FANFIC - Overcoming - capítulo 6 por @ellymartins

Capítulo 6

Edward POV

Olhei meu carro uma dezena de vezes conferindo se estava tudo do jeito que pedi. Fiquei satisfeito com o resultado tanto que não parava de sorrir. Aliás, minto... eu parei de sorrir quando o funcionário inconveniente começou a tagarelar ao meu lado. Eu estava acertando o pagamento com a mulher que também não parava de me secar e já estava ansioso para ir embora. Queria muito ver a cara de Bella quando visse a surpresa. Eu notei seu rosto deliciado ao meu lado enquanto íamos para Port Angeles. Nem seria preciso me dizer que um dos seus sonhos seria dirigir. Meu pensamento foi rápido. Mandar adaptar meu carro para que ela pudesse realizar esse desejo.

–Cara... mas um carrão desses adaptado assim. Ta pensando em se acidentar?

O indivíduo sem noção deu uma risadinha ao meu lado.

–Não. Mas minha futura namorada é portadora de necessidades especiais, portanto preciso adaptar esse carro pra ela.

–O QUE?

Ele me olhou incrédulo, assim como a mulher que passava meu cartão de crédito na máquina.

–O que digo eu. Qual o espanto?

–Bom... é que você é um cara bem apessoado, chama a atenção. Quer dizer... quer namorar com uma pessoa aleijada...quer dizer deficiente?

–É estranho...

A loira oxigenada falou pela primeira vez. Eu tive vontade de socar a cara dos dois principalmente para usar um termo tão chulo para se referir a Bella.

–Estranho é pessoas como vocês dois trabalharem numa empresa como essa... que cuida especificamente de produtos para auxiliar deficientes.

Digitei minha senha com raiva e peguei meu comprovante sob o olhar ainda incrédulo dos dois.

–E além do mais... deficiência física não é pecado nem tampouco vergonhoso. Mas deficiência moral com certeza é. Passar bem.

Entrei no carro e dei a partida tentando me controlar a todo custo. Esperava que Bella recebesse bem a novidade. Mas ela é tão perfeita, tão meiga e incrivelmente... demais que tenho certeza que não iria fazer desfeita.

Esses dias ao lado dela estavam sendo incríveis e eu precisava fazer um esforço sobre-humano para não dizer a ela o quanto eu estava...apaixonado por ela. Alice a adorou e concordou comigo que eu deveria ir com calma. Por trás daquela aparência desinibida, alto astral se escondia uma garota amedrontada com alguma coisa. Por isso eu me esforçava ao máximo para que ela percebesse quem eu realmente sou.

Não sou nenhum bobo e sei o quanto mexo com as mulheres, mas não quero que ela me veja apenas assim. Quero que ela veja como posso ser amigo, companheiro para todas as horas... até quando ela me quiser.

Eu queria muito conter toda minha excitação, no sentido de notar que ela também aprecia e muito estar ao meu lado. Percebi isso claramente quando disse que não poderia levá-la para a faculdade. Confesso que foi golpe baixo e agi seguindo ideia da Alice. So queria ver se estava mesmo certo quanto aos sentimentos dela. Tudo bem... poderia ser apenas um afeto muito grande, mas já era um passo não é?

Pensando nisso eu acelerei chegando a faculdade antes do término das aulas. Encostei-me na lateral do volvo e menos de dez minutos depois ela apareceu. Eu nunca conseguia segurar meu sorriso ao vê-la . Era a expressão da máxima felicidade.

Beijei demoradamente sua bochecha, inspirando profundamente ao sentir o cheiro delicioso da pele macia. Estava louco de saudades dela embora a tivesse visto um dia antes. Nem mesmo percebi quando Jéssica se foi tão perdido eu estava em seus olhos.

Meu coração batia freneticamente, ansiando pela sua reação quando abri a porta do carro. Ela arregalou os olhos, surpresa, mas eu também via um brilho emocionado neles.

–O que... o que é isso?

Sorri abertamente.

–Mandei adaptar...

–Não acredito que fez isso.

–Claro que fiz.

–Mas... mas por que?

–Como por que? Eu vou ensinar a minha princesa a dirigir.

Comecei a suar frio ao vê-la engolindo as lágrimas.

–você é incrível Edward.

Não resisti e parei bem à frente dela, deslizando meu dedo pelo seu rosto.

–Não. Você sim é incrível. E por isso mesmo merece o que eu fiz. So quero vê-la feliz.

–Você... você...ah... você é muito maluco.

