quarta-feira, 4 de abril de 2012

FANFIC MAX WOLF - CAPÍTULO 6


Capítulo 6


Infelizmente, deveríamos esperar para atacar os Volturi. Alice teve uma visão com neve e tempo frio, então tínhamos de esperar o inverno, em dezembro. Como seria difícil esperar mais de meio ano até atacarmos... Estávamos no início de junho.
- Isso nos dá tempo para preparar nossas estratégias e forças ! - disse Jensen, assumindo um tom de general do exército ou algo do gênero.
Eu me tornei muito amigo de Jacob nos dias que se seguiram. Ele, assim como eu, queria, mais do que tudo, socar a cara de cada um dos Volturi, e isso nos uniu.
Comecei a visitar a casa dele, em La Push. Na primeira vez, todos os Quileutes me rodearam e me olharam como se eu fosse algo maior. "O puro descendente do lobo" - disse alguém.
Demos muitos mergulhos de penhasco, comemos toneladas de carne (eu s ensinei como era bom comer carne crua com freqüência).
- Dean vai adorar isso! – eu disse, enquanto descansávamos na praia, depois de jogar uma longa partida de rugby.
- Traga ela na próxima vez. Vamos caçar na sexta-feira, à noite. Todos nós, em forma lupina... – sugeriu Jacob.
- E os vampiros?
- Eles vão se alimentar na mesma noite, mais para o sul. Reneesme vai com eles.
- É impressionante como ela cresce rápido. Creio que com uns 5 anos ela vai ter um corpo de adolescente.

