou conta de mim. Meu coração disparou e passei a respirar com visível dificuldade. Bella não disse nada, apenas ergueu os braços e enlaçou meu pescoço. Eu simplesmente não pensava mais, minha mente vagava e eu apenas percebia meu rosto se aproximando do dela. Um medo absurdo tomou conta de mim. Se ela se afastasse... eu iria enlouquecer. Como se buscasse coragem ou tentando dar tempo a ela para processar o que viria eu pousei meus lábios levemente sob sua testa.
Será que ela conseguia ouvir as batidas frenéticas do meu coração? Porque eu tinha quase certeza que eu ouvia. Afastei meu rosto novamente e olhei nos olhos dela. Ela não disse nada, mas seus dedos afagaram minha nuca e então não me detive mais. Inclinei minha cabeça e rocei meus lábios nos dela. Não foi um gemido... não foi um sussurro. O som que emitimos ao mesmo tempo foi quase um lamurio, um pedido desesperado para que fôssemos mais além. E eu fui. Colei meus lábios nos dela, maravilhado com sua textura, com seu sabor.
Afastei-me novamente e a vi entregue a mim, os olhos fechados e os lábios entreabertos.
–Edward...
Sua voz, não mais que um sussurro conseguiu fazer com que meu corpo se arrepiasse. Mordi bem de leve os lábios que ela entrabriu, convidando-me. Beijei-a de novo, dessa vez passando minha língua suavemente até penetrá-la no espaço que me era oferecido. Bella aumentou o aperto em meus cabelos e eu apertei seu corpo mais junto ao meu enquanto aprofundava nosso beijo. Meio tímida ela deixou que a ponta da sua língua tocasse a minha. Acariciei, chupei até que ela se deixou levar e permitiu que nossas línguas dançassem, se abraçassem assim como nós dois estávamos agora.
Eu já não percebia a chuva. Tudo era Bella... seu cheiro, seu gosto, seu corpo levemente trêmulo tão preso ao meu. Dei alguns selinhos nela e me afastei apenas para constatar que a chuva agora caía mais branda. Caminhei com ela e me sentei numa das espreguiçadeiras próximas a piscina. Tentei ajeitá-la da melhor forma em meu colo, abraçando-a com força.
Voltamos a nos encarar, ainda meio abalados pela sensação intensa experimentada assim que nossos lábios se tocaram. Eu nunca imaginei que sentiria tanta emoção com apenas um beijo. E o jeito que Bella me olhava só me dava a certeza que foi assim pra ela também.
–Bella...
Pela primeira vez depois que nos beijamos ela sorriu... e com a ajuda das mãos forçou minha cabeça de encontro a ela novamente. Meu coração deu outro solavanco ao tocar sua boca. Seria sempre assim? Arrepios pelo corpo, uma sensação estranha como se choques despertassem todo meu corpo? Bella estremeceu e por algum motivo eu desconfiei que não foi pelo beijo.
–Está com frio?
–Um pouco...
Falou enterrando o rosto em meu peito.
–Vamos entrar... não quero que adoeça.
–Obrigada Edward. Foi perfeito... tudo perfeito.
Dessa vez ela tomou a iniciativa e me beijou. Agora só me restava conversar com ela, com calma. O fato de ter aceitado meu beijo não significava que iria aceitar meu pedido de namoro.
Levantei-me com ela e andei de volta para o interior da casa. Bella passou as mãos pelos meus cabelos tentando tirar o excesso de água. Sorri com aquele gesto e lhe dei um beijo rápido. A casa estava silenciosa então provavelmente meus pais estavam curtindo a chuva sob as cobertas, vendo filme como gostavam de fazer.
–Estamos molhando a casa inteira Edward.
–Foi por uma boa causa. Minha mãe não irá se importar.
Entrei no meu quarto e coloquei-a na cama, pegando uma toalha. Bella imediatamente se abraçou e estremeceu.
–Acho que deveria tomar um banho quente.
–Está doido? Não tem como... eu uso uma... cadeira de banho pra isso.
–Uma cadeira comum não ajudaria?
–Sim mas...
–Vamos fazer o seguinte... tire a roupa e se enrole na toalha. Eu vou pegar uma das cadeiras da cozinha e você toma seu banho. Vou ficar aqui no quarto e quando você terminar é só me chamar que pego você.
–Eu...eu não quero dar trabalho.
–Deixe de bobagem. Vá tirando a roupa enquanto busco a cadeira. Pegue a toalha.
Ela pegou a toalha da minha mão, o rosto completamente vermelho...e dessa vez era de vergonha. Sai do quarto e desci, sem pressa para dar tempo a ela de tirar a roupa. Será que alguma roupa da Alice serviria pra ela? Iria ver isso enquanto ela tomava seu banho. Peguei a cadeira e subi batendo na porta.
–Bella?
–Pode entrar Edward.
Ela já estava com a toalha em volta do corpo... ainda mais linda. A pele clara e macia molhada pela água que escorria dos seus cabelos.
–Ja venho.
Coloquei a cadeira sob a ducha e voltei ao quarto pegando-a no colo.