Dessa vez ela não se segurou e lágrimas deslizaram pelo seu rosto.

–Não queria vê-la chorando...

–Estou feliz bonitão...só isso.

Ela tentou brincar.

–Venha... entre.

Ajudei-a a entrar e logo depois de nos ajeitarmos eu a olhei.

–Vai me permitir ser seu professor?

–Será uma honra.

Inclinei-me em direção a ela e desajeitadamente, devido a posição eu a abracei fortemente. Ela retribuiu passando um dos braços pela minha cintura. Sentia nosso coração batendo quase na mesma frequência e a vontade crescente de beija -la e dizer o quanto eu a desejava como minha namorada. Com muito custo eu me afastei.

–Vamos almoçar e depois iremos procurar um lugar legal pra você começar suas aulas. Isso se não estiver cansada.

Ela me sorriu e segurou minha mão.

–Eu me esqueço de tudo quando estou com você... inclusive do cansaço.

–Não sabe como é bom ouvir isso.

Como sempre ela ligou o som e colocou as músicas que gostávamos de ouvir. Sorri quando ela começou a cantar alegremente. Não resisti e cantei junto com ela. Pouco depois estávamos os dois cantando na maior altura como dois malucos. E depois ríamos feito duas crianças. E eu cada vez mais embevecido com ela... olhando seu rosto banhado de lágrimas de tanto rir. E eu nem ao menos sabia porque estávamos rindo!

–É sua casa?

Ela me tirou dos pensamentos quando parou de rir e apontou para a enorme casa a nossa frente.

–Caramba... nem percebi que estava vindo pra minha casa.

–É com essa desatenção que meu instrutor quer me ensinar a dirigir?

Ergui minhas mãos eximindo-me da culpa.

–Não foi culpa minha. Mas... algum problema pra você em entrar comigo?

–Depois de tudo o que fez por mim? De jeito nenhum.

Melhor do que eu poderia imaginar. Eu já tinha aberto o jogo com meus pais e dito a eles que estava apaixonado. Além do mais Alice e Emmett sempre falavam que Bella era perfeita pra mim... os dois já estavam curiosos.

Desci do carro e dei a volta ajudando-a a descer.

–Tem como passar pelos fundos?

–Ah...so umas escadinhas de nada. Eu ajudo você.

–Não vai me carregar de jeito nenhum.

–Quem vai me impedir?

Ela me encarou e eu sustentei seu olhar.

–Você é meio mandão ne?

–Só quero cuidar de você.

Eu a deixei sem palavras. Apenas balançou a cabeça e se permitiu ser carregada por mim. Assim que passamos pela porta da sala meus pais vieram ao nosso encontro.

–Que surpresa adorável Edward. Essa é a Bella?

–Sim, mãe.

–Oi querida... sou Esme. Como vai?

–Muito prazer Esme. Estou bem, obrigada.

–Carl... essa é nossa no... Bella.

Estreitei meus olhos para mim mãe ao perceber seu quase deslize. Felizmente Bella não pareceu notar.

–Mãe... estamos com fome.

–Hum... que sorte. O almoço hoje estava divino.

–Como sempre. Bella... pode me esperar um pouco? So vou trocar essa roupa.

–claro, fique a vontade.

Subi as escadas correndo, tomei uma ducha rápida e vesti uma bermuda e uma camisa de malha. Desci e encontrei Bella rindo descontraidamente com meus pais e Alice. Ela nem fazia ideia do quanto ela se encaixava perfeitamente bem em minha família... em minha vida.

Bella POV

Eu ainda estava meio anestesiada com os últimos acontecimentos. Como Edward podia ser louco a esse ponto? Meu Deus... aquele carro lindo e luxuoso adaptado para que eu pudesse dirigir! Ele simplesmente jogou minha resistência por terra. Como eu poderia continuar me segurando e negando o quanto estava envolvida...apaixonada por ele? Mas a verdade é que eu precisava me colocar em meu lugar.

Tudo bem que já estava mais que claro que Edward era desprovido de qualquer tipo de preconceito. Mas é certo também que assim como outros homens ele tem necessidade mais “urgentes”. Necessidades que eu jamais poderia suprir. Confesso que quando ele me olhava daquele jeito tão intenso eu quase conseguia acreditar que ele queria algo mais que amizade, como Jéssica disse. Mas dai seria sonhar alto demais não é? E eu não estava disposta a me esborrachar la do topo.