- Talvez. Carlisle disse que ela para de crescer e envelhecer depois da “puberdade”, porque a produção de células dela e tudo o mais vai decaindo com o tempo.
- E já pensa em casar com ela logo que isso acontecer?
- Não sei. Não faço a mínima ideia de como agir.
Conversamos por um bom tempo. Depois eu fui para minha casa, onde Dean e Jensen me esperavam com um jantar a base de carne de carneiro, a qual eu farejei a três quadras de distância.
Comemos e depois fomos assistir filme.
- ... mas ele não sabe como agir direito. – eu contei a Dean minha conversa com Jacob.
- Eu também não saberia. Mas acho que é algo que o instinto vai ajeitar. – concluiu Dean.
- Filhotes, eu vou dormir um pouco. Amanhã tenho que conversar com Carlisle sobre como vamos nos ajeitar até a hora chegar. – declarou Jensen. – Boa noite.
- Boa noite! – respondemos Dean e eu.
Depois que o filme acabou, deixamos um canal de notícis ligado para servir de fundo para a nossa conversa.
- E depois que matarmos os Volturi? Quer dizer, vamos ser livres e tudo o mais... O que pensa em fazer? – perguntou Dean.
- Vou fazer faculdade. Afinal, até os Cullen vão sair de Forks depois que voltarmos da Itália.
- Eles já sabem para onde vão?
- Não, mas Bella deixou claro que quer ir ao Brasil outra vez.
- Ouvi dizer que o centro do país também é muito legal de se visitar.
- Quero ir para a Amazônia. Parece ser um bom lugar para caçar e se viver por alguns tempos.
- E eu vou contigo.
Eu sorri em resposta. Dean era verdadeiramente meu melhor amigo, junto com Jensen e, recentemente, Jacob. Era alcatéia, cada membro é o melhor amigo que você pode ter.
- Então, vamos com os Quileutes caçar na sexta, certo? – perguntei.
- Com certeza. Espero encontrar muitos veados adultos para traçar. – respondeu Dean, erguendo uma sobrancelha.
- Seu gay! – eu disse, rindo e dando um soco no ombro dele.
Ele parou de rir e ficou ligeiramente sério, e desviou seus olhos para a televisão.
- Calma ai, você é gay? – perguntei, espantado. Ele não parecia...
- Sim. – Dean respondeu, sério, depois de tomar fôlego.
- E por quê nunca me contou?
- Você nunca perguntou. E você também não parece ser do tipo “simpatizante”...
Eu ri descontroladamente por breves segundos.
- Eu sou bi, Dean.
- O quê? E nunca me contou?
- Você nunca perguntou. Mas, sei lá, é estranho. Eu vejo seres humanos como humanos, sabe? Somos uma espécie diferente da nossa, então eu não me importo de é macho ou fêmea. Mas eu pretendo me casar e ter nove filhotes, e viver assim. Com meus amigos sempre ao meu lado.
- Que lindo! E com quantos já ficou, ao total, humanos e humanas?
- Dois homens e duas mulheres.
- Em toda a sua vida?
- Sim. Relacionamentos sempre levam a sexo, e eu detesto sexo. E ninguém nunca se contenta só com beijos e pegadas, então eu evito ao máximo ficar com alguém.
- Meu Deus! Você me faz sentir um pecador sem salvação. Já fiquei com mais de 30.
- E nunca tentou uma mulher?
- Até hoje não...
- Bem, no sábado vamos procurar alguma boate em Seattle e resolveremos isso.
Ele apenas concordou com a cabeça.
- Sempre achei que você fosse homofóbico. Quer dizer, você é todo religioso... – disse Dean.
- A Bíblia diz que é “pecado” quando um homem se deita com outro homem, não quando beija. Eu e alguns outros pensadores cremos que Davi e Jonatas se amavam, se beijavam, mas nunca fizeram sexo por respeito às ordens de Deus. O pecado, eu creio, está no sexo antes do casamento. Deus vê um só corpo quando há sexo, e esse corpo não pode ser não-consumado, entende? Não pode ser “não-casado”. E como não se pode casar sexos iguais perante Deus, só nos resta os beijos.
- Acha realmente isso? Dizem que todos os gays e lésbicas e bissexuais devem ir para o inferno. E baseiam isso na bíblia.
- Só Deus pode julgar. A bíblia também diz que não se pode comer camarão ou porco, nem combinar tecidos, pois é abominável a Deus, bem como “um homem se deitar com outro homem”. Diz que se deve guardar os sábados. Diz também que os filhos desobedientes devem ser apedrejados; diz que a mulher que não for encontrada virgem no dia do casamento deve ser levada a porta da casa do pai dela e ser apedrejada até a morte. No entanto, não se faz isso. Então, quem são eles para julgar se nem mesmo guardam as regras que todos deveriam seguir? – desabafei.
- Cara, isso é profundo. Se todos soubessem disso o mundo seria melhor.
- Para mim, quanto antes Jesus voltar melhor. Menos gente terá que morrer. – eu disse, e depois sorri.
Na sexta, como prometido, Dean e eu fomos à reserva dos Quileutes, onde Jacob e sua alcatéia nos esperavam.