–Acha que está bom naquela posição?
–Sim, perfeito.
–Alcança o suporte para colocar a toalha?
–Alcanço.
–Ótimo. Não precisa ter pressa. Eu vou tomar meu banho no quarto de hóspedes e volto.
–Obrigada.
Bella ficou me encarando e então inclinei meu corpo e a beijei, sem me aprofundar muito.
–Fique a vontade.
Sai e fechei a porta. Peguei um moletom e me dirigi ao outro quarto onde tomei um banho rápido. Depois fui ao quarto de Alice e peguei uma camiseta e uma calça de moletom, assim ela ficaria mais a vontade. Abri a gaveta de lingerie, indeciso entre pegar o não. Bella poderia não gostar. Bem... se não gostasse bastaria não usar. Procurei alguma que ainda estivesse com etiqueta e voltei ao quarto.
Sentei-me na cama secando meus cabelos com a toalha enquanto deixava minha mente vagar pensando nos últimos momentos. Quanto tempo eu sonhei com esse beijo! E nem mesmo nos sonhos foi tão bom quanto a realidade. Minha... eu não a deixaria sair da minha vida de forma alguma. Eu já não me via sem ela.
Levantei-me assim que ouvi sua voz me chamando. Ela já estava novamente enrolada na toalha então peguei-a nos braços.
–E então? Aquecida agora?
–Sim... estava uma delicia.
–Peguei umas roupas da Alice pra você, acho que irão servir.
–Será que ela não irá se importar?
–Lógico que não.
Coloquei-a na cama e mostrei as roupas.
–Vou esperar ali no corredor.
–Não me demoro.
Fiquei encostado na parede do lado de fora, os olhos fechados, tentando me acalmar. Sim... eu estava nervoso. Prova disso é que minhas mãos tremiam. Eu não queria esperar mais tempo para dizer tudo o que precisava. Quando Bella me chamou novamente eu inspirei profundamente e entrei. Sorri ao vê-la tão linda... a roupa serviu perfeitamente.
–Quer que eu ajude com os cabelos?
Sem esperar resposta eu peguei a toalha e comecei a passar em seus cabelos, secando-os. Fiquei assim um bom tempo...e ambos em silêncio ate que Bella resolveu que já estava bom. Joguei a toalha a um canto e me sentei ao seu lado na cama, segurando suas mãos.
–Bella... sobre o que aconteceu...
–Não precisa dizer nada Edward. Eu entendo que...
Coloquei os dedos em seus lábios, prevendo que já viria besteira. Tinha quase certeza que ela diria que tudo não passou de emoção do momento... portanto não a deixaria falar.
–Você não entende nada. Deixe-me falar. Eu só... eu sonhei com isso desde a primeira vez que te vi Bella.
Ela ofegou mas não disse nada.
–Aliás... eu sonho com isso e muito mais. Eu só não queria que você levasse a coisa pra outro lado. Quer dizer... somos amigos, mas eu não quero ser seu amigo...
–Não?
Ela falou, a tristeza evidente em seu rosto. Diabo... eu começava a fazer merda.
–Não... não é isso. Eu não quero ser apenas seu amigo... nunca quis. Olhe... quando me aproximei de você eu já imaginava que não iria querer apenas amizade... mas eu quis te conquistar primeiro. Mas não pense que quis me aproveitar de você... eu... ah,... merda... eu não sei fazer isso...
Bella apenas me olhava, mordendo os lábios e apertando as mãos nas minhas. Fechei os olhos e inspirei mais uma vez soltando o ar lentamente. Abri os olhos e soltei tudo, sem pensar.
–O que quero dizer... é que quero você como minha namorada.
–Na... namorada?
–Sim... a gente se da bem, somos amigos... e eu sei que você também gosta de mim. Mas meu sentimento por você é ainda mais intenso... eu quero você ao meu lado, como minha companheira, minha namorada.
Ela engoliu em seco, como se tivesse medo do que ia me dizer. E isso me causou medo também.
–As coisas podem não ser como você pensa Edward. Não é fácil conviver com uma pessoa cheia de limitações.
–Eu não me importo com isso e você sabe. É só questão de... convivência. Saber exatamente o que você precisa... e estarei la.
–Não é só isso. Existem... outras coisas.
–Que outras coisas? Pra que colocar obstáculos? Eu não vejo nenhum.
–Ah Edward...
Ela falou soltando minha mão e passando a sua nervosamente em seus cabelos.
–Olhe pra mim!
–Estou olhando... e vendo a mulher mais linda que já conheci.
–Puff... olhe pra você Edward. É lindo, saudável, exala... masculinidade. O que eu tenho a oferecer a você?
–Seu amor...
–Não é simples assim. Amor inclui outras coisas.
–O que por exemplo?
Eu não estava entendendo o que ela queria dizer. Ou sou muito lerdo ou então seja la o que ela queria dizer não fazia o menor sentido. Deveria ser uma coisa que sequer passava pela minha cabeça, já que eu não conseguia ver esses obstáculos. A não ser que... que... ela não gostasse de mim tanto a ponto de namorar.
Falei antes que ela me respondesse.