Pior de tudo é que quanto mais eu o conhecia e me infiltrava em seu meio, mais a vontade eu me sentia. Passar alguns minutos ao lado dos pais dele e de Alice foi... incrível. Eram alegres, espontâneos e super educados. Assim como Edward, nenhum traço de preconceito.

– E ai andorinha? Vai continuar voando ai?

–Não estou voando ok? Estou esperando as ordens do meu beija-flor.

Ele riu alto e começou a me explicar algumas coisas a respeito do carro. Estávamos em uma parte pouco transitada da cidade, assim poderia fazer minhas “aulas” com tranquilidade. Mas seria muito bom se eu pudesse controlar certas reações do meu corpo. Eu estremecia e meu corpo se arrepiava toda as vezes em que a mão de Edward roçava a minha. Pior que o mesmo parecia acontecer com ele. Isso me assustava um pouco... mas era tão bom.

Passamos a tarde quase inteira juntos. Além da companhia perfeita o fato de estar dando minhas primeiras “voltas” atras de um volante era fascinante.

–Obrigada por isso Edward. Nunca poderei retribuir à altura.

–Deixe de ser boba. Esse sorriso feliz é a melhor forma de retribuição.

Estávamos parados em frente à minha casa, nenhum dos dois com vontade de se despedir.

–Não fica ruim pra você? Esses aparelhos ai?

–Claro que não. Eu não preciso usá-los...e a posição em que estão não me atrapalha em nada. Eu posso ou não fazer uso.

–Hum... pelo menos isso.

Sua mão grande e quente passou levemente sobre a minha.

–O que pretende fazer amanhã?

–Ainda não tinha pensado sobre isso.

Nesse instante Rose bateu na janela do carro e Edward baixou o vidro.

–Oi seus lindos... convite pra vocês.

–Convite?

–Vamos a praia amanhã? A previsão é de sol. Vamos?

Olhei para Edward esperando sua resposta.

–Quem irá?

–Eu e Emmett, claro. Além de Alice, Jasper e Tanya.

–O que acha Bella?

Ele só esperava minha opinião. Adoro praia e aquele ventinho gostoso no rosto. Além do mais seria mais uma oportunidade de estar perto dele.

–Bom... eu adoro praia.

–Então está fechado Rose.

–Ótimo. Amanhã bem cedo.

Assim que Rose se afastou Edward voltou a segurar minha mão novamente. Depois levou-a aos lábios.

–Eu venho buscar você.

–Eu posso ir com as meninas.

–eu faço questão. Assim você poderá dirigir mais um pouco.

–Tudo bem então. Espero você.

Depois de muita relutância finalmente nos despedimos. Assim que entrei em casa Rose era só sorrisos.

–Bella... se você soubesse como vocês ficam lindos juntos.

–Somos amigos Rose.

–Merda... até quando vai insistir nisso? Por que não da o primeiro passo?

–Como assim?

–Beije-o. Veja se ele retribui.

–Ficou louca. Completamente maluca.

Mas nessa noite eu dormi pensando em como seria bom beijar os lábios dele. Eu posso me permitir sonhar, não posso?

***********

Eu evitava a todo custo olhar para a cara emburrada de Edward. Ele não estava nada satisfeito comigo e eu menos ainda.

–Mas você estava tão animada Bella.

–Mas não estou mais Tanya. Você sabe que eu sou assim.

Edward se ajoelhou a minha frente, as mãos em meus joelhos desnudos.

–Você não vai fazer isso comigo.

–Edward... eu não quero ir mais. Pelo amor de Deus... vá com eles. É difícil respeitar minhas vontades? Ate quando todo mundo vai dizer o que eu devo e não devo fazer?

Ele me olhou triste, o cenho franzido e se levantou.

–Tudo bem. Jamais irei forçá-la a nada.

–Tem certeza Bella?

–Tenho Tanya. Vão vocês.

Rose e Emmett já tinham ido. Tanya ficou para ir comigo e Edward. Realmente eu acordei animada mas quando Tanya surgiu vestida naquele short minusculo que moldava perfeitamente seu corpo escultural e a parte de cima do biquini vermelho que mal comportava seus seios... uma onda de ciúme me atingiu. Ela é linda, perfeita... e está afim de Edward. Sinceramente... eu não iria suportar vê-lo olhando pra ela... desejando-a. Tudo bem que ate hoje ele não deu mostras disso. Mas depois de vê-la tão... sexy?

Sabia que eu estava agindo irracionalmente e pior ainda: magoei Edward. Eu vi isso em seus olhos.

–Tchau então Bella.

–Divirtam-se.