- O Seth também é bi. – revelou Jacob, depois que conversou com Dean sobre a vida dele.
- Meu Deus! E ele é lindo... – suspirou Dean.
- Seu gay! – debochei.
Todos os quileutes se reuniram para assistir nossa transformação. Ficaram abismados com a rapidez e a eficácia de um corpo meio humano, meio lobo.
Depois eles se transformaram e fomos caçar.
Corremos por uns dez minutos, farejando um bando de veados. Quando os encontramos finalmente, organizamos nosso ataque e dilaceramos todo o bando. Eu nunca me senti culpado por matar animais, pois sempre achei que todos vão para o céu. Guiados pelo instinto, sem culpa ou pecados. Era uma glória que eu inocentemente sonhava em alcançar. Mas eu era meio humano...
No dia seguinte, levei Dean para Seattle. Havia uma festa na boate mais movimentada da cidade, e fomos para lá. Eu forcei Dean a beijar duas garotas, e ele se declarou oficialmente bissexual.
- Agora já pode se casar. – brinquei.
Eu nunca bebi ou fumei, mas o grupo de amizades passageiras que formamos na festa influenciou Dean de tal maneira que ele tomou boas doses de tequila, se soltando e “alegrando” em demasia. Começou a ficar com meninos e meninas aleatoriamente. Eu achei muito estranho, e resolvi tomar um ar.
- Vou te esperar lá fora. – eu gritei, sob o som de Titanium, de David Guetta e Sia. Eu amava aquela música, mas estava me sentindo muito desconfortável.
Paguei minhas taxas e esperei perto do carro, no estacionamento, que estava bem lotado.
- Pare, eu não quero, Richard! – ouvi uma voz feminina gritar ao longe.
Segui em direção à voz, me guiando pela parte mais escura do lugar.
- PARE, Richard! – gritou ela pela segunda vez.
Um garoto loiro, musculoso, alto estava sem camisa agarrando uma menina ruiva de cabelos ondulados.
- Acho que ela não quer isso, Richard! – eu disse, atrás dele.
Ele parou, se virou e veio em minha direção. A garota saiu correndo na primeira oportunidade, sumindo por entre os carros.
- O que você disse, viadinho? – disse ele, sem esperar pela resposta, socando meu rosto. Eu estava despreparado, por seguir a menina com os olhos.
O soco me acertou em cheio. Foi bem forte, mas causou mais danos a ele do que a mim.
- Filho da p--
- Não deveria ter feito isso, cara... – eu disse, e me virei para ir embora.
Ouvi um “click” metálico e me virei para descobrir o que era, bem a tempo de ver o garoto enfiar faca na minha barriga.
Há algumas coisas básicas que despertam o instinto animal de sobrevivência: fome, sede, medo, ameaça... Mas só com ameaça há uma reação que gera violência, para defesa. E foi exatamente o que aconteceu. Eu fui possuído pela vontade de matá-lo; com isso, o agarrei e mordi seu pescoço, arrancando carne e sangue. E era delicioso. Eu me transformei logo em seguida e o devorei por completo. Eu nunca me sentir tão forte, tão capaz. Nunca comi algo tão delicioso, tão satisfatório. Tão errado...
Só restaram sangue e roupas rasgadas no chão do estacionamento. Meu metabolismo acelerado digeriu a carne rapidamente, e eu já podia sentir uma força sobrenatural nutrindo meus músculos e meu sangue. Nós nos alimentamos para produzir mais células, e as células precisam de certos tipos de proteínas. Algumas são encontradas em vegetais, outras em carnes, e assim em todos os alimentos. Grosseiramente, é como se nós fossemos “ABCD” e ingerimos carne para obter “A”, vegetais para obter “BC” e outros alimentos para conseguir “D”. Mas, naquele caso, a carne humana já tinha “ABCD”, porque já era pronta, a mais semelhante ao meu corpo. Por isso os humanos são tentações supremas para os imortais. É o que nos alimenta por completo.
E eu estava completamente alimentado, era tudo perfeito sob o ponto de vista biológico.
Mas eu era um cristão. Era errado matar humanos, não tenho o direito de tirar uma vida... Era horroroso, trágico.
“VENHA AGORA. ALGO HORRÍVEL ACONTECEU...” – enviei para Dean uma mensagem de texto.
Segurei minhas roupas rasgadas sobre o corpo e o esperei ao lado do carro. Ele chegou em cinco minutos.
- O que aconteceu? – ele perguntou, desesperado.
- Eu comi. – respondi.
Em toda a minha vida no Canadá, nunca algo semelhante havia acontecido. Talvez com Dean, mas mesmo assim foi à fim de transformá-lo, e não matá-lo. Aquilo foi terrível, em especial para mim e meus conceitos, minhas crenças. Deus iria me punir...
Dizem que coisas ruins e histórias de fantasmas geralmente acontecem no norte da Europa ou África. Dizem que a América é onde seus sonhos se realizam, com história bonitas e finais felizes. Mas, no meu caso, era uma verdadeira História de Horror Americana.

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