–Bella... você não gosta de mim... é isso? Gosta apenas como amigo não é?
–Não....
Ela segurou novamente minha mão.
–Não é isso. Qualquer mulher se apaixonaria por você e comigo não foi diferente, mas...
Eu já não ouvia mais nada. Apenas sorria feito um bobo, assimilando as palavras dela.
–Não foi diferente com você? Está dizendo que está apaixonada por mim?
Ela arregalou os olhos, ciente do que tinha falado sem ao menos perceber.
–Eu...
Segurei seu rosto em minhas mãos e a beijei... beijei com toda paixão que sentia por ela. E ela correspondeu com o mesmo ardor.
–Eu me apaixonei por você.... tenho certeza que foi desde a primeira vez... quando vi você la no Pub e quase enlouqueci pensando que fosse a Rose.
–Você pensou o que?
Ela perguntou sorrindo.
–Depois eu falo sobre isso. Mas Bella... se estamos apaixonados...
–Edward... por isso mesmo. Paixão inclui outras coisas que... eu não poderia oferecer a você.
Estreitei meus olhos já entendendo aonde ela queria chegar. Mas ela teria que me dizer... eu não estava acreditando que ela pensava esses absurdos.
–Fale claramente.
Suspirou quase com raiva.
–Estou falando de sexo Edward. E quando você quiser sexo?
Falei o que era óbvio.
–Irei esperar seu tempo.
–Eu sei disso. E não é nesse sentido que estou falando. E quando você quiser um sexo diferente?
Ok... sou lento mesmo. O que essa doida estava dizendo?
–Diferente?
–SIM! DIFERENTE!
Ela gritou.
–De lado, por cima, de quatro...ou sei la mais o que. Tem noção que eu jamais poderei fazer mil posições com você?
Então era isso? Absurda!
–Acha mesmo que é preciso isso para se ter prazer? Um homem que diz que isso é importante é porque não se garante, Bella. Quando a gente gosta realmente de alguém, tudo o que importa é o carinho, a cumplicidade... o amor. Pelo menos é assim pra mim. Quem disse que eu preciso de uma malabarista na cama? Eu preciso de uma parceira, de alguém que me queira da mesma forma que eu a quero em todos os aspectos. Entende que isso só pode ser com você?
–Edward...
–Pare com isso! Eu nem estou pensando nisso... o que não quer dizer que não sinta desejo por você. Mas isso é totalmente irrelevante pra mim.
De repente uma luz se acendeu em meu cérebro. O jeito meio arredio dela e a ideia de que preferia os homens longe dela. Algum estúpido deve ter dito merda a ela.
Toquei seu rosto com carinho, com cuidado, olhando em seus olhos.
–Quem foi o animal que disse isso a você?
–O que?
–Acha que me engana? Algum ser estúpido lhe disse que você não é capaz de dar prazer a um homem não é?
Ela ficou um tempo em silêncio depois deu de ombros.
–Mais ou menos. Foi... um ex namorado. Mas eu não quero falar sobe isso... não agora.
–Tudo bem. Mas não me compare a um vagabundo qualquer. Eu não sou assim. Olhe... se ele disse essas coisas pra você... que nem sei o que, mas imagino... é porque ele mesmo é um fracassado na cama. Ele jamais saberia tratar você como merece, jamais saberia amar você como deve ser amada. Eu não sou assim Bella, por favor.
–Eu sei que não.
–Então não coloque isso como obstáculo.
–Mas... mas tem Tanya. Ela gosta de você e...
–Mas eu não gosto dela! Não pra ser minha namorada. Entenda uma coisa de uma vez por todas. Eu quero VOCÊ. E nem ouse dizer que não pode aceitar meu pedido por causa da Tanya. Se você gosta dela deve querer o bem pra ela. E esse bem não sou eu. Porque se não for com você... também não será com ela.
Segurei novamente seu rosto e ficamos nos olhando, avaliando as emoções um do outro. Eu via paixão e carinho nos olhos dela... e tenho certeza que ela via o mesmo em mim, afinal essa paixão berrava dentro de mim. Gritava que precisava ser vivida em toda sua intensidade.
–Edward... promete que se algum dia você sentir outras “necessidades” você irá me dizer? Não irá procurar outra forma de...
Eu a interrompi, balançando a cabeça.
–Eu jamais farei isso Bella. Se eu traísse você... eu estaria traindo duplamente. Estaria traindo meu amor e minha melhor amiga. Eu vou perguntar de novo: Você... minha melhor amiga... aceita ser minha namorada?
Ela sorriu e enlaçou meu pescoço. Esse gesto por si só já dizia tudo.
–Eu aceito ser a namorada do meu melhor amigo.
Abracei sua cintura com força, meu rosto em seu pescoço, de onde só saiu quando Bella me pediu que a beijasse. Tomei sua boca, sem pressa, sem furor, apenas uma ardorosa paixão.
Eu não via a hora de gritar aos quatro cantos quem era a minha garota. E que seria possivelmente, pra vida toda.

2 comentários:

amei,aguardo ansiosa pelo próximo capitulo...

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