Edward ainda me olhou mais uma vez antes de sair com Tanya. Joguei-me na cama, sentindo o cheiro dele impregnado em meu quarto. Como eu pude guardar a baixa assim e me deixar levar... me apaixonar dessa forma? Chorei encolhida na cama.

Queria dormir e esquecer esse sábado. Mas nem isso eu conseguia. A expressão triste de Edward não me saia da mente. Tanto que uma hora após ele ter saído daqui eu resolvi mandar uma mensagem. Sabia que ele iria vê-la só a noite, já que a essa hora deveria estar nadando ou... deixa pra la.

Digitei a mensagem rapidamente e enviei:

Edward,

Eu sou uma idiota. Por favor... me perdoe.

Bella.

Coloquei o celular sobre a mesinha perto da cama e me ajeitei melhor. Assustei-me quando o celular vibrou menos de três minutos depois. Não... seria ele?

Bella,

Realmente... você é uma idiota.

Edward.

Fechei meus olhos. Parabéns sua imbecil. Conseguiu estragar tudo. Nem sabia o que responder quando meu celular vibrou novamente.

Ainda assim eu adoro você.

Meu coração deu um salto tão grande que chegou a doer. Rapidamente respondi.

Eu também adoro você. Perdoe-me.

Dois minutos e nova mensagem dele.

E vamos passar o sábado assim? Você presa em seu quarto e eu no meu?

Fiquei boquiaberta. Como assim ele estava no quarto? E a praia? Respondi novamente.

Mas você não está na praia?

Esperei a resposta. Nada. Quinze minutos... nada.

Droga. Agora que fiquei curiosa ele resolve não responder? Qual é? Tava brincando comigo? Sentei-me na cama e liguei a TV na esperança de me distrair. Mas eu queria tanto continuar me comunicando com ele. Será que eu deveria ligar?

Ouvi a campainha e fiquei curiosa em saber quem seria. Felizmente meus pais estavam em casa ou então quem quer que seja que estivesse tocando iria acabar desistindo. Pouco depois a porta do meu quarto foi aberta e meu pai colocou a cabeça pra dentro do quarto.

–Bells? Visita pra você.

–Pra mim?

Ele abriu um pouco mais a porta e eu quase enfartei ao ver Edward ali. Estava sério, mas não bravo.

–Fique a vontade rapaz. Aliás... você planeja demorar aqui?

–Pai!

–Calma Bells. É só que sua mãe e eu precisamos sair para comprar algumas coisas. Então se ele fizer companhia a você...

–Fique tranquilo. Eu farei companhia a ela com maior prazer.

–Ah... que bom. Fique a vontade então.

Meu pai piscou pra mim antes de sair e fechar a porta.

Edward continuou de pé, apenas me olhando.

–Hum... então... não foi a praia?

Ele se aproximou e se sentou ao meu lado.

–O que eu faria la sem você?

Novamente aquele tremor... aquele arrepio em meu corpo.

–Desculpe-me, por favor.

–So se você repetir o que disse na mensagem.

O que? O que eu disse a ele? Vasculhei minha mente rapidamente até que a resposta veio nítida. E eu fiz questão de repetir... com todo meu coração.

–Eu adoro você Edward.

Ele fechou os olhos por uns segundos depois me abraçou e beijou meus cabelos.

–Eu também anjo. E não gostei de brigar com você.

–Nós não brigamos.

–Mas foi quase.

–Juro que não farei mais isso. Agora sente-se aqui...

Ele saltou sobre meu corpo, retirou o tenis e se sentou em minha cama, abrindo as pernas, pegando-me no colo e colocando entre suas pernas.

–O que está assistindo ai?

–Sei la. Liguei mas nem prestei atenção.

–Ah...dá isso aqui.

Tomou o controle da minha mão e ficou mudando de canal. Deixou num filme estranho e eu coloquei minha cabeça em seu peito. Ele passou os braços em volta do meu corpo, a boca em meus cabelos.

–Viu? Ótima maneira de passarmos o sábado.

Respondi com toda sinceridade.

–claro. Estou com você.

–Estava pensando exatamente nisso.

Sorri, apertando-me mais a ele. Seus braços também se fecharam a minha volta com mais força. Nesse momento eu até me esqueci que Tanya provavelmente estaria chateada por ele não ter ficado lá. Mas estava tão bom no calor dos braços dele que eu não deixei a culpa me dominar. Eu queria estar com ele... e ele comigo. Será que algum dia eu teria coragem de me declarar a ele? Improvável.

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